Fundada em 7 de março de 1948, a Academia de Letras de Vila Velha (ALVV), entidade literária máxima da cidade, completa 75 anos. As atividades da ALVV incluem saraus literários e atividades para divulgação, promoção e defesa da literatura. Seu patrono é Humberto de Campos, jornalista, escritor e membro póstumo da Academia Brasileira de Letras.
A instituição representa diversos gêneros, estilos, tendências e formatos literários, com quadro de pessoas com diferentes origens e pensamentos. Hoje a presidência da ALVV está entregue e muito bem conduzida pelo jornalista, poeta “dizedor de sentimentos”, Horácio Xavier. Como seu vice-presidente, o talentoso e jovem escritor Italo Samuel Wyatt.
A história da ALVV começou quando foi fundado o Centro Cultural Humberto de Campos, instituição da qual a Academia descende diretamente. O nome do centro era uma homenagem a Humberto de Campos (1886-1934), escritor, jornalista e político que Millôr Fernandes definiu como “o maior cronista dos anos 30”.
Alguns fundadores do Centro Cultural eram remanescentes do Centro Acadêmico Humberto de Campos, instituição anterior fundada na década de 1940 e que teve apenas um ano de duração. Para ligar os projetos, os integrantes decidiram manter a homenagem a Humberto de Campos.
Em agosto de 2014, por meio de sessão solene, a instituição passou a ser chamada de Academia de Letras de Vila Velha (ALVV). A homenagem a Humberto de Campos foi mantida: atualmente, ele é o patrono geral da Academia. Junto à mudança no nome, a Academia recebeu outras reformas institucionais, como mudança no número de cadeiras, que se ampliou para quarenta, seguindo a tradição francesa.
Foi introduzida uma novidade: como forma de manter o ativismo, foram gerados critérios para permanência dos membros na instituição. As mudanças respondem aos desafios dos tempos atuais, permitindo à Academia manter ativa sua tradição histórica de promover e estimular a cultura. Sua sede, bem cuidada, está na rua 23 de maio, 83, no Sitio Histórico da Prainha, com vasta atividade e eventos literários.
Voltando aos primórdios da história, a origem da palavra Academia advêm do herói grego Academo. A história conta que seu túmulo dava nome a um bosque (jardins). Também que tais jardins foram consagrados à deusa Atenas, onde depois foi construída a Academia de Platão, próxima à cidade de Atenas (Academia Platônica ou Academia de Atenas). Assim, por volta de 387 a.C., nesses jardins, localizados na periferia de Atenas, foi construída a Academia de Platão, onde, inicialmente, deu-se continuidade aos trabalhos desenvolvidos pelos pitagóricos, com os quais Platão mantinha estreita relação. É considerada a primeira escola de filosofia. Infelizmente, quando se fala em Academia, o primeiro pensamento que vem à mente, de forma equivocada, é o do local utilizado para a prática de exercícios físicos.
Sabemos da existência de muitas outras Academias de Letras pelo país afora, nos estados e cidades, todas inspiradas na ABL Academia Brasileira de Letras, que surgiu à imagem e semelhança da francesa e por iniciativa de escritores como Medeiros e Albuquerque, Lúcio Mendonça, Machado de Assis, Joaquim Nabuco. É responsável pela edição de obras de grande valor histórico e literário, e atribui diversos prêmios literários
Todavia, lamentavelmente, o que temos visto, com raríssimas exceções, é o corporativismo acadêmico. Fala-se, discute-se, reúnem-se os acadêmicos (as). Há, sem sombra de dúvida, que se repensar o papel das Academias de Letras, nos dias atuais, mais modernas e flexíveis, mesmo que tenhamos nas cidades sua importância que permite aos seus cidadãos terem na porta de casa atividades de divulgação da língua e da arte literária.
Mais que isso, fomento do habito da leitura e da escrita, atraindo os jovens e neoliteratos, despertando talentos; enfim produzindo uma literatura brasileira contemporânea com o DNA do nosso município, da nossa ancestralidade, da nossa Vila Velha, cidade histórica, gênese do Espirito Santo, que está a caminho do seu V centenário (1535/2035).
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