A velocidade da vida cotidiana e o estímulo visual das telas muitas vezes desviam nosso olhar dos elementos da cidade. Entre placas de publicidade, fios e prédios, estão obras de arte significativas alheias à nossa contemplação. É o caso dos murais construídos por mosaicos, que relatam aspectos culturais, sociais e econômicos do Espírito Santo.
No Estado, esta linguagem teve seu ápice em meados do século XX, quando artistas renomados vieram compor o quadro de professores do Centro de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Nomes como o do paulista Raphael Samú puderam, além de lecionar as técnicas na criação de mosaico, montar em paredes e muros toda sua expressividade.
A capixaba Marian Rabello é outra artista que se destaca na produção. Com certeza, as cores vibrantes impregnadas em suas obras já lhe chamaram atenção. Duas delas estão às margens de duas rodovias: uma encontra-se no prédio de uma indústria de café solúvel na BR-262, em Viana; e a outra, na BR-101, na Serra. Com relação a esta última, parte do muro de uma empresa de laminação de madeira só não foi abaixo por ter justamente um mural de 1968 projetado naquele espaço.
Engajada na catalogação e recuperação dessas obras, a artista e pesquisadora Marcela Belo, destaca a importância de preservação deste acervo a céu aberto. "Aqui no Estado a maioria dos murais e dos mosaicos estão com estado de preservação bem precário, a conservação não é feita de maneira correta. Temos que contratar profissionais especializados e restaurar de maneira correta para que no futuro não tenhamos mais problemas".
Marcela faz parte do grupo de pesquisa do Laboratório de Extensão e Pesquisa em Arte (Leena), da Ufes, que estuda a arte pública no Estado e, em breve, irá lançar uma plataforma voltada para o estudo dessas obras nos mais diversos estilos artísticos.
Murais de mosaico na Grande Vitória
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