Um tipo de câncer silencioso e que não pode ser prevenido atinge, principalmente, as crianças e adolescentes de 10 a 19 anos: o tumor ósseo. Estar atento aos sintomas é importante para um diagnóstico precoce que permita um tratamento mais eficaz da doença. Para alertar a população, julho é considerado o mês de conscientização do câncer ósseo.
O médico radioterapeuta Guilherme Rebello, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), explica que o câncer ósseo pode ocorrer de duas formas: primária, quando o tumor surge diretamente no osso; e secundária, quando a lesão advém de metástase. "Os tumores que nascem nos ossos costumam ocorrer com maior incidência em crianças e adolescentes, e os locais mais comuns são os ossos ao redor do joelho, úmero (braço) e bacia. Já pacientes mais idosos são acometidos, na maioria dos casos, por tumor ósseo que teve origem em outro lugar (metástase) que, geralmente, é na coluna".
Dados da Sociedade Brasileira de Cancerologia apontam que o tumor ósseo representa 2% das patologias oncológicas no Brasil, com uma incidência de 2.700 novos casos por ano. Os principais tipos são os osteossarcomas, que atingem ossos dos braços, pernas e pelve; os sarcomas de Ewing, que se desenvolvem na região pélvica, parede torácica e ossos das pernas ou braços; e os condrossarcomas, que são tumores que crescem nas células que formam a cartilagem.
Dor nos ossos, inchaço e sensibilidade na área afetada, edema (machucado), fadiga, perda de peso e febre são os principais sintomas da doença, que já podem indicar também uma lesão em nível mais avançado.
"O diagnóstico precoce é fundamental, principalmente nos tumores malignos, permitindo iniciar mais rapidamente o tratamento e ampliando as chances de cura", afirma a oncologista Juliana Rocha, da Oncomédica, do Vitória Apart Hospital.
Segundo ela, o avanço da medicina tem sido um grande aliado na luta contra esse tipo de câncer, ao permitir a observação precoce das lesões, por meio de radiografias, ultrassonografias, tomografias, ressonância magnética e petscan.
A oncologista explica que os tumores ósseos primários correspondem a cerca de 4% do total de neoplasias. "No caso dos tumores secundários, as principais origens são pulmonares, prostáticos, mamárias, renais ou intestinais”, complementa.
O tratamento, em geral, de acordo com os especialistas pode envolver cirurgia, quimioterapia e radioterapia. "Fundamental é manter acompanhamento médico de rotina e, ao perceber qualquer sintoma, procurar um serviço de sua confiança. Na Oncomédica, por exemplo, trabalhamos um tratamento integrado e multidisciplinar. Nosso objetivo é olhar o paciente e sua demanda como um todo, com abordagens terapêuticas que envolvem, por exemplo, aspectos nutricionais, psicossociais, físicos... Ter essa base e essa referência, faz toda a diferença no bem-estar do paciente e no sucesso do tratamento”, afirma.
Guilherme Rebello diz que o pilar do tratamento do tumor ósseo é a cirurgia, sendo a radioterapia ou quimioterapia reservada para casos de tumores de difícil extração ou para cuidado paliativo de metástase.
"Em lesões impossíveis de serem extraídas, a radioterapia pode levar à redução do volume tumoral, na tentativa de um melhor controle da doença. Já em quadro de metástase, é utilizada para alívio sintomático, geralmente devido às dores intensas", explica o médico.
Estar atento a sinais sutis é importante no diagnóstico. Confira o que é preciso observar:
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