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Saiba mais sobre a endometriose, doença que afeta mais de 115 mil capixabas

Saiba mais sobre a endometriose, doença que afeta mais de 115 mil capixabas

Cólicas fortes, dor na relação sexual e infertilidade são alguns dos sintomas da doença, que podem aparecer desde a primeira menstruação

Publicado em 2 de março de 2020 às 16:35

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Mulher com fortes cólicas, um dos sintomas da endometriose. (Shutterstock)

Cólicas fortes, menstruação irregular e dificuldades para engravidar. Esses são alguns dos sintomas que caracterizam a endometriose, doença do sistema reprodutivo feminino que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge cerca de 180 milhões de mulheres no mundo, 6 milhões de brasileiras e cerca de 115 mil capixabas.

Março, que também é o mês da mulher, é o mês Mundial de Conscientização da Endometriose, o Março Amarelo. A doença se dá quando o endométrio, membrana que reveste a parede interna do útero, está fora da cavidade uterina. Fragmentos desse tecido vão parar em outras partes do sistema reprodutor feminino, como nos ovários, nas trompas etc.

“A endometriose atinge os órgãos reprodutivos da mulher, como útero, ovários, trompas, além de intestinos, ureteres e a bexiga. Pode acometer o músculo diafragma, atingindo também a pleura e o pericárdio, que são membranas serosas que envolvem os pulmões e o coração. Quando a endometriose atinge o pericárdio pode causar derrame pericárdico e compressão do coração, alterando o seu funcionamento”, explica a ginecologista Karin Kneipp Costa Rossi, especialista em endometriose e presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Espírito Santo (SOGOES).

Geralmente, a endometriose atinge mulheres que estão no período reprodutivo, e os sintomas podem aparecer desde a primeira menstruação, aumentando a intensidade com o passar do tempo. Após a menopausa o risco do aparecimento da doença é menor.

Segundo Hitomi Nakagawa,  presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), cerca de um terço das mulheres inférteis pode ter endometriose. “Um dos grandes esforços que as sociedades médico-científicas têm feito é para que os diagnósticos sejam cada vez mais precoces, mesmo em adolescentes. Como a doença tende a evoluir a cada ciclo menstrual, uma das maneiras utilizadas para minimizar o processo é o bloqueio hormonal com suspensão dos picos hormonais e até da menstruação".

Os sintomas, cita a dra Karin Rossi, se manifestam com cólicas menstruais, dor pélvica crônica, dor na relação sexual (dispareunia), alterações do hábito intestinal (alternando períodos de constipação e diarreias e podendo apresentar dor ao evacuar), do trato urinário (com aumento do número de micções à noite e infecções urinárias de repetição) e infertilidade.

Causas

Não há como estabelecer precisamente as causas da doença. Fatores hereditários, toxinas ambientais, sistema imunológico comprometido ou alterações relacionadas à diferenciação de tecidos de origem embrionária podem estar associados aos distúrbios que podem resultar na endometriose.

De acordo com a dra Hitomi, embora seja uma doença benigna, isto é, não cancerosa, ela pode causar perda precoce da função ovariana e desencadear outros sintomas como dor e infertilidade que devem ser valorizados, além de depressão, problemas de relacionamento afetivo e dificuldades de ordem sexual.

Tratamentos

Segundo a presidente da SOGOES, o tratamento pode ser clínico ou cirúrgico. Ou a combinação de ambos. Independente da modalidade terapêutica escolhida, o objetivo principal é o alívio da dor, a obtenção de gravidez e a prevenção de recorrências. "O ideal é buscar o tratamento assim que surgirem os primeiros sintomas", diz Karin.

Gravidez

Segundo Hitomi Nakagawa, da SBRA, caso o objetivo da paciente com endometriose seja engravidar, a reserva de óvulos e a ocorrência de outras causas que, por ventura, dificultem o casal ter filhos de maneira natural serão decisivas na orientação da abordagem.

Para os casos em que o componente de dor seja muito expressivo, a opção cirúrgica deve também ser avaliada como primeira opção.

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A médica explica que técnicas de reprodução assistida (RA) aumentam as chances de realizar o sonho da maternidade porque proporcionam expressivos ganhos no que concerne à correção dos fatores que interferem com a fertilidade. Esse tipo de tratamento deve ser escolhido conforme a idade da paciente, o histórico familiar, o tempo de infertilidade, o grau da doença, as condições tubárias e dos espermatozoides.

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