A compra de uma motocicleta usada requer alguns cuidados para que o comprador possa se resguardar de golpes e fazer um bom negócio. Embora o preço atrativo de uma usada seja tentador, é aconselhável manter a cautela quando ela estiver bem abaixo do valor de mercado. Quando uma moto nova deixa a concessionária, seu preço inicial sofre uma depreciação de cerca de 15%, seguida por uma média de 10% ao ano, dependendo do modelo. Assim, consultar indicadores como a Tabela Fipe é fundamental para verificar o preço real e evitar armadilhas.
Conhecer quais são os golpes mais praticados e ficar esperto com qualquer indício de estar sofrendo um deles ajuda bastante. No “golpe do estrangeiro”, o fraudador alega que o motivo da venda é o fato de o antigo dono ter viajado ao exterior sem tempo de regularizar o veículo. Supostamente, é isso que leva o anúncio a ter um preço mais competitivo.
Já no “golpe do drama familiar”, o fraudador alega que está vendendo a moto porque ela está envolvida em algum trauma familiar, como, por exemplo, acidente de um filho. Ele até apresenta ao comprador os documentos da moto, nos quais consta que ela está regularizada e com tudo em dia. Então, pede um sinal, argumentando que existem outras pessoas interessadas na compra. No entanto, após receber o pagamento do sinal, o suposto vendedor some.
A plataforma de consulta veicular Olho no Carro ajuda a elaborar uma lista com sete dicas que podem evitar dores de cabeça para o comprador. Confira abaixo:
1) Desconfiar de preços muito abaixo do esperado – Antes de qualquer coisa, fazer uma pesquisa ampla sobre o modelo que se deseja comprar e verificar aspectos como ano e quilometragem da moto. Diante disso, estimar um valor médio que os anunciantes estão pedindo. Ao encontrar anúncios muito baratos, desconfiar. “Um preço muito baixo pode indicar problemas, como histórico de acidentes, participação em leilões ou até mesmo golpes. Mesmo uma avaria considerada de média monta pode impactar o desempenho da moto’, alerta Cleverson Carvalho, especialista em seminovas da Honda Blokton, maior rede de concessionárias de motos do Paraná.
2) Fazer uma avaliação presencial antes da compra – Jamais fechar um negócio sem ver a moto. É nessa visita presencial que haverá a oportunidade de avaliar se a motocicleta está riscada, batida ou tem algum sinal de reparo, como diferenças na pintura.
3) Fazer um test-ride – É importante solicitar ao vendedor a oportunidade de dar uma volta na motocicleta antes de fechar negócio. Se depois de experimentar a motocicleta ainda houver dúvidas, não hesitar em levá-la a um mecânico de confiança. “Um teste de condução permite avaliar o alinhamento do chassi, sistema de suspensão, pneus e freios, além de identificar eventuais desconfortos e irregularidades. Ainda é necessário certificar-se se a ciclística do veículo atende ao que se procura, especialmente em relação ao desempenho”, orienta o especialista.
4) Consultar a placa da moto – Para ter mais segurança na negociação de uma moto seminova, é essencial saber se a documentação dela está em dia e se seu histórico passa a confiança necessária para que a compra seja concretizada. Apenas com a placa, é possível fazer uma consulta de vários itens.
5) Pesquisar sobre o vendedor – A internet e as plataformas virtuais possibilitam que pessoas falsifiquem suas identidades. Por isso, é fundamental fazer uma pesquisa sobre o vendedor para entender se ele realmente existe e se há algum indício de descrédito em relação a ele ou ao seu anúncio.
6) Não dar sinais – Na pressão para fechar logo o negócio, alguns vendedores podem pedir um sinal. No entanto, isso não é recomendado, pois pode se tratar de um golpe.
7) Comunicar-se – Muitos golpistas se utilizam da falta de comunicação entre comprador e vendedor para aplicar golpes a partir da clonagem de anúncios. Desconfie de vendedores que instruem a não falar sobre valores e outras questões na hora que for ver a moto, independentemente do motivo que derem para isso. Procure conhecer o máximo possível sobre a idoneidade da pessoa que está vendendo a moto.
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