Paralisações temporárias em fábricas pelos Estados Unidos estão se tornando fechamentos permanentes, em um sinal do grande estrago provocado pela pandemia no setor industrial. Fabricantes de louça na Carolina do Norte, de espuma para móveis no Oregon e de tábuas de cortar no Michigan estão entre as empresas fechando fábricas nas últimas semanas. A Caterpillar informou que planeja fechar fábricas na Alemanha, enquanto a fabricante de barcos e motocicletas Polares deve encerrar uma fábrica em Syracuse, Indiana, e a fabricante de pneus Goodyear fechará outra em Gadsden, Alabama.
O setor industrial tem diminuído como parcela da economia dos EUA há décadas. A produção manufatureira superou no ano passado o pico anterior de 2007, mas o emprego nas fábricas nunca retornou aos níveis atingidos antes da crise financeira.
Os fechamentos recentes sugerem que uma parcela crescente dos empregos perdidos nas últimas semanas não serão temporários, adverte Gabriel Ehrlich, que trabalha com previsões econômicas na Universidade de Michigan. Quanto mais cortes temporários se tornarem permanentes, diz ele, mais forte o impacto sobre o gasto do consumidor e sobre todas as empresas que dependem dele, incluindo as indústrias. "Quanto maior a proporção de demissões permanentes, piores as chances de uma recuperação forte começar a aparecer", disse Ehrlich.
As demissões já varreram quase uma década de ganhos no emprego nas fábricas dos EUA. As fábricas geraram 1,4 milhão de empregos de 2010 até o fim do ano passado, empregando em dezembro um total de 12,9 milhões de pessoas. Mas a força de trabalho no setor caiu a 11,5 milhões, segundo dados oficiais da sexta-feira (8), incluindo 1,3 milhão de cortes de vagas apenas em abril, incluídas as temporárias.
As indústrias nos últimos anos têm elevado a produção mais rápido que o ritmo das contratações, em parte ao investir em automação. Desde a pandemia de coronavírus, porém, o investimento de capital pelo setor manufatureiro registrou forte queda.
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