A possibilidade de conquistar a casa própria transformou a vida do topógrafo Jeiel da Silva, de 75 anos, um dos primeiros moradores de Ilha dos Bentos, em Vila Velha, bairro que surgiu a partir da construção de um conjunto de casas por meio de uma cooperativa habitacional. Ao lado da esposa e dos cinco filhos, ele se mudou para a região em abril de 1982, quando tudo começou por lá.
Durante um período de dificuldade financeira, Jeiel quase perdeu a casa em um leilão. Isso porque, quando chegou o período dos filhos prestarem vestibular, ele não hesitou na decisão: abdicou de pagar as parcelas do imóvel para investir em cursinhos preparatórios. Para recuperar a casa, chegou a fazer dois acordos até conseguir quitar o imóvel. "O que eu passei, gostaria de passar novamente se fosse preciso. Tudo para os meus filhos estudarem. Eu acredito que sou o pai mais feliz que existe.”
Mas esse movimento do cooperativismo habitacional, para Jeiel, não representou apenas a oportunidade de criar os filhos em uma residência de quatro quartos, com mais espaço. Foi também o ofício dele, que há 53 anos atua como topógrafo autônomo e trabalhou nos conjuntos residenciais que estavam sendo projetados na Grande Vitória, vendo de perto a transformação da cidade. “Eu trabalhei muito fornecendo serviços de topografia para as cooperativas construírem os conjuntos habitacionais do Inocoopes”, relembra ele, que mora no mesmo endereço até hoje.
Quem vê o aglomerado de prédios e casas em muitos bairros da Grande Vitória sabe que ali estão edificados os sonhos de diversas famílias de ter um imóvel, provavelmente o maior investimento que elas fizeram ao longo da vida. Mas, para muitos, essa conquista só foi possível de forma coletiva, a partir das cooperativas habitacionais. No Espírito Santo, essa iniciativa deu início ou potencializou o desenvolvimento de mais de 30 bairros, regiões que se transformaram de vazios urbanos a áreas cada vez mais valorizadas.
Criado em 1968 nos Estados para facilitar o acesso à moradia, por meio do então Banco Nacional da Habitação (BNH), o Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais do Espírito Santo (Inocoopes) foi o responsável por empreendimentos que deram origem ou desenvolveram bairros como Coqueiral de Itaparica, Itapuã, Novo México e Praia das Gaivotas, em Vila Velha; Jardim Camburi e Jardim da Penha, em Vitória; Laranjeiras, Barcelona, Porto Canoa, Castelândia e Serra Dourada, na Serra; além de áreas em municípios do interior do Estado, como Cachoeiro de Itapemirim, Linhares, Colatina e São Mateus.
Atuando no Inocoopes desde 1982, sendo presidente desde 2012, Aristóteles Passos Costa Neto viu grande parte dessa história ser construída. “Cooperativa habitacional é formada por pessoas de diferentes profissões, que não têm a expertise para contratar uma construtora, gerir uma obra... Então, era preciso ter essa célula técnica. Foi aí que o BNH estimulou a criação dos Inocoop em todos os Estados do Brasil, com a finalidade de prestar serviços de assessoramento às cooperativas”, explica.
Só que esse trabalho foi tão forte no Espírito Santo que o cooperativismo de habitação se confunde com o nome Inocoopes. Ao longo de 54 anos, foram entregues mais de 41 mil unidades, que representam mais de 150 mil pessoas unidas nesse propósito – se todos estivessem numa mesma cidade, seria a sétima mais populosa do Estado, à frente de Guarapari, Colatina e Aracruz, por exemplo.
Essa transformação se reflete não somente na vida dessas famílias, mas promoveu uma verdadeira mudança no perfil das cidades, desenvolvendo novas áreas e impulsionando o mercado imobiliário capixaba.
Aristóteles Passos Costa Neto
Presidente do Inocoopes
"As cooperativas de habitação representam hoje o sistema que mais produziu imóveis no Espírito Santo. Não existe nenhuma empresa do mercado que tenha produzido tanto imóvel quanto o Inocoopes junto às cooperativas. Eles deram início a bairros que hoje são consolidados, com toda infraestrutura e áreas altamente valorizadas"
Inicialmente, a característica desses empreendimentos era construir casas e apartamentos para a classe operária, pessoas que trabalhavam na indústria e no comércio e que não tinham capacidade financeira de comprar imóveis em regiões mais nobres. “Então, íamos avançando na periferia das cidades, onde existiam terrenos mais em conta, e muitas vezes tínhamos de levar infraestrutura de pavimentação, fazer parcerias para levar ônibus. Com o tempo, esses bairros foram valorizando, a cidade foi encostando neles e se tornaram as regiões que são hoje”, lembra o presidente do Incoopes.
