Boa parte da indústria automotiva tem parado por alguns dias (ou meses) ou mesmo reduzido a produção por conta da falta de insumos e também de pessoal, causada pela pandemia do novo coronavírus. O reflexo disso pode ser visto nas revendas de carros usados e seminovos, onde há escassez de veículos, resultando no aumento de preços, e também em filas de espera nas concessionárias de até seis meses, dependendo do modelo procurado.
Um exemplo é o Grupo Mult, que está com estoques baixos e modelos mais procurados como Nissan Kicks, o novo Nissan Versa e a Mitsubishi L200 Triton estão com fila de espera que varia de 60 dias a até seis meses. A falta de componentes na fabricação dos modelos tem sido o principal entrave, levando a Nissan, por exemplo, a adotar férias coletivas para a fábrica em Resende (RJ), no dia 26 de março, com previsão de retomar a produção no dia 12 de abril.
Segundo o presidente do Grupo Mult, Marral Lage, “tudo vai depender da evolução da pandemia e da retomada das fábricas” para a normalização do atendimento. Como alternativa, a empresa tem sinalizado os modelos disponíveis em estoque e dado clareza no prazo de entrega para os clientes.
Outro modelo que tem enfrentado filas de espera é a Fiat Strada. São cerca de 90 dias até o carro chegar, parte por conta da alta demanda do modelo, que esteve entre um dos mais aguardados, no ano passado, e já começa a disputar o páreo com o Chevrolet Onix, campeão de vendas há cinco anos. Tanto que a picape já é líder de mercado no Espírito Santo, ocupando o primeiro lugar em vendas, segundo aponta a responsável pelo marketing da Podium, Layza Prachedes Rolim.
“A procura foi muito grande e acabou gerando uma fila, além da falta de componentes para a produção, houve o aumento de vendas. Essa tem sido uma situação esporádica que todos estamos vivenciando. O mercado automotivo também foi impactado e como consequência, a produção de carros tornou-se mais lenta e por isso o prazo de entrega ficou estendido”, disse.
A alta nas vendas tem sido uma constante na maioria das concessionárias do Estado. Segundo o gerente de marketing da Vessa, Murilo Larrubia, a empresa tem verificado uma alta de procura por veículos zero km de 20% a 25% maior do que no mesmo período no ano passado.
A concessionária também tem dito uma fila de espera de 30 a 90 dias, principalmente na linha Chevrolet Onix e da Chevrolet Tracker. “Estamos deixando todos os clientes informados referente ao prazo estimado de entrega e todos têm entendido, mas alguns têm optado por comprar outros veículos do estoque da Vessa em promoção para não esperar na fila”, conta.
Por conta da parada nacional da produção da GM, ele adianta que a concessionária está com as últimas unidades em estoque do Onix, que é o modelo mais procurado da marca. “Varia muito e depende muito dos modelos. É importante consultar o que existe em estoque e o que está com fila de espera. Dependendo do modelo e versão, chega a, no máximo, 90 dias. Mas a média está em 30”, explica.
Já a CVC Vitória possui espera para modelos mais específicos e informa que os estoques dos carros com maior saída estão normalizados. Segundo o gerente comercial da concessionária, Rodolpho Albert, versões de modelos mais procurados com menor produção, é preciso esperar, ou pode-se optar por migrar para outras configurações.
“A GM vai dar uma pausa de produção em abril e maio e retorna em junho, na linha Onix. Mas os outros modelos continuarão a ser produzidos. Vamos trabalhar com o que temos em estoque e o que chegar da produção. Também temos migrado clientes para veículos com valor e configuração aproximados, mais adequados ao que ele procura, caso a urgência de compra seja maior”, observa.
Outra concessionária que está com estoques abastecidos é a Caoa Chery do Grupo Prime. Com estoques estáveis para praticamente todos os modelos, pode acontecer de faltar uma cor ou modelo específico. “O tempo máximo para atendimento destas exceções tem sido de 30 dias. Na Caoa Chery a procura vem aumentando sim, dia após dia, mas devido ao crescimento da marca no Brasil e em nosso Estado”, destaca o gerente comercial corporativo do grupo Prime, Antônio Soares.
