O auxílio emergencial tem ajudado muitos brasileiros a enfrentar a queda na renda provocada pela pandemia do novo coronavírus, mas também tem caído em muitas mão erradas. Em todo o Brasil, cerca de 620 mil pessoas receberam o benefício sem ter direito, segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) relativo ao mês de abril.
No Espírito Santo, um novo levantamento feito pela Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que mais de 6 mil servidores municipais receberam o auxílio emergencial no Estado. Pelas regras, eles estão fora da lista de beneficiados, já que o auxílio não pode ser entregue a quem tem vínculo empregatício.
Considerando também os servidores estaduais e aqueles que têm dois vínculos, foram identificados 7.109 agentes públicos no Estado na lista de beneficiários do programa. Os pagamentos irregulares feitos até 19 de julho deste ano já somam R$ 11,3 milhões.
O auxílio emergencial também foi pago aos sócios de 144 empresas milionárias do Espírito Santo. Ao todo são 170 pessoas que fazem parte do quadro societário de companhias que têm mais de R$ 1 milhão em capital social.
No momento, o governo federal e parlamentares discutem a prorrogação do auxílio, que atualmente já tem cinco parcelas aprovadas. Há desde propostas de extensão por apenas mais um mês até sugestões que seja prorrogado até março de 2021, totalizando 12 parcelas do benefício. Outra ala avalia a migração do benefício para o escopo do programa Renda Brasil.
Os pagamentos irregulares, como era esperado, foi bastante criticado pelos leitores de A Gazeta. Alguns relatam, inclusive, que conhecem pessoas que se encaixam em todos os critérios para recebimento, mas que não foram beneficiados. Confira alguns comentários:
Uns precisam porque estão com fome e não conseguem, outros trabalhando conseguem facilmente. (Sara Valle)
Sou funcionária estadual, tenho meus vencimentos. Quem recebeu o auxílio emergencial sem necessidade tem que devolver para pagar mais parcelas a quem é de direito. (Dulcinea Victer)
Isso é simples. É só descontar da folha de pagamento e exonerar. Improbabilidade administrativa. (Evangelista Karla)
Façam com que eles devolvam para pagar a quem realmente atende aos critérios e até hoje não receberam um centavo. E quanto a estes sistemas que são responsáveis por cruzar os dados, o que dizer? (Evania Cobilenski)
Aí o problema não está no sistema da caixa ou do governo, está no caráter de quem se sujeita a isso. (Thaís Gomes Lourenço)
Meu Deus, meu irmão que está desempregado, estava fazendo bico, mas com a pandemia ficou parado. Tentou duas vezes e não conseguiu nada. (Lucineia Oliveira)
O problema do Brasil é os brasileiros. (Francisco Mello)
Desonestidade pura. Coloquem todos na rua, demissão. Tem muita gente boa querendo e precisando trabalhar. (Luiz Antônio Vieira)
A lista de pessoas que receberam o auxílio emergencial de forma indevida passa de 600 mil pessoas, até gente do setor público. Isso não é crime? Falsidade ideológica? (Mauro Brandao)
No Brasil existe um pensamento equivocado que confunde fazer o que é correto com ser trouxa... Não querendo ser trouxa, se submete a atos desonestos! (Carlos Quartezani)
Vergonhoso! Esse tipo de pessoa fala dos políticos corruptos e é igual! (Beti Layber)
Precisa prender essa cambada de ladrões. Que vergonha, quanto mais têm, mais eles querem. (Julia Leonardo)
Na minha cidade está desse jeito, quem tem emprego está ganhando o auxílio. Isso é uma injustiça. (Angelina Bonometti)
Também conheço pessoas que realmente precisam e não conseguiram o auxílio! (Sandra Reis)
Se tem auxílio-moradia, auxílio-paletó, auxílio-alimentação, auxílio-viagens etc. tem que ter auxílio emergencial. (Denise Sancovich)
Quando penso nas pessoas que passariam fome sem esse auxílio e quando penso no meu bolso, eu apoio a prorrogação do auxílio, mas quando penso no mal que isso está fazendo na economia e nas contas públicas, chego a ficar com medo, já que o presidente Bolsonaro percebeu que “se ligar a torneira do dinheiro público” a aprovação e a popularidade dele aumentam. Então fico dividido. Meu pensamento é o seguinte: enquanto durar o auxílio emergencial, eu quero receber, mas se acabar um dia, eu não vou reclamar! (Jean Lucas)
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