Anota aí, porque você vai precisar de tesoura de poda, pá, escarificador para aerar o solo, regador e pulverizador. Com tudo isso, você vai virar quase um especialista em jardinagem sem sair de casa. Mas se quiser apenas cuidar de uma hortinha ou fazer arranjos florais para encher a casa de vida e esvaziar a cabeça, não é necessário muita coisa. Esperar o tempo das plantas se desenvolverem pode ser um novo hobby, no entanto elas precisam de cuidados, como qualquer ser vivo.
A paisagista Sinthia Ferrari alerta que, além de molhá-las, é preciso ficar de olho para as plantas não contraírem pragas e doenças. “Por isso, é necessário irrigá-las, vigiar a necessidade de aplicar fungicida ou inseticida, podar e tirar as folhas secas e amarelas”, aconselha.
Um ponto que muitos costumam esquecer é a importância da drenagem dos vasos onde essas plantas serão cultivadas. “Os vasos precisam ter furos embaixo, uma camada de argila expandida e uma manta bidim (que ajuda a reter a água, regulando a umidade), se for necessário, embaixo da terra propriamente dita”, explica.
Para a proprietária da Gardênias Garden e Eventos, Nara Rachel Oliveira, a sensação de calmaria que as plantas trazem à casa é graças ao conceito de biofilia. Na avaliação dela, é uma técnica que consiste na junção do espaço construído com a natureza. “É uma ida ao passado, onde as plantas faziam parte da casa. E, com essa volta do verde, a nossa casa fica mais bonita e agradável", analisa.
Além de ser uma forma também de relaxar o corpo e a mente, entre alguns dos benefícios de manter plantas dentro de casa apontados por Nara, estão a purificação e o umedecimento do ar que circula no ambiente, o que também contribui para a redução de crises alérgicas.
Se você não tem um quintal para começar o novo hábito, existem muitas espécies que se desenvolvem bem quando colocadas em vasos individuais ou em jardins verticais dentro de casa.
Mas e se o ambiente for pequeno e não entrar muita luz? Isso também não é problema, segundo as especialistas consultadas. A dica é analisar o ambiente como um todo e o que você tem de ferramentas em casa para decidir que tipo de planta você pode cultivar com mais chances de sobreviver.
“De fato, é preciso ter certos cuidados referentes a espaço, luminosidade, tipos de vaso e rega, mas independentemente de você morar em uma casa, apartamento, estúdio ou quitinete, você pode ter plantinhas em sua casa”, assegura Nara.
Sala de estar
Se você tiver mais espaço, aposte em cactos e espadas-de-são-jorge (Sansevieria zeylanica), que, além de serem fáceis de cuidar, esta última, em especial, também conhecida como espada-de-ogum, popularizou-se nas religiões de matrizes africanas, por servirem como amuleto de proteção. Já outras pessoas acreditam, independentemente de doutrinas, que elas afastam energias negativas da casa – e até visitas indesejadas –, além de serem um símbolo de prosperidade.
Já para quem está com um cômodo menor, é melhor investir em plantas nos aparadores ou mesas laterais, como a aglaonema – inconfundível por ter folhas que mesclam o verde com outras cores, sendo a mais comum, o rosa –, o lírio-da-paz – ou Spathiphyllum wallisii, que produz uma flor branca, semelhante a uma pétala única e grande, com um pendão interno – e o antúrio – ou Anthurium, que, como o lírio, possui uma flor em formato de pétala, mas são comuns de serem vistas em cores quentes, como vermelho e laranja.
Para quem tem salas que recebem luz natural durante o dia, vale incluir philodendron e jiboias, que são trepadeiras de fácil cultivo e que chamam atenção pela beleza e pela flexibilidade de decoração do ambiente com seus galhos grandes e folhados.
Sala de jantar
Prefira sempre manter as plantas nesse ambiente o mais próximo da janela para oferecer a elas boa iluminação.
A ficus elastica é uma alternativa para quem quer deixar o ambiente mai leve. Famosa pela beleza das folhas, ela tem três variações: a variegata, com folhas que trazem manchas irregulares com nuances de tons de verde e branco; rubro ou burgundy, com folhas de coloração escura, brilho intenso na parte superior e o verso fosco; e a ruby, com folhas manchadas em tons rosados.
Em cima de uma prateleira ou estante, a peperômia (Piperaceae), que têm folhas com bordas claras, e a samambaia (Tracheophyta) são boas pedidas. A segunda é uma das espécies mais conhecidas no Brasil, além de ser de fácil cultivo e ainda pode ser pendurada facilmente no local de refeições sem que seus galhos extensos prejudiquem a circulação do ambiente.
Para quem não quer mesmo cuidar de plantas que exigem o mínimo de trabalho, uma opção é encher a casa de suculentas, capazes de armazenar água.
Já para quem não consegue colocar a planta em um lugar com iluminação, fique com as Zamioculcas, que têm folhagem vistosa e brilhante e não se acostuma com o sol direto. É uma planta resistente, que, culturalmente, atrai boas energias e não exige regas frequentes, somente duas a três vezes por semana, no máximo.
Quartos
A espada-de-são-jorge também é uma ótima opção quando se pensa em melhorar a qualidade do ar da sua casa. É de fácil cuidado, mas exige atenção para quem tem pets em casa, pois algumas subespécies podem produzir substâncias tóxicas.
Lírio-da-paz também é um queridinho para os quartos. Bonito e imponente, suas flores são capazes de agir aumentando a umidade do ar do ambiente.
Da mesma forma, o clorofito (Chlorophytum comosum), de pequeno porte, não demanda muitos cuidados, mas gosta de lugar com claridade. Essa planta também absorve alergênicos como mofo e poeira e a irrigação pode ser feita a cada dez dias. Ela também pode ser cultivada na água. Para isso, você precisa lavar bem as raízes para retirar o excesso de terra. Em um vaso de vidro, coloque pedriscos ou argilas e ajeite-o no centro. Depois, é só trocar a água uma vez por semana.
Cozinha
Para ter uma planta na cozinha, é necessário observar alguns itens, como a claridade, a temperatura e a ventilação do local. Desde que as mantenha longe do calor, as zamioculcas, espadas-de-são-jorge, violetas - Violaceae ou, ainda, amor-perfeito, conhecidas pelas flores em tom de roxo –, philodendron – que têm folhagens que mesclam verde escuro e mais claro e amarelo – são bem-vindos.
Para quem curte cozinhar, vale também apostar em plantas usadas como temperos para comida. Isso estimula, ainda, a redução do uso de sal na comida e em uma alimentação mais segura e saudável. Algumas ideias são: tomilho, salsa, coentro, cebolinha, alecrim, manjericão, hortelã e pimenta dedo-de-moça.
Banheiros
Por serem locais que geralmente têm pouca iluminação, a planta lança-de-ogum é altamente indicada. Ela tem folhas em formato de espada, grandes e pontudas, comumente colocada perto das portas de entrada das casas e apartamentos.
Áreas externas
Para quem tem varanda ou terraço, a palmeira-leque, também conhecida como Licuala grandis, é uma planta ornamental com folhas grandes na cor verde-brilhante, plissadas e margem dentada.
Outras opções são as variações da dracaena, como a Pleomele fita ou canção-da-índia e o pau d’água, que exigem que sejam colocadas em vasos maiores, mas, em compensação, incrementam ainda mais a decoração do ambiente.
Fonte: especialistas entrevistadas.
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