O sensível é da ordem dos sentidos. É preciso abdicar do que se apresenta como mundo e ir além do que se acredita ser racional. Entender o corpo como território múltiplo de aprendizados, um exercício necessário para quem busca a descolonização.
E as páginas do “Arte | Ética | Crítica | Escritura: Que nenhuma voz da realidade humana seja empurrada para baixo do silêncio da história - Tomo I” traz o sentir em percepções plurais, contra-hegemônicas, por meio de um esforço coletivo em reunir múltiplos pensamentos em devir. Um encontro de epistemologias que extrapolam os muros da arte na contemporaneidade, e que encontram no sensível o comum para se libertar.
O livro está prestes a ser lançado, em uma live que vai reunir organizadories e autories no dia 24 de agosto, a partir das 18 horas, com transmissão pelo YouTube. Essa obra, por sinal, foi produzida com recursos do Funcultura, via editais de 2021 da Secretaria de Estado da Cultura (Secult/ES).
Mas retornemos ao sensível, a essa busca pelo sentir e que se faz tão presente nos textos desse livro. Falemos de um sensível que nos permita compreender pelos sentidos, e que não se trata de empatia, muito menos de compaixão. É um sensível que se encontra nas linhas e nas riquezas compartilhadas peles 18 autories da obra, e que se manifesta como um diálogo interno, construído em camadas, capaz de enxergar a tudo em meio ao breu.
É daquele sensível que se conversa com os olhos, não necessariamente com olhares. Um sensível ao toque e também às dores, e que consegue lidar tanto com os nãos quanto com os sins.
Pelo sensível há muito a ser ouvido, escrito, falado, tocado, ensinado, aprendido, compartilhado. Pelo sensível alimenta-se a alma, a tão anulada espiritualidade, aquela que é deixada de lado pelos processos de modernização por ser tão complexa que nem a ciência é capaz de explicá-la.
Alma ignorada, aprisionada e até proibida, porque quando vem acompanhada do sentir, impede o progresso, o desenvolvimento, a racionalização. Juntas, são responsáveis pelos desejos, anseios, vontades, inquietudes e revoluções. É de onde vem os “porquês”, controlados há séculos por violências, silenciamentos e aniquilação.
Os textos do Arte | Ética | Crítica | Escritura (AECE) promovem um sensível de “rexistência”. Conhece? É de quando se resiste existindo; e isso é mais comum do que parece. Porque com o sensível é possível fugir e, assim, transbordar: sentir a si, ao outro, a tudo que está ao redor. É o sentir subjetivo, de se encontrar, enxergar, autodefinir... Como um exercício constante de quem busca ampliar suas existências.
É assim que se apresentam os textos organizados por Lindomberto Ferreira Alves e Phoebe Coiote Degobi, abrindo espaços para as desobediências estéticas e epistêmicas que constroem mundos em vidas múltiplas, reflexivas e sensíveis. Vidas “rexistentes”!
Lançamento
- Dia: 24 de agosto, quinta-feira
- Horário: 18 horas
- Onde: YouTube Projeto AECE
- Mais informações
- Instagram: https://www.instagram.com/projetoaece/ | @projetoaece
- Site: https://projetoaece.tumblr.com/
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