Um exemplo é Jardim da Penha, que já existia como loteamento, mas ganhou forma na década de 1970 a partir de conjuntos de apartamentos para cooperativas formadas por comerciários, bancários, ferroviários, servidores públicos, entre outros.
“Esses prédios estão lá, firmes e fortes, até hoje. Em 1969, quando meu pai estava à frente da empresa, levou sindicatos até onde hoje é a Ponte de Camburi, que era de madeira, e disse: 'Estamos pensando em um terreno naquela região'. Eles viram aquele descampado, afinal, Jardim da Penha era um deserto, e falaram: 'Doutor, o senhor está querendo trazer a gente para esse fim de mundo?’. Ele respondeu: 'Fim de mundo, mas tem futuro. A cidade vai crescer.' E cresceu”, conta emocionado, sobre a visão empreendedora do pai, Arizio Varejão Passos Costa Neto.
Fotos antigas de Jardim da Penha
Já Laranjeiras, na Serra, começou com um conjunto de mais de mil casas e se tornou, com o passar dos anos, um dos metros quadrados mais valorizados da Grande Vitória. “Na Avenida Central foi impressionante. Casinhas pequenas foram sendo demolidas para dar lugar ao comércio. Foi, durante muito tempo, o metro quadrado mais caro para locação. Bancos pagavam caro para ter uma agência ali”, lembra.
Barcelona, na Serra, é outro que tem uma história interessante. “O bairro foi construído por uma cooperativa de sindicatos de trabalhadores da região, que era uma fazenda. Foram 3.112 casas embrião de 19 metros quadrados, que atendiam a famílias que recebiam menos de um salário mínimo, em terrenos de 200 metros quadrados. Mas já eram apresentados projetos de dois e três quartos, orientando como aquelas famílias poderiam ampliar a casa com o tempo”, recorda Aristóteles.
Também na década de 70, em Vila Velha, tudo começou com o Conjunto Militar, em Itapuã, com a construção de casas para uma cooperativa formada por sargentos do Exército. Muitos outros conjuntos de casas foram surgindo, como Araçás e Novo México, que inclusive ganhou esse nome por conta da Copa daquele ano, que deu o tricampeonato ao Brasil.
Mas um dos empreendimentos mais icônicos do Inocoopes na cidade é Coqueiral de Itaparica, onde foram construídas nada menos que 5 mil unidades nas conhecidas sete etapas. “O bairro recebeu esse nome porque ali era um grande coqueiral. O empreendimento foi considerado durante muito tempo o maior conjunto habitacional urbano da América Latina”, conta Aristóteles.
Fotos antigas de Vila Velha
Coqueiral de Itaparica cresceu tanto que a expectativa é que o próximo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponte que a população esteja entre 35 mil a 50 mil habitantes (o último levantamento, de 2010, indicava 15 mil moradores). É o que afirma o presidente da associação do bairro, Nelson Costa Rocha.
“Coqueiral, hoje, é o terceiro maior complexo residencial da América Latina. Temos o maior colégio eleitoral. São três supermercados, faculdade, bancos, posto de saúde, além de ter o ginásio esportivo – o Tartarugão – e a sede da prefeitura aqui. Ainda teremos a praça modelo de Vila Velha, que foi assinada recentemente a ordem de serviço”, comenta.
Nelson afirma que a região é bastante democrática. “No passado, o bairro era mais boêmio e hoje já é mais família. Tem uma população idosa, mas também bastante jovens. Aqui o pobre e o rico comem na praça, pagando o mesmo preço, ou seja, temos aqui uma alimentação acessível”, destaca Nelson.
AUTOFINANCIAMENTO POTENCIALIZOU LANÇAMENTOS PARA CLASSE MÉDIA
A partir da década de 1990, com a extinção do BNH, o Inocoopes passou a trabalhar com o sistema de autofinanciamento, o que permitiu o lançamento de empreendimentos mais voltados à classe média, para serem pagos em até 84 prestações sem juros, com correção pelo Custo Unitário Básico da Construção Civil (CUB) e entrega em etapas ao longo desse período, por lance ou sorteio.
“O último com financiamento bancário foi o Residencial Praia Camburi, com 444 unidades. Em 1991, lançamos o programa de autofinanciamento e funcionou muito bem, foram entregues mais de 10 mil unidades, voltadas para famílias com renda média de 10 salários mínimos. Camburi foi um mercado fértil para esse tipo de empreendimento, assim como Vila Velha, na região de Itaparica”, afirma Aristóteles.
