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Deslizamentos, enchentes e erosões: ES tem 325 mil pessoas em áreas de risco

Deslizamentos, enchentes e erosões: ES tem 325 mil pessoas em áreas de risco

Levantamento feito por A Gazeta mostra como as mudanças climáticas somadas à ocupação desordenada das cidades aumentam o risco de vida da população

Publicado em 30 de outubro de 2024 às 18:25

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O aposentado Getúlio Bolzan, morador de Alta Saudade, zona rural de Muniz Freire, perdeu a casa em um deslizamento de terra e diz que escapou da morte:
Deslizamento de terra deixou rastro de destruição na cidade de Muniz Freire em 2020. (Fernando Madeira)
João Barbosa
Repórter / [email protected]

Pelo menos 325 mil capixabas vivem em áreas de risco de deslizamento, queda de blocos, enxurradas e inundações no Espírito Santo. Números do Serviço Geológico do Brasil (SGB) mostram que o Estado conta com pelo menos 1.180 áreas de risco geológico, sendo 475 de risco muito alto e 705 de risco alto. Desses pontos, 260 são ligados ao processo de inundação, como mostra reportagem de A Gazeta, expondo como as mudanças climáticas somadas à ocupação desordenada das cidades aumentam o risco de vida da população.

Tudo isso é potencializado por chuvas intensas, mudanças bruscas de temperatura e erosões litorâneas com alto potencial destrutivo que, segundo especialistas, vão se tornar ainda mais frequentes.

Entre as tipologias estudadas pela estatal, o principal risco geológico no Estado é o de deslizamento de terra, com 785 pontos, seguido pelo de inundação. Além destes, há também levantamento de 48 pontos com risco de queda de rochas, 35 de enxurrada, 30 de erosão do solo e outros 22 pontos ligados a eventos como enchentes, rastejo e fluxo de detritos.

Somados os pontos, 325.934 pessoas estão em áreas de risco, o que representa aproximadamente 8,5% da população capixaba, estimada em 3.833.712 milhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Deslizamentos, enchentes e erosõe: ES tem 325 mil pessoas em áreas de risco
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Nesses estudos, levamos em consideração os indícios identificados na vistoria e, no caso de inundação, por exemplo, o histórico de ocorrências no Estado

Diogo Rodrigues
Chefe do Departamento de Gestão Territorial do SGB
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Segundo o SGB, as condições de risco são explicadas por dois elementos: suscetibilidade e a vulnerabilidade. Juntos, eles são potencializados pela probabilidade de eventos climáticos extremos como inundações, alagamentos, deslizamentos, raios e ondas de frio e calor.

O risco é aumentado quando terrenos são ocupados de forma desordenada, com construções à margem de rios e lagos, por exemplo.

De 2013 a outubro de 2024, o Espírito Santo registrou cerca de 690 ocorrências ligadas a desastres naturais como deslizamentos de terra, corridas de massa, enxurradas e alagamentos. Como resultado, pelo menos 195 mil pessoas foram afetadas, 451 morreram e R$ 9,2 bilhões foram contabilizados em prejuízos públicos e privados, como mostram dados da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Cepdec).

O que a população pode fazer para se prevenir?

No Estado, a população pode contar com plantões do Cepdec, que realiza mapeamentos, monitoramento, previsão e alerta de eventos meteorológicos, hidrológicos, geológicos e oceanográficos. As informações sobre os levantamentos feitos pelo órgão são compartilhadas com a Defesa Civil das cidades capixabas e com demais componentes do Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil, visando a prevenção de danos e riscos para a população.

Segundo o órgão, o Estado tem ferramentas e efetivo suficientes para as situações de risco. Entretanto, cabe aos municípios o entendimento sobre as áreas de risco e as atividades para orientação à população.

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