Ao longo de quase três décadas, o Festival de Cinema de Vitória manteve seu dinamismo e atualidade, pois esteve sempre atento às modificações incorporadas pelo cinema advindas tanto das novas tecnologias quanto das demandas sócio-políticas que pautam o fazer audiovisual contemporâneo. Tudo isso foi feito a serviço de um cinema mais plural, o que nos enche de orgulho ao assistirmos a essas transformações na telona.
Esse reflexo ganha um olhar especial quando se comemora, no dia 19 de junho, o Dia do Cinema Brasileiro. A produção brasileira é, desde sempre, original, estimulante e criativa. A história audiovisual brasileira foi construída com a originalidade e o talento de inúmeros profissionais ao longo de mais de um século. Gostaria de aproveitar a data para destacar a produção recente realizada por mulheres.
Somente nas últimas duas edições do festival foram exibidos, entre longas e curtas-metragens, dezenas de produções dirigidas ou codirigidas por mulheres. Como produtora audiovisual percebo que, quando mulheres comandam o set, a pluralidade de narrativas e olhares invadem a produção e as salas de cinema.
Isso fica evidente quando observamos alguns dos filmes dirigidos por mulheres que serão exibidos na programação do 28º Festival de Cinema de Vitória - Reencontro. Produções como as ficções "O Peixe", de Natasha Jascalevich, e "Mulher Oceano", de Djin Sganzerla, apresentam um olhar muito peculiar sobre o universo feminino.
Outros trabalhos partem de questões pessoais para jogarem luz sobre assuntos que pautam o mundo na atualidade, como nos documentários "Limiar", de Coraci Ruiz, em que acompanhamos a experiência de transição de gênero do filho da realizadora; e o curta-metragem "Utopia", de Rayane Penha, que investiga a busca de uma filha por histórias vividas pelo pai que faleceu no garimpo. Além da ode ao amor em "Espero que Esta te Encontre e que Estejas Bem", de Natara Ney, sobre a troca de correspondência de um casal nos anos de 1950.
Outro destaque recente da produção audiovisual brasileira, que não será exibido no 28º FCV-Reencontro, mas me impressionou profundamente, é o longa-metragem "Carro Rei", de Renata Pinheiro. O filme, que conta a história de um jovem que tem o dom de se comunicar com carros, aborda assuntos como fake news e o descaso com o meio ambiente em um trabalho esteticamente original, com uma explosão de luzes, cores e criatividade.
Já que estamos falando de cinema brasileiro, e da potência criativa de quem o produz, aproveito para convidá-los para o 28º Festival de Cinema de Vitória - Reencontro, que acontece de 21 a 25 de junho, com exibições no Centro Cultural Sesc Glória. Com uma programação que apresenta um recorte potente da nova safra de filmes brasileiros, o festival é uma oportunidade de o público conferir o talento de nossas diretoras e diretores e a força do cinema produzido no Brasil contemporâneo.
Após dois anos de realização no formato virtual e remoto, esta edição especial do Festival de Cinema de Vitória também marca a retomada das exibições presenciais desse encontro anual do público capixaba com as mais recentes produções cinematográficas brasileiras.
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