Um dos grupos nesse formato que ainda está ativo é a Cooperativa Habitacional Vila das Garças (Coopgarças), que engloba empreendimentos como Recanto de Camburi, com 432 apartamentos de dois quartos em Jardim Camburi, Vitória, e o Residencial Portal dos Mares, lançado em 2007, com dois condomínios de 360 apartamentos de dois e três quartos cada, em Praia de Gaivotas, Vila Velha.
Aliás, o Portal dos Mares foi a oportunidade para o técnico em instrumentação Sérgio Luiz Arezzo, 44, que, na época, buscava um local para investir. “Soube do lançamento por veículos de comunicação. Descobri no estande de vendas que era uma cooperativa. Na época, eu tinha um preconceito de achar que esse tipo de imóvel era com acabamento inferior, só em local afastado, mas a realidade foi outra, não deixava a desejar para nenhuma construtora. Tomei conhecimento de como funcionava a cooperativa e achei muito interessante a flexibilidade de pagamento, pude comprovar que funcionava. Fiz um comparativo com unidades da região de padrão parecido, e o valor do imóvel ficou muito menor”, destaca.
Sérgio recebeu o apartamento de três quartos – no último andar e com uma bela vista da cidade – por sorteio em 2012, com o imóvel já quitado. Mas ele e a esposa, a securitária Luciana de Souza Santos Goltara, 40, só se mudaram para o local em 2021, após se casarem. “A gente gostou tanto daqui, da estrutura do condomínio, da região, que mudamos a ideia do investimento e decidimos morar. É muito gratificante ver a valorização e o desenvolvimento que essa região teve ao longo desses anos, agregando muito valor ao imóvel”, comemora com o pequeno Pedro no colo, primeiro filho do casal nascido em 1º de outubro, que eles querem ver crescer brincando na área de lazer do condomínio.
QUAL O FUTURO DAS COOPERATIVAS HABITACIONAIS?
Aristóteles Passos Costa Neto explica que o trabalho do Inocoopes consiste em localizar um terreno, desenvolver o projeto, orçar a obra, contratar uma construtora e desenvolver um empreendimento a preço de custo, oferecendo para os cooperados as melhores condições possíveis. “Esta é a essência da filosofia cooperativista: a cooperação de todo mundo em prol de um objetivo comum. Não existe a figura do lucro de incorporação e o imóvel acaba ficando de 10% a 20% mais em conta que produtos similares no mercado”, explica.
Ele observa que, com a expansão do financiamento bancário, por meio do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que chegou a injetar R$ 140 bilhões no mercado no ano passado, a juros nas menores taxas históricas, o autofinanciamento perdeu espaço – tanto que o instituto decidiu suspender, em 2020, seu mais recente lançamento, em Jardim Camburi, por conta dos impactos da pandemia do coronavírus na renda das famílias.
Coordenador nacional do ramo habitacional na Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), em Brasília, Aristóteles conta que o setor busca alternativas para se manter competitivo. “Estamos discutindo nacionalmente quais são os destinos do cooperativismo de habitação. Não é privilégio nosso esse problema, existe uma dificuldade de obter financiamento das atividades. Estamos trabalhando fortemente para encontrar uma solução que permita às cooperativas ter acesso a financiamento, ou a um fundo garantidor. Nosso propósito é discutir como podemos resgatar as cooperativas habitacionais que, durante muitos anos, fizeram um trabalho excelente no Brasil”, ressalta.
Na avaliação do diretor-executivo da OCB/ES, Carlos André Santos de Oliveira, o Carlão, o trabalho das cooperativas habitacionais no Estado é nobre e admirável. “Com a ajuda dessas cooperativas muitas pessoas já conseguiram realizar o sonho da casa própria, uma conquista que é desejada por muitos”, destaca.
Ele concorda que, além de realizar sonhos de muitos capixabas, esse segmento também contribuiu para o fortalecimento do próprio mercado imobiliário, movimentando a economia local e oferecendo condições diferenciadas para os seus cooperados.
Carlos André Santos de Oliveira
Diretor-executivo da OCB/ES
"Por essa razão, as cooperativas habitacionais têm e continuarão a ter um lugar de destaque na memória de muitos capixabas e na história do nosso modelo de negócio aqui no Espírito Santo"
COOPERATIVA FINANCEIRA TAMBÉM É ALTERNATIVA DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO
Enquanto as cooperativas habitacionais buscam um caminho para se manterem competitivas, diante do surgimento de linhas de crédito mais atraentes oferecendo a possibilidade quase que imediata de começar a morar no imóvel, uma outra vertente do cooperativismo ainda possibilita a realização do sonho de ter a casa própria.
