A novela envolvendo as equipes McLaren e Alpine e o piloto Oscar Piastri acabou nesta sexta-feira (2), poucos minutos antes do início do segundo treino livre do GP da Holanda de Fórmula 1. Após decisão favorável do Conselho de Reconhecimento de Contrato (CRB, na sigla em inglês), a McLaren oficializou a contratação do jovem australiano, que vai substituir o compatriota Daniel Ricciardo em 2023.
Piastri acertou contrato de "múltiplos anos" com a tradicional equipe da F-1 e será o parceiro do britânico Lando Norris a partir da próxima temporada. Ricciardo vai seguir com a McLaren somente até o fim deste ano. A Alpine segue com um assento vago no grid de largada para 2023.
A novela, que tinha Piastri como protagonista, foi encerrada após decisão da CRB, que é independente da F-1 e da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Um tribunal definido pela CRB se reuniu na segunda-feira para avaliar o caso e divulgou seu veredicto nesta sexta.
"O tribunal emitiu uma decisão unânime de que o único contrato a ser reconhecido pelo Conselho é o contrato estabelecido entre a McLaren Racing Limited e o Sr. Piastri, no dia 4 de julho de 2022", anunciou o CRB. A Alpine já se manifestou alegando que o caso está encerrado para eles também, sem qualquer chance de pedido de recurso.
A polêmica teve início com uma inesperada "dança das cadeiras" às vésperas do recesso de verão europeu da F-1. No fim de julho, o alemão Sebastian Vettel anunciou que iria se aposentar ao fim do ano, deixando a Aston Martin. Dias depois, a equipe contratou o espanhol Fernando Alonso para substituir o alemão, numa decisão que surpreendeu o mundo da F-1. Alonso tem longa história com Renault, que deu lugar à Alpine na F-1.
Sem o espanhol, a Alpine decidiu promover o piloto reserva Oscar Piastri a titular em 2023. O anúncio, contudo, foi feito sem o conhecimento do jovem australiano, que no mesmo dia desmentiu a contratação em seu perfil oficial nas redes sociais. Isso porque Piastri já havia negociado com a McLaren e tinha até contrato assinado, ainda não divulgado.
A Alpine criticou a decisão de Piastri e alegou que tinha contrato com o piloto. O australiano, de fato, tinha vínculo com a equipe francesa. Ele foi formado na academia do time e é atualmente piloto reserva do time. Mas Piastri alegava que seu contrato não era válido para se tornar titular em 2023.
A polêmica tomou conta do mundo da F-1 e a Alpine ameaçou acionar a Justiça para resolver o caso. Entrou em ação, então, o Conselho de Reconhecimento de Contrato para decidir qual contrato de Piastri era válido, com a Alpine ou com a McLaren. A decisão, anunciada nesta sexta, favoreceu o time britânico, que enfim pôde oficializar a contratação do jovem australiano.
O piloto de 21 anos é uma das maiores apostas da F-1 dos últimos anos. Ele foi campeão de forma dominante em quase todas as categorias que competiu na base do automobilismo. Como estreante, levantou o troféu na Fórmula Renault em 2019, na Fórmula 3, em 2020, e na Fórmula 2, no ano passado. Sua entrada na F-1 já era aguardada desde o título no fim do ano passado.
"Estou extremamente empolgado para fazer a minha estreia na F-1 numa equipe com tanto prestígio quanto a McLaren e sou muito grato pela oportunidade que me ofereceram. A equipe tem uma longa tradição em dar chances para jovens pilotos e estou ansioso para trabalhar duro ao lado de Lando para levar a equipe novamente para a frente do grid", celebrou o australiano.
Piastri vai substituir, por coincidência, outro australiano. Ricciardo tinha contrato até o fim de 2023 com a McLaren, mas uma cláusula permitiu o fim precoce do seu vínculo. O time optou por encerrar o contrato antes do previsto por conta das apresentações abaixo do esperado neste ano. Ricciardo foi superado por Norris em praticamente todas as etapas da temporada até agora.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.