Os 180 km da BR 262 no Espírito Santo, entre Viana e a divisa com Minas Gerais, que serão concedidos pelo governo federal, só devem estar totalmente duplicados no ano de 2040. Este é o prazo que está nos termos contratuais apresentados pela Agência Nacional de Transportes Terrestes (ANTT) em audiência pública realizada em 7 de agosto, em Vitória.
Seguindo esse cronograma, o leilão da rodovia deve acontecer em junho do ano que vem e o contrato assinado em setembro. A partir disso conta-se um prazo de 12 meses que dá a permissão para a empresa vencedora instalar a cobrança de pedágio no trecho capixaba, ou seja, em setembro de 2021.
No artigo "BR 262 pode ter pedágio alto e limite de velocidade baixo", publicado no último domingo (20), o mestre em Engenharia de Produção Romeu Rodrigues salienta que no plano de concessão constam propostas altamente prejudiciais ao Espírito Santo. Ele destaca a redução da velocidade diretriz no trecho do Espírito Santo para 60 km/h e a estimativa de pedágio de R$ 16,07 a cada 100 km, superior à da Nova Dutra (Rio/São Paulo).
Leitores de A Gazeta repercutiram o artigo nas redes sociais e manifestaram preocupação com prazos. Confira alguns comentários:
Infelizmente pagaremos um alto valor e ainda continuaremos com pista simples por longos anos. Triste demais! (Thiago Gomes)
Levando em consideração que o anúncio das obras do Aeroporto de Vitória foi em 2002, as obras começaram em 2005 e foram entregues incompletas 16 anos depois... Se a previsão da BR 262 é ser entregue em 2040, pelas variantes matemáticas brasileiras deve ser entregue somente depois de 2100. (Rodrigo Oscar de Assis)
Vai ser igual à BR 101. A ECO101 só entregou 8% da obra prevista no contrato até hoje e não acontece nada, nós continuamos pagando pedágio. Só uma pergunta: antes de dar a concessão, todas as licenças ambientais estarão liberadas? Ou só as licenças para as praças de pedágio? Pois a Eco alega que ainda não duplicou a 101 por causa dessas licenças. Mas lembro que no dia que assinaram o contrato, já começaram a construir as praças, ou seja, as licenças para as praças são automáticas, já as para a duplicação demoram anos para sair. (Rodrigo Pandolfi)
Isso não é legal. Para mim, que vou sempre para a região de montanha, vai ficar ruim. E também para nossos vizinhos turistas mineiros. (Maria Cecília Casagrande Soares)
Nossa, com esse preço vai prejudicar o turismo de Guarapari, que depende dos turistas mineiros que usam a BR 262 para chegar à cidade. Aí os turistas vão optar por ir para Porto Seguro e Guarapari vai ficar às moscas. (Sabrina Trancoso)
De qualquer jeito, Rio de Janeiro e São Paulo tentam impedir o avanço em logística do nosso Estado. (David Carvalho de Oliveira)
Se até hoje eles não fizeram quase nada na BR 101, imagina quanto tempo vão demorar para fazer alguma melhoria de impacto na 262! (Diego Cesconetto)
É um absurdo ter pedágio em uma estrada sem qualquer segurança. Em São Paulo se cobra pedágio, mas vale a pena, temos as melhores estradas do país. (Glau Rocha)
Outra Eco101 no caminho do desenvolvimento do nosso ES? Privatizam o lucro e socializam o investimento e o prejuízo, esse é o nosso Brasil. (Gleidson Eloi)
Se as pessoas aceitarem isso caladas, terá pedágio caro, sim. (Cristian Miranda)
Se no contorno do Mestre Álvaro as obras já pararam, imagine na 262. (Francisco Mello)
A BR 262 tem um traçado perigoso, ultrapassado. Tem que ser construída uma nova estrada, com um traçado que resulte do uso das novas tecnologias que permitem cavar túneis e construir elevados, como formas de reduzir as curvas perigosas, nos moldes do que se fez na Serra dos Cafezais, entre São Paulo e Curitiba. (Raimundo Medeiros)
Quase 10 anos de Eco101 e seguimos pagando pedágio sem ter nem 10% duplicado. Imagina quantos milhares de anos vai rolar a 262! Melhor deixar como está mesmo e fazer mais ferrovias para escoamento de mercadorias, isso sim. (Diego Marques)
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A Leitão da Silva demorou mais de 10 anos e ainda não está pronta. E olha que são poucos quilômetros. Agora na 262 acho que não estarei mais viva até lá para ver a conclusão da obra. (Andressa Rodrigues)
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