No banheiro da escola, na janela do ônibus, ao fim de uma novela. Essas podem ser algumas ocasiões em que você já se pegou chorando ou já notou alguém enxugando lágrimas ao seu lado. O choro é uma forma de comunicação. Mas o que ele quer dizer? Saiba que o choro não é, necessariamente, uma demonstração de fragilidade. Quem fala sobre o tema é a psicóloga Adriana Müller.
Segundo a psicóloga, as lágrimas e o nó na garganta podem significar muitos sentimentos, e a alegria está entre eles. A comentarista da CBN Vitória explica que, apesar de a emoção ser comum a todos, há um significado individual. Ela reforça que o choro faz bem e é necessário para a saúde mental.
Durante a pandemia do novo coronavírus, doença que já provocou mais de 450 mil mortes no Brasil, a ideia ganha uma carga extra de importância. Para a psicóloga, é importante "colocar para fora" as emoções. Ela completa dizendo que o ato de não chorar não significa uma falta de sentimento ou uma ausência de vínculo afetivo. "Cada um se manifesta de um jeito", afirma.
Adriana Müller lembra que apesar da individualidade do choro, a manifestação – que ela chama de "mecanismo natural de cura" – ainda carrega alguns preconceitos. "Homem não chora" e "não demonstre fragilidade" são algumas frases destacadas pela psicóloga como prejudiciais.
Em entrevista ao jornalista Fábio Botacin, durante o CBN e a Família, a comentarista refuta a ideia de fragilidade. Segundo ela, o choro precisa acontecer de forma espontânea.
Adriana Müller não estabelece uma frequência para determinar o que está dentro do normal e o que passou do ponto. Já que chorar significa sentir, e sentir tem relação com o indivíduo em sociedade, o conselho é claro: reflita.
A especialista diz que o momento do choro é importante. E nele deve conter um pensamento sobre o que motivou as lágrimas. Chorar não é um problema, a dica é observar em quais ocasiões essa emoção costuma se aproximar.
"É importante pensar no motivo do chovo. Pergunte a você mesmo. Estou precisando de ajuda? Ao chorar, estou me sentindo vulnerável? Preciso cuidar disso? Se julgar que precisa de ajuda, busque um especialista. Mas se é tranquilo, se for uma emoção, só mostra a nossa humanidade, nosso envolvimento com a história do outro", finaliza.
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