A produção de colágeno a partir dos 30 anos é feita através de processos inflamatórios locais, criados de forma programada, com o uso de bioestimuladores injetáveis ou tecnologias
A produção de colágeno a partir dos 30 anos é feita através de processos inflamatórios locais, criados de forma programada, com o uso de bioestimuladores injetáveis ou tecnologias. Crédito: Shutterstock

Guia do colágeno: veja como recuperar a firmeza da pele

Bioestimuladores injetáveis, alimentação rica em proteínas, tecnologia de ponta e suplementos orais são as principais formas para turbinar a proteína que garante a firmeza e a sustentação da pele

Publicado em 28/11/2020 às 05h00
Atualizado em 28/11/2020 às 05h01

O envelhecimento é um processo inevitável. Com o passar dos anos ocorre a diminuição na produção de colágeno, proteína considerada uma das mais importantes do corpo humano. Nascemos com uma quantidade pré-determinada dela, que se mantém até os 25, 30 anos. A partir daí, perdemos cerca de 1% de colágeno ao ano. Para as mulheres, após a menopausa, essa taxa aumenta para até 5%. Mas isso não é motivo para desespero. Porque há uma série de ações que podem ser feitas, ao longo da vida, para estimular a produção da proteína. Vale apostar em bioestimuladores injetáveis, na boa alimentação, em tratamento com tecnologia de ponta e na suplementação oral. 

A dermatologista Isabella Redighieri explica que o colágeno é a proteína responsável pela firmeza da pele. "Sua diminuição resulta numa pele sem firmeza. A flacidez piora o processo de desabamento da face, com surgimento de sulcos, perda de contorno e acentuação de rugas e pregas. No corpo, a pele fica mais mole, sem tônus, enrugada, além de piorar a celulite".

Ela conta como é o processo de estimulação da proteína: "É realizada através de processos inflamatórios locais, criados de forma programada, com o uso de bioestimuladores injetáveis ou tecnologias. Quanto mais jovem o paciente, melhor será a resposta a esse estímulo", ressalta.

ALIMENTAÇÃO

A dermatologista Karina Mazzini conta que é necessário ter uma alimentação nutritiva e balanceada, rica em proteínas. O consumo de carne vermelha, por exemplo, tem alto teor de colágeno. "A perda ao longo do ano será mais de 1% de acordo com o estilo de vida. A pessoa que se alimenta mal, perde noite de sono, toma sol em excesso, vai perder muito mais colágeno", diz.

Karina Mazzini

Dermatologista

"A perda de colágeno interfere na saúde da pele provocando o envelhecimento, o aparecimento de linhas de expressão, rugas mais acentuadas, além de reduzir a hidratação"

Karina reforça sobre os efeitos da perda de colágeno. "Interfere na saúde da pele provocando o envelhecimento, o aparecimento de linhas de expressão, rugas mais acentuadas, manchas provocadas pelo excesso do sol, além de reduzir a hidratação. A pele começa a perder o viço e a elasticidade, resultando também na flacidez".

A nutricionista Fernanda Pignaton diz que a saúde da pele, de forma geral, depende da boa alimentação. E que alguns alimentos auxiliam na produção de colágeno. Na sua lista estão a carne bovina; a gelatina, já que 90% dela são derivados da proteína do colágeno; além de verduras, frutas e legumes vermelhos e o consumo de água. "A água hidrata e ajuda a melhorar a elasticidade da pele, o que facilita a eliminação de rugas e linhas finas. Ela também elimina toxinas que podem prejudicar a produção de colágeno", diz.

BIOESTIMULADORES

Para deixar a pele com mais firmeza, textura e brilho, os médicos apostam nos chamados bioestimuladores, ativos que estimulam a produção do colágeno e promovem um efeito rejuvenescedor, com resultado natural e progressivo. A dermatologista Sandra Federici explica que os bioestimuladores são produtos que promovem neocolagênese, que é a formação de um novo colágeno, através de um processo inflamatório controlado. "Os ativos são muito interessantes pois têm o efeito de sustentação dando um aspecto natural. Quando usamos os bioestimuladores, utilizamos menos ácido hialurônico".