O mesmo acontece nos estoques dos veículos da Tai Motors, uma vez que o diretor Paulo Henrique Daltin avalia que a escassez de modelos zero km representou pouco para a empresa até agora. “Mas somos uma exceção, pois nossos estoques sempre são muito amplos. Agora é que podemos ter a falta de versões específicas para alguns modelos. Nesse caso, será preciso encomendar direto da fábrica”, pontua.
Por outro lado, Paulo Henrique Daltin chama a atenção para a questão do reajuste de preços. “Os preços estão aumentando, por conta do valor dos insumos. O aço, por exemplo, aumentou 40%. Portanto, o consumidor tem que estar atento se for comprar, porque este é um bom momento”, aconselha.
A empresa informou que a fábrica de Araquari (SC) realocará sua produção do dia 1º de abril (quinta-feira) para sábado, 24 de abril em função do atraso logístico causado por conta do mau tempo. Assim, a fábrica vai ficar fechada entre os dias 1 e 5 de abril (contando os feriados de Sexta-feira Santa, 2 de abril, e do aniversário de Araquari, 5 de abril). O retorno à produção acontece no dia 6 de abril.
A empresa respondeu que “não vai se posicionar sobre o assunto”.
A fábrica de Gravataí (RS) está parada por falta de insumos (semicondutores). Unidades de Joinville (SC), São Caetano do Sul e São José dos Campos, ambas em São Paulo, seguem trabalhando normalmente.
A fábrica de Jacareí (SP), onde são montados alguns modelos da Caoa Chery, não tem previsão de suspender suas atividades. A empresa informou que a unidade não enfrenta falta de peças e segue acompanhando as recomendações e medidas dos órgãos públicos em relação à pandemia de Covid-19. Já a fábrica de Anápolis (GO), que produz veículos da Hyundai e da Caoa Chery não enviou resposta até o momento.
Até o momento, todas as fábricas do grupo (Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën) – Porto Real (RJ), Betim (MG) e Goiana (PE) – seguem produzindo.
A Honda decidiu no dia 26 de março que pararia suas linhas de produção de automóveis nas unidades de Sumaré e Itirapina, ambas em São Paulo, entre 30 de março e 9 de abril. A retomada está prevista para 12 de abril.
Vai parar a produção na fábrica de Piracicaba (SP) de 29 de março a 4 de abril em apoio às medidas locais anunciadas contra a Covid-19.
A fábrica de Itatiaia (RJ) segue operando normalmente, com reforço nas medidas de higiene e de segurança implementados. Os responsáveis pela planta informaram que monitoram a evolução da pandemia.
Vai suspender as operações das fábricas de São Bernardo do Campo (SP) e de Juiz de Fora (MG entre os dias 26 de março e 5 de abril.
Por enquanto, a produção na fábrica de Catalão (GO) segue normal.
Vai adotar férias coletivas em sua fábrica de Resende (RJ) até 9 de abril, com a produção sendo retomada no dia 12 de abril.
A empresa suspendeu a produção na fábrica de São José dos Pinhais (PR) a partir de 29 de março e só retornará no dia 5 de abril e disse que “os dias não trabalhados serão compensados oportunamente”.
Vai suspender a produção na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) até 4 de abril.
Inicialmente, a empresa informou que vai seguir a recomendação de diversas prefeituras e antecipar os feriados entre os dias 26 de março e 4 de abril, com o retorno às atividades no dia 5 de abril. Com isso, as fábricas de Porto Feliz, São Bernardo do Campo e Sorocaba (SP) vão ficar fechadas durante o período, exceto a unidade de Indaiatuba, que retorna no dia 6.
Primeira montadora a anunciar a paralisação temporária, por conta do aumento nos casos de Covid-19, vai interromper suas atividades nas três unidades que possui no País (São Bernardo do Campo e Taubaté, em São Paulo e São José dos Pinhais, no Paraná) até o dia 5 de abril.
Produção na fábrica de Resende (RJ) será interrompida de 29 de março a 4 de abril.
A fábrica de Curitiba está operando com capacidade de produção reduzida em 70% desde o dia 23 de março, por conta da falta de semicondutores e também para ajudar no combate ao novo avanço da pandemia. A medida, que impactou 2 mil dos 3,7 mil colaboradores que a empresa possui, está prevista para durar até o fim de março.
Fonte: Automotive Business
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