Os cortes de verbas para as instituições federais de ensino resultaram, na segunda-feira (2), em mais impactos para a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Desta vez, foram extintos 1,1 mil benefícios do Programa Integrado de Bolsas (PIB), voltados para atividades de pesquisa, extensão e iniciação científica. O auxílio gira em torno de R$ 400 por aluno participante.
De acordo com a Secretaria de Comunicação da Ufes, a suspensão é imediata. Isso significa dizer que, já em setembro, os alunos da graduação não terão mais recursos provenientes dos benefícios.
Já no Ifes, a previsão de que o dinheiro em caixa só seja suficiente para custear as despesas até este mês, mas a instituição segue fazendo ajustes para garantir a conclusão do semestre para os alunos. Em relação a bolsas, o reitor, Jadir Pela, disse que o Ifes está avaliando se entrarão na linha de corte.
O MEC também anunciou na segunda-feira (2) o corte de mais 5.613 bolsas de mestrado e doutorado que seriam ofertadas pela Capes neste mês. O congelamento soma-se a outras 6.198 bolsas que haviam sido bloqueadas no primeiro semestre de 2019. A Ufes ainda não teve acesso ao sistema para avaliar a dimensão dos cortes.
Os contingenciamentos impostos pelo Ministério da Educação (MEC) foram tema de intenso debate entre os leitores do Gazeta Online. Confira alguns comentários:
Esse é um reflexo da situação do país. Uma hora a conta chega para todos, e a conta esta chegando para o governo. É triste? É. Mas o pior são cortes na educação básica, na saúde para quem espera em um corredor de hospital. O presente que vivemos é o futuro que foi construído ontem. (Marcos Dangremon)
Trabalharam sempre com a corda frouxa. É hora de começar realmente a fazer uma gestão como todo bom empresário faz para manter uma empresa... (Franco Covre)
Ver gente aplaudindo essas coisas é bizarro, baseados em argumentos vazios, como “desperdício”, como se a prestação de contas não fosse pública e passível de averiguação. Tem até gente dizendo que aconteceu por que professores estão ganhando demais... (Felipe Prieto)
Também é bizarro ver gente ignorando quando isso começou a ser desenhado. Chegamos a esse ponto porque governos foram notadamente irresponsáveis. Indignação seletiva não é indignação, é fingimento. (Fábio José de Jesus)
Tem que cortar mesmo, o Brasil precisa investir em emendas parlamentares, cartão corporativo, auxílio para alto escalão, voos para famílias dos políticos. Não deve investir em educação, a educação é transformadora e pode abrir os olhos dos brasileiros. (Maria Joana Gusmão)
É isso aí, é fazer o dever de casa, neste caso aprender a lidar com dinheiro público. Não adianta chorar sobre o leite derramado, todos os brasileiros sabiam que o Brasil estava indo para o poço, devido à política adotada para governar, à corrupção e ao descaso com o dinheiro público. Fechamos os olhos para a realidade e a conta chegou. (Renata Maria)
O novo projeto do governo é formação pela UniZap e pós pelo UniTube. Parabéns aos envolvidos. (Morena Sassá)
A ciência é o mais importante estágio do desenvolvimento intelectual de uma sociedade. Sem ciência o país não progride social e economicamente. Esses recursos não são para ganhar dinheiro, mas para manter o sustento de jovens pesquisadores e docentes que vão ajudar no desenvolvimento do conhecimento e do país. Tudo na economia de hoje depende de conhecimento. (Leonardo Câmara)
Para quem acha que essas bolsas só beneficiam os estudantes, procurem passar em algum projeto desses oferecidos pela Ufes nas área de saúde, educação... vocês vão conhecer quem são os prejudicados. A população carente. Hospital das Clínicas, Crefes e outros projetos dentro da Ufes oferecem serviços com auxílio dessas bolsas. (Andressa S. Gomes)
É bom esse corte, para que os administradores aprendam economizar. (Valmir Araujo Machado)
O importante é que o auxílio-paletó dos bacanas de Brasília está em dia. (Renata Torresani)
O importante é que o governo aumentou as verbas para os partidos políticos poderem gastar mais na época das eleições. É só o começo. (Danielle Lucindo Alves)
As bolsas que foram cortadas eram pra os alunos que desenvolvem pesquisas na Universidade, para os que se destacam e dão monitoria, para os que trabalham nos serviços de atendimento da Ufes e para os que realizam projetos de extensão voltados para a comunidade. (Eriksson Araujo)
Com certeza se no passado tivessem fiscalizado hoje não estaria assim. É isso que precisamos entender. Mas é claro que é preciso diminuir o salário dos grandões e muitas mordomias. (Leila Maria dos Santos)
Muito triste sonhos destruídos. Infelizmente, a seguridade desse tipo de benefício acaba comprometida devido à falta de recursos. Precisamos recuperar a estabilidade financeira, criando oportunidade de trabalho para as pessoas. (Poliana Flaviano)
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Um país que considera cortes em educação como sendo economia para o Estado não é sério. (Alessandra Gomes)
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