A pandemia do coronavírus se impõe como surpresa e desafio, mesmo que em 2007 virologistas tenham publicado um artigo acenando para o risco de infecções desencadeadas pela família de vírus Coronaviridae.
Com a emergência do coronavírus, Angela Merkel, uma ex-cientista, logo entendeu que o que a Alemanha enfrentaria “não era só uma gripezinha”. Para combater a pandemia, o governo alemão tem tralhado em conjunto com pesquisadores do Instituto Robert Koch, centro de pesquisa em doenças infecciosas.
A França, por sua vez, montou um comitê de pesquisadores para orientar o governo nas próximas medidas. Esse comitê é presidido por Françoise Barré-Sinoussi, virologista ganhadora do Nobel pela descoberta do HIV e irá atuar em conjunto com um comitê já existente, formado por epidemiologistas, médicos e sociólogos.
Do outro lado do Atlântico, Donald Trump pede aos cientistas pressa no desenvolvimento de uma vacina. Logo ele, que anos atrás, sem embasamento científico, relacionava vacinação a autismo. Mas, mr. president, uma vacina não se cria da noite para o dia!
A pandemia do Sars-cov-2 evidencia a verdade que muitos “criacionistas-terraplanistas-anti-vacinas” não aceitam: a gente precisa, a todo instante, da ciência. E precisa também aprender a confiar nela.
A ciência está em cada minuto do nosso dia a dia, porém só é lembrada nos casos extremos. Pensando na pandemia atual, temos de ter noção que vem das ciências biológicas e da saúde o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas, vacinas e testes diagnósticos.
Das ciências exatas vem a criação de equipamentos, softwares e modelos matemáticos que auxiliam no controle da infecção. Das ciências humanas, surge o entendimento acerca das sociedades globalizadas e suas desigualdades, ponto-chave para a compreensão dos avanços e dificuldades no enfrentamento da pandemia.
E quem produz tanta pesquisa cientifica? Professores, pesquisadores e alunos de mestrado e doutorado, dentro das universidades. Sim, aqueles que “não trabalham, só estudam”, e que tentam de todas as formas mostrar a importância de como o saber e a tecnologia podem resolver as mais diversas dificuldades do mundo.
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Nenhum conhecimento científico surge em questão de dias. Esse é o tempo somente para a propagação de uma epidemia ou de fake news nos grupos de WhatsApp. Talvez essa pandemia ensine, finalmente, que a pesquisa científica trabalha em prol do avanço da sociedade. E que não há ciência sem o apoio dos governantes e da população.
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