Uma das maiores mostras de arquitetura, design de interiores e paisagismo, a Casa Cor completa 35 anos de existência. De suas origens, em São Paulo, como um evento social, cultural e beneficente, a mostra se espalhou por 21 Estados do Brasil, além de seis países localizados no continente americano, como Peru, Bolívia, Paraguai e Estados Unidos.
E comandando a mostra está o capixaba de 34 anos André Secchin, atual diretor-geral da Casa Cor. Aos 28 anos, Secchin foi estudar nos EUA e quando retornou ao Brasil, integrou a Legion Holdings no Rio de Janeiro, empresa do Fabio Carvalho (atual proprietário do Grupo Abril e Casa Cor), trabalhando com investimentos em empresas em reestruturação e transformação corporativa.
Atualmente, como diretor-geral, Secchin é responsável pela supervisão dos novos produtos digitais, como o Tour 3D que permite a visitação on-line e o licenciamento da marca Casa Cor com produtos ou projetos.
Para falar sobre a mostra que tem se reinventado a cada ano e o que está planejado para o futuro, Hub Imobi entrevistou o diretor-geral da Casa Cor. Ele fala sobre as origens da mostra, como ela chegou à alcançar a importância e a abrangência dos dias atuais.
Conte um pouco sobre a história da Casa Cor.
Ela começou com o trabalho de duas mulheres que se inspiraram no formato de showhouse, muito popular na Europa [na tradução literal, é uma casa de exibição, termo equivalente a um imóvel decorado, mas que pode ser usado também para mostrar novidades de mobiliário, pisos, entre outros]. Elas trouxeram esse formato com foco em reverter parte da entrada em projetos beneficentes.
Qual a importância da Casa Cor para a decoração no Brasil?
Ela hoje é uma plataforma de visibilidade para que a indústria mostre suas novidades e onde o profissional, que é a grande estrela do projeto, tenha liberdade artística para se expressar como quiser. Somos a maior mostra de arquitetura, design e paisagismo das américas. Nosso propósito é levar experiências para proporcionar a melhor escolha em sintonia com o espírito do tempo em que estamos vivendo.
A Casa Cor também tem se mostrado bem adaptável, trazendo novos formatos.
Durante o período de isolamento, a Casa Cor adotou um novo formato, o Janelas [idealizado pelo próprio Secchin em 2020]. Ele foi criado em um momento tão difícil para todos nós, durante a pandemia e o período de isolamento social. No ano passado, a mostra foi retomada em 15 cidades e este ano, voltamos ao formato tradicional, com novas praças e recorde de visitação. A mostra que acontece este ano, na Paulista, conta a história da Casa Cor e registrou um público de 115 mil visitantes. É um novo formato, onde buscamos levar a mostra para um público que não tinha acesso a ela.
Como são escolhidos os locais onde acontecerá a mostra?
A escolha do local é feita com base nos pilares da marca e um deles é o resgate da memória. A experiência fica mais completa quando são abertos locais inusitados para acontecer, como é o caso do 38º BI, onde a mostra acontece pela segunda vez no Espírito Santo.
E o tema? Qual é a inspiração?
Todo ano é escolhido um tema que ajudará a nortear os profissionais. O tema da Casa Cor Espírito Santo deste ano é “infinito particular”. A intenção é resgatar o momento, durante a pandemia, em que todos estivemos presos, cercados por barreiras e tivemos o nosso próprio momento para buscar o que era singular, individual. A nossa busca pelo conforto, o aconchego e os materiais que remetem alguma origem e espiritualidade.
E como são escolhidos os profissionais?
Os profissionais são convidados a participar da mostra por meio de uma curadoria local. Essa equipe ajuda a avaliar os profissionais de acordo com os projetos que realizam e desejam levar para a Casa Cor. A mostra traz visibilidade para eles e seu trabalho.
A Casa Cor também traz muitas obras de arte e instalações. Fale um pouco sobre essa aproximação da arquitetura e design com a arte.
A arte é um dos pilares da Casa Cor, já que esta anda junto com a cultura. A arte traz uma qualidade quase incontestável para a mostra e antecipa a busca de tendências. Cada profissional é um curador de arte. Esta é pensada como um grande elemento que compõe o ambiente, aumentando a experiência do visitante, o que a diferencia de uma feira comum. As instalações e galerias que são realizadas dentro da Casa Cor colocam a arte como protagonista do espaço e ajudam a conhecer os artistas.
Quais as principais inovações que a Casa Cor trouxe para o setor?
A Casa Cor é uma mostra que possibilita a criação e a exibição de novos produtos como revestimentos, pedras ornamentais, equipamentos e mobiliário. Inovações, como o uso de contêineres para criar imóveis, arejadores nas torneiras para diminuir o consumo de água e uso de LED foram destaques de edições da mostra.
A sustentabilidade também tem sido um assunto bastante discutido na Casa Cor.
Sim, estamos buscando fazer uma melhor gestão dos resíduos com foco na sustentabilidade. Nossa obrigação é levar o respeito ao meio ambiente para a sociedade. Sustentável é saber o que está sendo construído e como aquilo impacta o meio ambiente, buscando soluções para compensar isso. Em São Paulo, por exemplo, fazemos a gestão dos resíduos: foi abolida a alvenaria e 100% dos materiais têm reutilização. Nosso foco é não onerar o meio ambiente e compensar o que foi feito.
O que podemos esperar da mostra para o futuro?
Nosso foco é continuar sendo a maior plataforma que proporciona mais experiências relacionadas ao espírito do tempo, que transcende o universo do morar. Nosso objetivo é nunca perder o DNA de dar liberdade aos profissionais para criar e permear outros territórios da arte e da cultura, por meio de seus projetos.
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