A Trilha do Tropical, uma das mais conhecidas e utilizadas do Parque Estadual Paulo César Vinha, em Guarapari, serviu como um termômetro durante e após o incêndio que atingiu o local em 2022. O verde deu lugar ao cinza entre os meses de setembro e outubro. Mas o mesmo local onde o fogo começou, naquele dia 22 de setembro, voltou a ser verde. A regeneração do parque contou com voos de drone, que permitiram um monitoramento frequente e preciso, e com o cuidado diário de servidores estaduais.
No primeiro episódio, imagens exclusivas feitas por A Gazeta mostraram a linha de frente de combate ao incêndio. Neste segundo episódio da websérie Regenerar, a reportagem de A Gazeta mostra como a tecnologia foi estratégica no parque após o incêndio e toda a dedicação dos trabalhadores do local desde então.
A observação de uma área como o Parque Estadual Paulo César Vinha, que ocupa 1.500 hectares, não poderia ser feita apenas a olho nu, por exemplo. Em meio à destruição causada pelo incêndio, a tecnologia foi uma aliada essencial.
Os voos de drone, que durante os 34 dias de incêndio foram utilizados para monitorar e compreender quais eram as áreas de combate prioritário, passaram a ser úteis também na recuperação.
Quem comandava os voos de drone um mês após o fim do incêndio era o servidor do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) Sandro Rodrigues. Ele contou à reportagem de A Gazeta que cerca de sete mil fotos eram registradas no ar para que houvesse um diagnóstico sobre a evolução das áreas.
Sandro Rodrigues
Servidor do Iema
"O monitoramento da área incendiada é feito por uma série de fotos, mais de sete mil fotos. Assim a gente pode ter um comparativo ao longo do tempo. É possível ver áreas que se regeneraram melhor e as que tiveram mais dificuldade"
A promessa, segundo Sandro Rodrigues, é voltar a voar com o drone no local para continuar acompanhando a evolução do local.
Para o atual gestor do parque, Georges Mitrogiannis, a utilização do drone permite maior eficiência no monitoramento da região.
"Aumentou muito a nossa eficiência. O monitoramento de uma área que demorávamos semanas, agora é feito em horas com o drone. Com as imagens, podemos ver se vamos entrar com plantio de mudas ou permitir a regeneração sem interferência", afirmou Georges Mitrogiannis.
Além do uso da tecnologia, também foi necessário o cuidado dos servidores que estão diariamente no Parque Estadual Paulo César Vinha. Quem esteve no local na época do incêndio relata com tristeza o ocorrido.
A servidora Juliana Salgueiro trabalha e frequenta o parque há 18 anos. Neste período, encarou três incêndios tratados como os piores da história do local: 2008, 2014 e o último, em 2022. Apesar da lamentação, ela faz questão de ressaltar a força própria da natureza.
Juliana Salgueiro
Servidora do Iema
"Quando você vê que o ambiente começa a ficar mais verde, não está mais preto, não está mais cinza, aí você vê que tem esperança. A natureza está se regenerando"
O relato de Juliana Salgueiro é comprovado nas imagens. A Trilha do Tropical, local onde, segundo o Corpo de Bombeiros, começou o incêndio, agora está com a cor verde característica. Ainda que algumas árvores maiores deem um indicativo de que o fogo passou por ali, o verde da natureza viva é predominante.
A regeneração é valorizada por todos que assistem a volta ao normal do Parque Paulo César Vinha. Apesar da retomada do verde, há preocupações sobre as espécies da fauna e da flora que podem ocupar o local em um cenário de recente destruição. Em casos como esse, segundo o gestor Georges Mitrogiannis, é necessária a permanente observação do local.
3º episódio traz potencialidades do parque para economia e turismo
O Parque Estadual Paulo César Vinha tem uma área aproximada de 1,5 mil hectares, o equivalente a 1.500 campos de futebol. O parque em Guarapari ocupa uma área 150 vezes maior que o Parque Pedra da Cebola, localizado entre os bairros Jardim da Penha e Mata da Praia, em Vitória. O tamanho da área e a diversidade de espécies fazem com que o local seja uma unidade de conservação importante do Espírito Santo.
A preservação do parque tem também objetivos educacionais, científicos e recreativos. As paisagens são um convite aos capixabas e aos turistas de outros lugares do Brasil, como o 3º episódio da websérie vai motrar. O terceiro e último episódio será exibido nesta quarta-feira (7).
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