O drama dos dois capixabas que, junto com cerca de 50 brasileiros, estão impedidos de sair do Peru após o país decretar o fechamento de todas as fronteiras na última segunda-feira (16) por conta do coronavírus, pode estar perto de chegar ao fim. A Embaixada do Brasil em Lima informou nesta terça-feira (17) que conseguiu a liberação dos turistas com o Governo peruano. Agora, a negociação é com as companhias aéreas.
Tudo começou quando os turistas foram orientados a procurar o aeroporto para retornar ao Brasil, já que as fronteiras seriam fechadas. Mas ao chegarem ao aeroporto, já não era mais permitida a saída do país e eles foram informados da determinação de quarentena até o dia 1° de abril, mesmo sem apresentarem sintomas. Apesar disso, eles tiveram dificuldades para serem aceitos em hotéis e não há autorização para dormir no aeroporto.
Desesperados, os brasileiros pediram socorro ao Ministério das Relações Exteriores. O grupo passou cera de 16 horas no aeroporto atrás de uma definição. Como não houve, cada um teve que conseguir um lugar para dormir, por conta própria e enfrentando dificuldades.
"O hotel que nós estávamos disse que iria fechar por determinação do Governo. Mas no fim da segunda-feira (16) acabaram nos aceitando de volta por uma única noite, pois fomos pegos de surpresa e não tínhamos para onde ir. A maioria dos hotéis estão cheios ou não nos aceitam porque vão fechar", explicou o fisioterapeuta Max Miller Miranda, de 39 anos, que está em Cusco com a mulher, a também fisioterapeuta Kellen Alasia Miranda, de 35 anos.
Mas nesta terça (17), brasileiros que estão em Lima conseguiram uma resposta da Embaixada do Brasil, que afirmou ter conseguido a liberação dos turistas. Procurado, o Itamaraty informou que está acompanhando a situação do grupo que tenta retornar ao Brasil após a decretação do estado de emergência por parte do Governo peruano em decorrência do COVID-19.
"A Embaixada do Brasil em Lima realizou ontem e hoje gestões em alto nível junto às autoridades peruanas e logrou obter hoje autorização para a saída dos turistas brasileiros. No momento, estão sendo mantidas conversas com companhias aéreas, com vistas a mobilizá-las para viabilizar o rápido regresso dos brasileiros. Além disso, a Embaixada em Lima está solicitando às autoridades peruanas que atuem junto a associações de hotéis em Cusco para que assegurem a necessária hospedagem aos turistas brasileiros durante a estada no Peru".
De acordo com os turistas, foi orientado pela Embaixada do Brasil em Lima que eles reservem lugares para ficar apenas por uma noite, sucessivamente, conforme a necessidade. A orientação é pela expectativa de que eles consigam sair do Peru o quanto antes.
Também procurada, a LATAM - companhia aérea onde parte dos brasileiros comprou as passagem, incluindo os capixabas, informou que a empresa ainda não foi oficialmente informada e que se posicionará após uma atualização.
"Acordei de madrugada atrás de um lugar para ficar nas próximas noites. A maioria está lotado ou fechado. Por sorte, consegui um quarto. Está muito difícil. Os supermercados estão fechando, a gente tenta sair para encontrar comida, mas a polícia manda voltar para a quarentena. Sendo que tem turista que nem tem lugar pra voltar, está na rua atrás de hospedagem. Quem ta no interior não consegue ir para as grandes cidades. Agora estamos na expectativa do Itamaraty conseguir fazer com que as companhias aéreas adiantem nosso voo", disse o fisioterapeuta.
A orientação do governo brasileiro é que os turistas se registrem por meio de formulário na página da embaixada, que entrará em contato. A orientação do Itamaraty é aguardar retorno e evitar burlar a quarentena imposta pelo governo peruano.
Devido às restrições, a embaixada está funcionando em regime especial de plantão para atendimento remoto. A recomendação para entrar em contato é pelo e-mail [email protected] ou pela página da Embaixada de Brasil en el Peru no Facebook. Emergências devem ser informadas pelos números de plantão +51 985 039 263 ou +51 985 039 253, preferencialmente por WhatsApp.
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