Estamos iniciando mais um mês de agosto, o mês do Folclore Nacional, comemorado no próximo dia 22. De origem inglesa, “folklore” significa “sabedoria popular”. Uma data de alerta sobre a importância da valorização e da preservação das muitas manifestações folclóricas brasileiras.
Folcloristas do Espírito Santo também merecem todas as homenagens. Começamos pelo professor Hermógenes Lima Fonseca, Mestre Armojo, personagem fundamental para o conhecimento, valorização e preservação do patrimônio imaterial do Estado.
Mestre Armojo foi um pensador popular fora da academia que, ao lado de Guilherme Santos Neves e Renato Pacheco, formou a “Santíssima Trindade do folclore capixaba”. Eles foram responsáveis pela atenção ao folclore com muito estudo e com exaustivas pesquisas definiram as primeiras políticas públicas para o setor.
Infelizmente perdemos no dia 30 de julho, aos 90 anos, o grande intelectual e escritor Luiz Guilherme Santos Neves, um dos maiores literatos do nosso Estado. Nascido em Vitória em 1933, cresceu em um ambiente propício à formação do futuro escritor e historiador.
Seu pai, Guilherme Santos Neves foi pesquisador do folclore e respeitado professor. Escreveu inúmeras obras didáticas e paradidáticas, de estudos e pesquisa histórica.
Luiz Guilherme foi dono de uma escrita refinada e elegante em romances, contos, crônicas, literatura infantil e também no folclore capixaba, herança do seu pai. Escreveu obras de divulgação do Espírito Santo, inclusive o "Índice do folclore capixaba" (1994). Pai e filho foram apaixonados pelo Estado e suas tradições culturais. Luiz Guilherme deixa um grande legado para a manutenção e o fortalecimento do folclore capixaba.
Vários educadores defendem a tese, e eu concordo com eles, da importância de celebrarmos a data pela representatividade do folclore na cultura popular, tendo em vista que toda sociedade tem a sua cultura, suas tradições, crenças e costumes. Afinal o folclore é o saber popular que se valoriza e se perpetua ao longo das gerações.
A nossa homenagem aos grandes intelectuais folcloristas, começando por Câmara Cascudo, que muito valorizou a expressão “folclore”, pensada como ciência do povo, ciência que pudesse fornecer as bases, as camadas daquilo que nós expressamos enquanto o que nos diferencia dos outros.
Que no Dia Nacional do Folclore estejamos muito mais alertas da importância na valorização e na preservação das muitas manifestações folclóricas do país, como a Mula sem Cabeça, o Saci Pererê, o Curupira, o Boto Cor de Rosa, lendas muito antigas e passadas de geração em geração. Pequeno em extensão territorial, o Espírito Santo é celeiro riquíssimo em tradições folclóricas, privilegiado pela sua posição geográfica, dos povos e raças que aqui se instalaram.
É fundamental mantermos vivos os mitos e lendas da nossa gente. Se termos como folclore e cultura forem descartados, esquecidos, as peculiaridades de uma imensa quantidade de folguedos, festas, artes, crenças e mitos, como também práticas do cotidiano, acabarão sendo deixados de lado. Devemos nos lembrar sempre de que: “Não se pode construir um futuro sem ter tido um passado. Um povo sem história é povo sem futuro. Manter vivo o nosso folclore é uma obrigação cidadã!”
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