Febre, mal-estar, dor de cabeça e rigidez no pescoço. Os sintomas da meningite meningocócica, que causou a morte do neto de 7 anos do ex-presidente Lula, são semelhantes aos de muitas doenças. De rápida evolução, quando não provoca a morte, a meningite pode deixar sequelas. A vacina é forma mais eficaz de se proteger.
A meningite meningocócica que atingiu Arthur Lula da Silva, de 7 anos, é considerada uma das formas mais graves e preocupantes da doença.
No Brasil, o tipo C é a versão mais comum da doença e possui vacina ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mas há outros tipos da doença, A, B, W e Y, cuja vacina só é oferecida na rede privada.
Entretanto, mesmo vacinada, a pessoa pode contrair a doença, uma vez que as taxas de proteção da vacina variam em cerca de 80%.
Vacinada, a probabilidade de a pessoa contrair a doença é muito pequena. Porém, não é totalmente descartada. Isso porque a bactéria tem vários grupos e a transmissão pode ocorrer por algum que é menos coberto pela vacina, esclarece o infectologista e professor da Ufes Crispim Cerutti Júnior.
TIPO ESPECÍFICO
Ainda não se sabe se meningite meningocócica provocou a morte de Arthur era ou não do tipo C, mais comum no país e com vacina pelo SUS. O Hospital Bartira, onde o garoto esteve por cinco horas na sexta-feira (01) não informou o sorotipo da doença.
EVOLUÇÃO RÁPIDA
O caso de Arthur não foi uma exceção. A meningite meningocócica, assim como a pneumocócica, pode levar à meningococcemia - quando a bactéria cai no sangue e causa infecção generalizada em outros órgãos do corpo - e, nesse caso, a doença pode evoluir rapidamente, matando em poucas horas. O médico alerta que os pais devem ficar atentos a presença de manchas na pele.
"É bom ficar atento, além da febre, a manchas cor de vinho na pele na forma de pequenos pontinhos. Ou ainda se a criança tiver febre e sangramentos, avisa Crispim.
MORTE EM 20% DOS CASOS
Segundo Marco Aurélio Sáfadi, professor de infectologia da faculdade de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, a letalidade da doença é de 20%. Entre as bactérias, o meningococo é a causa número um de meningite bacteriana no país. É a que tem com maior frequência, destaca.
SEQUELAS
Segundo Sáfadi, que também é presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, no caso de meningite bacteriana, o tratamento é feito com antibióticos e pacientes que sobrevivem podem ter sequelas.
Normalmente, eles têm sequelas neurológicas, cegueira, surdez e perda de membros por necrose. As complicações atingem de 10% a 20% dos pacientes que sobrevivem, ressalta.
MENINGITE: O QUE É?
A doença provoca a inflamação da meninge, membrana que protege o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por vírus, bactéria ou outros micro-organismos e, em alguns casos, remédios.
Geralmente, as bactérias que causam meningite bacteriana (inclusive a meningocócica) se espalham de uma pessoa para outra por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta