Desde a chegada da pandemia da Covid-19 no Brasil, o isolamento passou a ser recomendado em todo o país, e ficar em casa é a palavra de ordem. Porém, por conta da baixa exposição ao sol, a quarentena pode comprometer os níveis da vitamina D, um micronutriente que cumpre papéis essenciais no organismo. Dentre as funções desse hormônio no corpo, estão o funcionamento do sistema imunológico e absorção de cálcio. A boa notícia é que tem como manter bons índices da vitamina através de uma dieta balanceada e hábitos que devem fazer parte da rotina.
A universitária Isabela Luísa mora em um apartamento em Vitória e conta que tenta manter os níveis da vitamina em dia tomando sol pela janela, já que não tem varanda ou quintal em casa. "Durante parte da tarde o sol bate na minha sala, sempre tento passar uns minutos no sofá nesse horário. Tento aproveitar ao máximo, porque só acontece nessa parte dia", diz.
"Eu também tento sempre lembrar de abrir todas as cortinas das janelas pra deixar a luz do sol entrar sempre que possível. Além disso, uma vez por semana, eu desço para dar uma caminhada matinal com meu gato no estacionamento do prédio quando não tem vizinhos lá embaixo, aí aproveito para ficar sempre na área que bate sol ", complementa.
A nutricionista Leticia Souza explica que a vitamina D é considerada um pré-hormônio que possui papel fundamental na manutenção da saúde dos ossos, por meio da regulação da quantidade de cálcio e fósforo no organismo. Atua também na diferenciação celular e regula o sistema imunológico, cardiovascular e muscular, completa.
Importante lembrar da necessidade do cálcio na mineralização óssea e para o mecanismo de contração muscular. Portanto a falta da vitamina D e, consequentemente, o comprometimento da absorção de cálcio vai prejudicar a integridade óssea e capacidade funcional de toda a musculatura, complementa o médico Albermar Harrigan é especialista em endocrinologia e metabologia.
De acordo com Albermar Harrigan, a Vitamina D raramente é obtida pela alimentação, sendo o Sol sua principal fonte. Temos uma pró vitamina na pele quimicamente formada por colesterol que, em contato com raios solares, se transforma e Vitamina D, explica.
O profissional reforça que, teoricamente, uma a exposição da maior superfície do corpo possível garante a referida transformação. Mas é importante estar atento, já que em um país tropical como o nosso a incidência prolongada à radiação solar pode ser prejudicial. Pode provocar queimaduras e, em algumas pessoas muito claras, favorece o surgimento de câncer de pele. Atualmente o acompanhamento médico com dosagem da referida vitamina em laboratório de confiança permite a reposição medicamentosa segura, garante o endocrinologista.
Confira algumas orientações dos especialistas para manter níveis ideais da vitamina mesmo com as limitações do isolamento:
Diferentemente da maioria das vitaminas, a vitamina D é raramente obtida por meio da alimentação. Somente cerca de 10% desta vitamina é proveniente da dieta, sendo suas principais fontes peixes gordurosos, como salmão, atum e peixe arenque, além de ostras, óleo de fígado de bacalhau e gema de ovo, explica a nutricionista Letícia Souza.
Para evitar a baixa do hormônio, além de manter uma alimentação saudável, é muito importante se expor sol ao todos os dias, mesmo durante o isolamento, deixando pelo menos braços ou pernas descobertos. A recomendação é de se expor apenas um pouco ao sol, cerca de 15 minutos por dia já é suficiente, ressalta a nutricionista Letícia. É importante também lembrar-se de abrir as janelas e cortinas da casa e deixar o sol entrar em todas as aberturas possíveis.
Uma observação importante que deve ser feita, é que o uso de protetores solares podem limitar a síntese de vitamina D, salienta Letícia. Por isso, é válido sentar-se por alguns minutos na varanda em um horário em que a incidência do sol seja mais saudável para evitar danos à pele, como o início da manhã ou no fim da tarde, em uma das janelas da casa com os braços e pernas expostos.
Às vezes pode ser necessário a suplementação desta vitamina, mas para isso é necessário a realização de exames e prescrição de um médico ou de um nutricionista, explica Maria Luiza.
O fundamental é a atenção para evitar o uso excessivo dessa vitamina, podendo provocar Hipervitaminose D, em que determinaria complicações como: hipercalcemia, hipercalciúria, com consequentes sintomas como náuseas, vômitos, falta de apetite, fraqueza, desidratação podendo evoluir para insuficiência renal, salienta o endócrino Albermar, que ainda reforça que o médico deve estar atento a evitar Hipovitaminose D, sem provocar a Hipervitaminose D.
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