Atualmente, o Sicoob, que é uma cooperativa financeira, tem disponibilizado linhas de crédito para adquirir imóvel. Segundo o gerente de Crédito e Agronegócio do Sicoob ES, Eduardo Ton, a linha de crédito está disponível para os associados e foi criada em 2017 com o objetivo de atender à demanda observada entre os cooperados.
Eduardo Ton
Gerente de Crédito e Agronegócio do Sicoob ES
"Dentro do Sicoob, as pessoas e empresas têm a segurança de obter soluções mais facilitadas e com menos burocracia em relação às instituições financeiras convencionais"
Para o futuro, segundo Ton, a expectativa é ampliar a liberação de recursos. “Principalmente com a tendência de crescimento imobiliário no interior do Estado, acompanhando o movimento contínuo que já acontece em nossa região Metropolitana”, complementa.
RECONHECIMENTO DO MERCADO
ALGUNS BAIRROS QUE SURGIRAM OU CRESCERAM A PARTIR DE COOPERATIVAS HABITACIONAIS:
VITÓRIA
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01
Jardim da Penha
Jardim da Penha se originou do Loteamento Sítio Queiroz ou Fazenda Mata da Praia. O nome surgiu porque a região era uma área plana, toda verde, contendo vegetação de restinga e de Mata Atlântica e podia-se visualizar o Convento da Penha de qualquer lugar. Até a década de 1970, só havia um empreendimento de casas geminadas, algumas residências particulares e os armazéns do Instituto Brasileiro do Café (IBC). Foram erguidos, na época, 1.136 apartamentos sem elevador para comerciários, bancários, ferroviários, servidores públicos e outros trabalhadores sindicalizados. As unidades variavam de 45m² a 80m² e a predominância era de apartamentos, pela característica de Vitória, que tinha poucos terrenos para expansão imobiliária. Imagem: Nestor Muller/Arquivo Gazeta.
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02
Jardim Camburi
Jardim Camburi surgiu de um loteamento aprovado em 1928 e, em 1986, foram construídas 100 casas. De propriedade da Imobiliária Camburi, a área compreende alguns conjuntos residenciais de prédios construídos por meio de cooperativas habitacionais, como Village de Camburi, Atlântica Ville e Residencial Clube. Em 1970, foi feito um loteamento complementar, o Balneário de Camburi, que tinha área total de 809.991,00m². O bairro é hoje o mais populoso da Capital, com mais de 39 mil habitantes (Censo de 2010) e um dos que mais crescem em Vitória. Com perfil jovem, é habitado principalmente por famílias mais novas ou pessoas que compraram o seu primeiro imóvel. Entre os seus diferenciais estão a quantidade de serviços oferecidos, que possibilitam aos moradores fazer tudo sem sair do bairro. Imagem: Gildo Loyola/Arquivo Gazeta.
VILA VELHA
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01
Itapuã
O bairro de Itapuã foi o berço da primeira cooperativa fundada sob orientação do Inocoopes, a CoopHABMI-VT, que construiu 76 casas, chamadas de Conjunto Militar, em 1964, no loteamento na Praia de Itapuã, a poucas quadras do mar, já que os terrenos nessa faixa eram mais caros. Antes disso, havia uma colônia de pescadores e o bairro foi construído em um local que antes era mangue. Já nos anos 1970, outros conjuntos habitacionais, como Costa Azul, Costa do Mar, Costa do Sol Universal, Abacateiros e Beira-Mar surgiram, contribuindo para o crescimento do bairro. Hoje, Itapuã é um dos endereços mais valorizados de Vila Velha, com poucas áreas para construção de novos empreendimentos. Imagem: Arquivo Inocoopes.
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02
Coqueiral de Itaparica
Coqueiral de Itaparica, como o próprio nome já diz, nasceu a partir de um loteamento feito em um coqueiral pertencente à família Oliveira Santos. A aquisição de parte dos terrenos foi realizada pelo BNH. O processo de edificação na região durou inicialmente, em cinco etapas, chegando a sete etapas que totalizaram 5.096 apartamentos (junho de 1981 a março de 1984). Pelo seu porte, Coqueiral de Itaparica foi considerado o maior conjunto habitacional da América Latina por um tempo, até outros empreendimentos maiores serem concluídos pelo país. Hoje, ocupa a terceira posição. Imagem: Cesar Inácio Nunes/Arquivo Gazeta.