O Ultraformer é um aparelho para tratar a flacidez da pele, uma das principais queixas nos consultórios dermatológicos
Os bioestimuladores são uma alternativa para potencializar a melhora da firmeza e da elasticidade da pele, associados a boa alimentação e o uso de tecnologias. Crédito: Shutterstock

A médica conta que a tendência é relacionar várias técnicas de estímulo de colágeno para alcançar os melhores resultados. "Associamos tecnologias, bioestimuladores e preenchedores, dessa maneira é possível ter resultados mais rápidos e naturais. É importante um acompanhamento e um planejamento, pois existe uma ordem a seguir para que as técnicas ajam de maneira sinérgica".

Sandra Federici

Dermatologista

"Associamos tecnologias, bioestimuladores e preenchedores, dessa maneira é possível ter resultados mais rápidos e naturais"

O ácido polilático, a hidroxiapatita de cálcio e o ácido hialurônico são alguns exemplos de bioestimuladores. A dermatologista Karina Mazzini conta que eles são uma alternativa para potencializar a melhora na firmeza e na elasticidade da pele, associados a boa alimentação e ao uso de tecnologias. "São várias máquinas que podemos utilizar, como o ultrassom microfocado de alta intensidade, o laser fracionado de CO2, o laser de erbium e o 1064, o ultrassom macrofocado, o drug delivery e a radiofrequência microagulhada fracionada", enumera.

BANCO DE COLÁGENO

Você já ouviu a expressão 'banco de colágeno'? Ela é utilizada pelos dermatologistas para estimular o paciente a acumular quantidades da proteína de forma regular no período anual. "É assim que conseguimos frear os sinais do envelhecimento da pele", diz a dermatologista Isabella Redighieri. Ela conta que o uso dos bioestimuladores são uma das opções mais seguras e estudadas na medicina para esse fim. "Os resultados são duradouros e naturais, o colágeno produzido pode durar de 18 a 24 meses".

Isabella Redighieri

Dermatologista

"Os resultados dos bioestimuladores são duradouros e naturais, o colágeno produzido pode durar de 18 a 24 meses"

Além das partículas injetadas na pele, as tecnologias também ajudam no processo. "Os aparelhos que geram calor, acima de 42 graus, são capazes de produzir colágeno. Desde a radiofrequência, os diversos lasers e o ultrassom microfocado. Há uma gama de tecnologias disponíveis que se complementam. O que difere entre elas é em qual camada da pele atuam e o grau de inflamação que geram. Essas diferenças serão determinantes no resultado. Os ultrassons macro e microfocado e os lasers mais profundos são os queridinhos do momento", diz Isabella. 

Para as mulheres, a 'poupança' de colágeno é essencial, por conta da menopausa. "Para elas, esses tratamentos são muito importantes  por volta dos 35 a 45 anos, para que não entrem na menopausa com pouco colágeno. Chamamos isso de 'Prejuvenation'", diz Sandra Federici. Entre as tecnologias que ela gosta de trabalhar estão o laser erbium 2940, o laser de CO2 fracionado e o de 1064. "Além da infusão de ativos que estimulam o colágeno, microagulhamento e radiofrequência".

SUPLEMENTAÇÃO ORAL

O uso de suplementos à base de colágeno também pode ser aliado. O farmacêutico Márcio Mendes, da Pharmapele Vila Velha, explica que não é qualquer tipo de colágeno que traz benefícios concretos para a pele. “O colágeno hidrolisado em pó é a forma mais fácil de ser absorvido pelo organismo e seu uso contínuo já trouxe resultados comprovados".

A dermatologista Sandra Federici diz que a suplementação oral funciona. "Os colágenos orais e seus precursores têm sua eficácia comprovada através de muitos estudos, porém a suplementação deve ser feita com profissional médico, e o paciente precisa entender os limites. Ela age muito mais na prevenção e sempre como coadjuvante dos tratamentos de estímulo". Os benefícios acontecem a longo prazo, com uma melhora da textura da pele e da flacidez. Mas ela faz uma ressalva: "Não adianta chegar aos 50 anos muito flácida e começar a ingerir colágeno e simplesmente achar que a flacidez vai acabar. Não existem milagres". 

Isabella explica que associações com colágeno hidrolisado, ácido hialurônico, silício orgânico, ômegas e outras vitaminas e minerais podem melhorar como um todo a qualidade da pele, cabelos e unhas. "A suplementação sozinha não faz sentido, mas quando ligada aos estímulos locais, pode aumentar um pouco mais a resposta". Os resultados variam individualmente e são dependentes da dose e da frequência de uso, mas podem ser perceptíveis, principalmente na qualidade da hidratação da pele.

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