A partir do próximo domingo (17), as passagens de ônibus do Sistema Transcol, que atendem toda a Grande Vitória, não poderão mais ser pagas com dinheiro. Todos os passageiros terão que usar os cartões de passagens, os chamados bilhetes únicos.
A decisão foi anunciada na quarta-feira (13) pelo governador Renato Casagrande. Ele informou ainda que os cobradores não estarão mais dentro dos coletivos. "O objetivo é não ter dinheiro circulando, que é um objeto que pode repassar o vírus e passa de uma pessoa para a outra. Isso ajuda ele (cobrador) a se proteger ao não ter contato com outras pessoas", disse.
Os cobradores serão afastados por 60 dias, situação permitida à empresa pela legislação durante a pandemia , mantendo o vínculo empregatício, mas com redução de salário e auxílio do governo federal. Parte deles será direcionada para a venda dos cartões em terminais, farmácias e unidades móveis, segundo o governador.
A medida pegou os leitores de A Gazeta de surpresa e gerou muitas dúvidas e críticas. Entre as reclamações, está o provável aumento do desemprego, com a demissão dos cobradores no futuro, e a dificuldade para conseguir comprar o cartão.
"Se alguém precisar sair do bairro e não tiver cartão? Vai a pé até o terminal mais próximo? E quem porventura venha de outra parte do Estado e precise de utilizar o coletivo longe dos terminais? É a primeira medida do governador em que vejo grande falha", escreveu Sueéllen Kruger. Confira outros comentários:
O governo simplesmente está usando toda essa situação trágica que estamos vivendo para deixar centenas de pais e mães de família desempregados. Parabéns, senhor Renato Casagrande. Daqui 60 dias a população já se adaptou aos cartões e com certeza todos nós iremos para as estatísticas do desemprego. (Josiani Simoes)
Casagrande garantiu que os cobradores não serão demitidos. De acordo com o governador, parte deles será afastada, com redução salarial conforme prevê a lei e compensação do salário por parte do governo federal. Outra parte dos trabalhadores vão vender os cartões nos terminais e demais pontos de venda. Isso reduz o contágio e garante a segurança dele, diminui ainda uma pessoa dentro do ônibus, é mais segurança para a população! (Miguel Martins)
Casagrande pode até garantir, mas a empresa não é dele, e muitos cobradores vão ser mandados embora, sim! Pode até ter um lado bom, mas para a maioria será péssimo! Pessoas que vêm de outra cidade, como o povo do interior, como ficará esse passageiro sem ter cartão? Tosco não pensar em todos os detalhes. (Desireles Balestrero)
As coisas evoluem!!! Então você é contra caixa eletrônico, só porque “está tirando o emprego de alguém”? (Freddy Stanley)
E quem não tem dinheiro para fazer o cartão nestes dias, vai ficar como se precisar sair de última hora? (Grazy Santos)
Nossa! Que bacana, hein, governador, aproveitar essa pandemia para fazer piada. De hoje até domingo a população que necessita do ônibus vai conseguir muito fazer os cartões. Vai ser mais aglomeração do que andar nos ônibus. Trazer mais transtornos para quem já sofre... É muita vontade de ajudar o povo capixaba, vai vendo… (Luh Silva Sutil)
Afinal, haverá funcionários vendendo esses cartões nas rodoviárias e em todos os pontos de ônibus? Significa que uma pessoa, uma família vinda de fora da cidade pode achar esses cartões para qualquer ônibus normalmente, sem nenhum aborrecimento, em qualquer local que estiver? (Paulo Araújo)
E depois dos 60 dias, quando todos tiverem o cartão e quando tudo voltar ao normal? Será que o cobrador vai ter o emprego garantido ? (Gabriel M. Oliveira)
Mais de 6 mil profissionais demitidos nos próximos meses, os cadeirantes que precisam de ajuda para subir e descer do ônibus não terão mais o cobrador para operar o elevador... mas fique tranquilo, Casagrande só quer melhorar o sistema, né? (Fernando Neves)
Antes de fazerem isso, eles tinham que ter ampliado mais os postos de vendas em todos os bairros. (Valter Junior)
Vejo isso acontecer desde sempre. A tecnologia substitui as pessoas que não se requalificam para outra função. Acontece tanto com as pessoas como com as empresas. O que aconteceu com os datilógrafos aconteceu também com as fábricas de máquinas de escrever. E por aí vai. O que falta, penso, é consciência de classe, pois num mundo tecnológico, continuamos trabalhando 8h por dia (1/3 da nossa vida), numa conquista que remonta ao início do século passado. A luta por mais empregos passa pela diminuição da carga horária de trabalho e manutenção dos salários. Isso leva à contratação de mais pessoas e melhora a economia. (Roberto Santos)
Absurdo. As medidas de prevenção à Covid-19 proibirem o pagamento da passagem com dinheiro é abusivo e quem vai pagar o preço amargo dessa decisão é o trabalhador, pois nem todos têm condições de ficar recarregando cartões nos locais determinados pela empresa, com absurda burocracia. Com a suspensão do pagamento em dinheiro, as empresas não terão os cobradores nos coletivos, e com isso poderão suspender o contrato de trabalho. Isso é uma prova de que não são ações de prevenção, mas sim de lucro para empresa! (Juliano Salazar)
Não existe mais burocracia para recarga dos cartões, dá para você recarregar por app, pelos terminais de autoatendimento nos terminais de ônibus, com vendedores dentro dos próprios terminais... Se não quiser usar nenhuma dessas formas, aí não pode culpar o governo pelo seu comodismo. (Luiz Alberto)
Até parece que ele não vai demitir os cobradores depois, não aceitar dinheiro, tirar o cobradores, isso não é medida de combate à Covid-19, é para lucrar mais! Se estivesse mesmo interessado em combater a pandemia não teria diminuído o número de carros com a desculpa que não tem estudantes utilizando o sistema, se preocuparia com a limpeza dos ônibus, que sempre foi péssima… (Priscila Pestana)
A intenção de tirar os cobradores já existia antes dessa pandemia. Agora com a pandemia, só acelerou o processo! Duvido que depois os cobradores vão voltar a trabalhar nos ônibus. Todos com cartão, não tem necessidade deles. (Taiana Sousa)
As pessoas não gostam de mudanças. Mas esquecem que outros setores também evoluíram, como as fábricas de automóvel, onde muitas funções foram substituídas por máquinas; as fábricas de câmera fotográfica e filme, com a substituição por celular com câmera... Isso vai acontecer com todos em algum momento. Nós precisamos nos adaptar. (Jairo Campos)
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