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03
Região de Novo México
Jardim Colorado (318 casas), Jardim Asteca (344 casas), Jardim Guadalajara (209 casas), Novo México (845 casas), Ilha dos Bentos (354 casas) e Araçás (1.217 casas) foram projetos feitos em propriedades rurais, já que eram terrenos mais afastados do mar e possibilitaram valores mais competitivos. Uma curiosidade é que os nomes dos bairros derivados dos conjuntos Jardim Asteca, Guadalajara e Novo México foram inspirados pela Copa do Mundo de 1970, realizada no México, quando o Brasil foi tricampeão. Na foto, início de obras em Jardim Colorado. Imagem: Livro "A casa edificada"/Arquivo Inocoopes.
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04
Praia das Gaivotas
Praia das Gaivotas se originou após a aquisição de uma área que deu origem ao loteamento Gaivotas, onde foram construídas 1.078 unidades, entre apartamentos e casas. O conjunto que deu início a tudo foi entregue em 1990 e consistia, inicialmente, em 570 casas, sendo que algumas delas hoje deram lugar ao comércio e mesmo a prédios de dois andares, modificados pelos próprios moradores. Posteriormente, o bairro cresceu ainda mais, recebendo mais projetos de cooperativa habitacional, como os residenciais Andorinhas, com apartamentos de quatro andares, quadras com prédios independentes de 10 pavimentos e, mais recentemente, o condomínio Portal dos Mares, com 720 unidades. Na foto, vista do bairro atualmente. Imagem: Flávia Martins.
SERRA
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01
Planalto de Carapina, Jardim Limoeiro, São Diogo e Chácara Parreiral
Na Serra, concentrou-se a construção de casas, principalmente no Planalto de Carapina, e depois vieram os apartamentos. Jardim Limoeiro se iniciou de um loteamento de mesmo nome. De junho de 1973 a fevereiro de 1976, foram feitas as primeiras casas para cooperados, totalizando 583 unidades, distribuídas nos bairros São Diogo I (160 casas), São Diogo II (163 casas) e Chácara Parreiral (260 casas). Na imagem, registro de São Diogo II. Imagem: Livro "A casa edificada"/Arquivo Inocoopes.
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02
Laranjeiras
Foi na Serra que o programa teve a sua primeira experiência em conjunto habitacional de grandes proporções, resultando no surgimento do Residencial Laranjeiras, com 1.855 casas de 36m² a 80m², em um terreno de 1 milhão de metros quadrados, próximo ao Civit. Hoje, se tornou a região comercial mais valorizada da cidade, com o preço de metro quadrado entre os mais altos no Estado. Imagem: Livro "A casa edificada"/Arquivo Inocoopes.
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03
Serra Dourada e Barcelona
O Residencial Laranjeiras foi ponto de partida para outros empreendimentos: Serra Dourada I, II e III (total de 2.948 casas, entregues de 1979 a 1982) e Barcelona, antigo Granjas Novas (3.112 casas, em junho de 1984). Esse foi o maior empreendimento de casas integradas construídas no Espírito Santo com recursos do BNH e repassados pela Caixa por meio do programa Nacional de Habitação para o trabalhador Sindicalizado de Baixa Renda (Prosindi), tendo a adesão de 19 sindicatos. Uma curiosidade é que por ser um projeto com foco em famílias de baixa renda, havia moradias chamadas de casas-embrião com 19m². Elas vinham com um planejamento para que pudessem ser ampliadas conforme a renda familiar melhorasse. Na foto, estão os conjuntos habitacionais em Serra Dourada, Calabouço (Eldorado), Porto Canoa e Mata da Serra. Imagem: Livro "A casa edificada"/Arquivo Inocoopes.
INTERIOR DO ES
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01
Norte a Sul do Estado
Fora da Grande Vitória, as cooperativas habitacionais chegaram a cidades como Cachoeiro de Itapemirim (bairros BNH e Aeroporto), Colatina (Conjunto Moacyr Brotas), Linhares (bairros Jardim Laguna e Lagoa do Meio), São Mateus (bairro Inocoopes) e Ibiraçu, totalizando 2.001 casas e 168 apartamentos. Em Anchieta, o Inocoopes deu assessoria à Samarco para a construção de unidades habitacionais para funcionários da empresa. Na foto, entrega de chave em conjunto habitacional de Cachoeiro. Imagem: Livro "A casa edificada"/Arquivo Inocoopes.
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