A pandemia do coronavírus causa um impacto brutal na vida de crianças e adultos devido à dificuldade de lidar com o distanciamento social, principal medida para evitar a contaminação da Covid-19, além dos prejuízos econômicos e psicológicos que a doença pode provocar nas famílias dos infectados e na sociedade de modo geral. A análise é do jornalista e escritor Marcos Piangers que, com olhar para a educação neste contexto, vai fazer palestra sobre "A Escola do Futuro" no Encontro de Pais e Mestres promovido por A Gazeta, neste ano na versão on-line também devido à crise sanitária.
Especialista em novas tecnologias, criatividade, inovação e uma das maiores referências sobre paternidade do país, Piangers é autor do best seller “O Papai é Pop”, com mais de 300 mil livros vendidos e lançados em Portugal, Espanha, Inglaterra e Estados Unidos. Para ele, o maior abalo da pandemia para as crianças é a necessidade de distanciamento, que afeta o aprendizado em três dimensões: social, lúdico e técnico.
Na educação, Piangers cita que, com a adoção do ensino remoto, os professores tiveram de se reinventar para garantir a manutenção das atividades escolares. Por outro lado, a pandemia escancarou a falta de infraestrutura das escolas administradas pelo poder público e gerou dívidas para as escolas particulares. Nesse cenário, os maiores prejudicados foram educadores e alunos.
Piangers já deu aulas e palestras nos principais eventos e em empresas nacionais, além de ter sido cinco vezes palestrante do TED, a maior conferência de ideias do mundo. Seus vídeos ultrapassam a marca de 400 milhões de visualizações. E no dia 26, às 16 horas, estará no site de A Gazeta com a palestra "Uma espiada no futuro - o mundo depois da quarentena", em que trata de tecnologia, oportunidades digitais e inovação. Confira abaixo uma breve análise do escritor sobre o momento atual:
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Como você avalia que a pandemia, e todas as restrições decorrentes dela, afetou as crianças?
O impacto da pandemia é brutal em crianças e adultos. Vivíamos uma relativa calma mundial, depois da Guerra Fria, durante os anos 90 e os primeiros vinte anos deste século. Percebo que as crianças lidam com a questão da pandemia de uma forma até mais leve do que os adultos, pois os mais velhos têm mais consciência dos impactos sanitários e econômicos. O maior impacto nas crianças é a necessidade de distanciamento social, que abala o aprendizado social, o aprendizado lúdico e o aprendizado técnico. Lamentavelmente, estas crianças que já passavam tempo demais na frente das telas, aumentaram ainda mais o consumo de jogos e redes sociais. E, por último, um problema de saúde mental: como muitos pais estão estressados, algumas crianças sofrem violências físicas e psicológicas na quarentena, sem que o ponto de contato escolar e social percebam.
Quais os impactos do coronavírus na educação?
O tele-ensino virou regra, os professores tiveram o desafio de se reinventar, as escolas particulares passam por problemas financeiros, as escolas públicas vivem a falta de infraestrutura e a desigualdade explícita. Me parece que os sistemas de ensino a distância ainda são muito arcaicos e desumanizadores, o aprendizado está prejudicado, alunos e professores sofrem de esgotamento.
Mesmo diante desse cenário, há aspectos positivos?
Claro, podemos nos esforçar para achar pontos positivos: escolas que conseguem usar a tecnologia para que as crianças mergulhem em uma trilha de conhecimento novo; alunos que desenvolveram habilidades técnicas com tecnologia que são muito importantes no mercado de trabalho; e pais que estão mais participativos nas questões escolares, ajudando nas tarefas e respeitando os professores. Acho que todo pai percebeu que o professor é um herói.
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