Estar atento aos sintomas - como dor ao engolir, rouquidão persistente, caroço no pescoço ou lesões na boca - e manter o acompanhamento regular são formas de antecipar um diagnóstico de câncer de cabeça e pescoço.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil registra cerca de 41 mil novos casos a cada ano. São tumores malignos que podem atingir a boca, língua, gengiva, amígdalas, faringe, laringe, tireoide e seios paranasais, por exemplo. Para alertar a população, julho é considerado o mês de conscientização do tumor.
Cirurgião de cabeça e pescoço, Marco Homero de Sá explica que os sintomas variam de acordo com a região afetada. Entre eles, estão a dor ao engolir, as dificuldades para respirar, a rouquidão persistente e a presença de caroço no pescoço ou lesões na boca que não melhoram com mais de duas semanas.
Na língua, por exemplo, podem surgir manchas ou feridas, dor e dificuldade de mobilizá-la. Na tireoide, a doença pode se manifestar com nódulos no pescoço, tosse e incômodo ao engolir ou respirar. O câncer na laringe, que acomete as cordas vocais, pode alterar a voz, causando rouquidão.
O tabagismo aumenta a probabilidade de uma pessoa ter um tumor na cavidade oral quando comparada a quem não fuma. Para quem fuma e bebe, segundo a Sociedade Americana de Câncer, o risco chega a ser 30 vezes maior. A oncologista Virgínia Altoé Sessa conta que além desses dois fatores, a infecção por alguns vírus, como HPV e EBV, também entram na lista.
“Além de evitar o tabagismo e o etilismo, e aumentar a prática de atividade física e o consumo de alimentos saudáveis, outra medida importante de prevenção é a vacinação para HPV logo na infância. Assim, evita-se a infecção pelo vírus na fase adulta, uma vez que o HPV invade células da pele e mucosas e pode transmitir a doença pela via sexual, mais especificamente, pelo sexo oral e até mesmo pelo beijo”, explicou a especialista.
Para o diagnóstico da doença é realizado o exame físico. Depois, é feito um pedido de imagem, como ultrassom ou tomografia. "Caso seja confirmado como maligno, o tratamento, na maioria dos casos, é a cirurgia. Mas tudo depende do estadiamento da doença", explica Marco Homero de Sá.
Após a cirurgia, é realizado uma nova avaliação para saber se é necessário um tratamento, como a radioterapia ou radioterapia com quimioterapia. "No caso da tireoide, a gente usa cirurgia e, se precisar, também a iodoterapia", diz o médico.
A má higiene bucal também pode levar ao problema. A ortodontista Catarina Riva destaca os cuidados com a limpeza para evitar o câncer de boca.
Catarina indica que o atendimento em consultas regulares facilita a detecção de lesões suspeitas na cavidade oral. Ela orienta também o autoexame na boca mensalmente, em local bem iluminado e diante do espelho.
“O paciente deve olhar bem todas as estruturas da boca e do pescoço e observar se há sinais como mudança na cor da pele e mucosas, endurecimentos, caroços (principalmente no pescoço e embaixo do queixo), feridas que não cicatrizam, inchaços, áreas dormentes, dentes quebrados ou amolecidos e ferida rasa, indolor e avermelhada”.
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