Banda Bardot Mobile
Banda Bardot Mobile. Crédito: Daniella Spadeto

Bardot Mobile: a nova viagem musical de Sérgio Benevenuto

Trata-se de uma cartoon band que conta com dois álbuns virtuais, disponíveis somente em plataformas digitais, e que o Sérgio Benevenuto materializou pela primeira vez no palco nos últimos dias 8 e 9 de março, no Teatro Sônia Cabral, em Vitória

Tempo de leitura: 3min
Publicado em 25/03/2023 às 10h00
  • Dan Mendonça

    É médico, artista plástico, fotógrafo, escritor, designer de móveis, equipamentos cirúrgicos, instrumentos musicais e inventor

Parece exagero, mas o compositor, professor de música e produtor fonográfico Sérgio Benevenuto vem se tornando outra lenda da música capixaba… Lenda viva que nos permite curtir de perto, ao vivo e em cores vibrantes, com muito prazer e energia, tudo de bom, instigante e criativo em sua sonora arte! Capixaba que encontrou seus horizontes musicais na Berklee College of Music, em Boston (EUA), e de lá voltou para ajudar a mudar o panorama técnico da música nacional, se estabelecendo por décadas no Rio de Janeiro como referência de ensino musical e tecnologia de estúdio.

Mérito de conhecimento sólido e perfeccionismo. Em muitas oportunidades, quando da apresentação de estrelas da MPB, música instrumental, bossa ou jazz, em shows e em festivais no nosso Estado, tive a oportunidade de ouvir agradecimentos e elogios a ele.

Quando achou que era hora de voltar à sua terra natal, trouxe toda essa bagagem para Vitória, dando uma sacudida no panorama, principalmente de artistas emergentes do nosso cenário musical. Assim, tornou-se também referência no ensino e na produção de muitos dos melhores trabalhos fonográficos da atualidade.

Banda
Banda Bardot Mobile. Crédito: Daniela Spadetto

A volta ao Estado deu-lhe um novo ritmo de vida, o contato com velhos e novos amigos e admiradores, mas sem perder nada do contato de anos no cenário nacional. Sobreveio - ao que me parece - tranquilidade para mergulhar no imenso baú de suas mais de 300 composições, e inclusive fazer novas, como as desse projeto peculiar que, em uma de suas sacadas mais certeiras, ele batizou como Bardot Mobile.

Trata-se de uma cartoon band que conta com dois álbuns virtuais, disponíveis somente em plataformas digitais, e que o Sérgio Benevenuto materializou pela primeira vez no palco nos últimos dias 8 e 9 de março, no Teatro Sônia Cabral, em Vitória. Acompanhado por uma banda formada pelo experiente baterista e percussionista Edu Szajnbrum e os estreantes Tiago Martins (voz e baixo), Igor Morais (guitarra e vocal) e Caju (voz e guitarra), Sérgio Benevenuto coloca em versão executável, ao vivo, e nos apresenta, em primeira mão, o que era delicioso de ouvir e que vai se tornando também um maná visual.

A simplicidade dos figurinos, com cores vibrantes, estética casual e ao mesmo tempo despojada, casa perfeitamente com o espetáculo da programação visual e o suporte sonoro luxuoso. A viagem criativa do autor, muito bem engendrada no sentido de dar um “continuum” de magia e sonoridade envolvente, surpreende mesmo quem já conhece previamente a apresentação fonográfica anterior.

Sem dúvida, foi um empolgante desafio, transformar essa ideia muito criativa, direto do universo virtual para a realidade tangível, transbordando bom humor, psicodelia, música de alta qualidade e, principalmente, tecnologia com eficiência, num trabalho pop onde se vê o Sérgio com pleno prazer de tocar no palco de forma livre, com sentimento e energia de um garoto! Oh, graça!

Teve perrengue no espetáculo? Claro que teve... Com tanta tecnologia, e tantas variáveis sonoras e visuais em curso simultâneo, seria um milagre se não houvesse colisões! Mas o melhor foi ver a calma e o bom humor do músico ao tratar de forma leve a situação. Coisa que só a experiência de anos permite administrar soberbamente.

Vida longa, meu amigo! Parabenizo-o pelas composições e pelo elenco técnico altamente qualificado, com os talentosos jovens Caju, Tiago Martins e Igor Morais, além do experiente copiloto Edu Szajnbrum, parceiros que você soube arregimentar, inspirar e certamente capacitar!

Pessoalmente, eu gostaria de sugerir o nome e o local para uma apresentação futura: seria “Bardot no Baile” (num palco baixo e plateia sem cadeiras, pra gente balançar juntinho da banda, ao som dessa música empolgante que lembra nosso cotidiano com nonsense e poesia). Não custa sonhar...

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