Quando o assunto são tumores que atingem as mulheres, é comum que venham à mente o câncer de mama e o de colo do útero, enquanto o câncer de ovário muitas vezes nem é mencionado.
No entanto, a doença apresenta duas características bem específicas que demandam atenção especial: ele geralmente não manifesta sintomas em estágios iniciais e não existe, hoje, um exame específico para sua detecção precoce.
Em decorrência desses fatores, o câncer de ovário figura como a principal causa de morte entre os tumores ginecológicos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são estimados mais de sete mil casos do tumor maligno para cada ano do triênio 2023-2025 no país. Na região Sudeste, este é o sétimo tumor mais incidente, correspondendo a um risco estimado de 6,62 novos casos a cada 100 mil mulheres.
A oncologista Aurenivea Cazzotto, da Ellas Oncologia, explica que a doença costuma ser silenciosa. No entanto, mesmo assim, é preciso se atentar para sintomas que persistem por semanas.
“Quando a doença está avançada, a paciente pode ter dor ou desconforto abdominal (gases, cólica, inchaço, empachamento), náusea, diarreia, constipação, perda de peso inexplicável, sangramento vaginal anormal, cansaço e dor durante a relação sexual", alerta a especialista. A médica reforça que a doença geralmente se manifesta no período posterior à menopausa, mas também pode acometer jovens.
Apesar de não haver uma causa única conhecida para o câncer de ovário, alguns fatores de risco podem contribuir para o seu desenvolvimento. “A maioria dos casos é esporádica, porém, há algumas mutações genéticas hereditárias que aumentam o risco de desenvolver câncer de ovário (a mais conhecida é a mutação nos genes BRCA1 e BRCA2), e precisam ser acompanhadas regularmente por serviço especializado em oncogenética”, aponta Aurenivea.
Além disso, fatores como a obesidade, o sedentarismo, o tabagismo, histórico familiar da doença e questões reprodutivas também merecem atenção.
O câncer de ovário em seus estágios iniciais não apresenta sintomas específicos. Mas, à medida que o tumor cresce, pode causar:
O tratamento dependerá do tipo de tumor e estágio da doença. “Geralmente, o tratamento inclui cirurgia e quimioterapia (venosa e oral)”, diz a médica. Além disso, a opção terapêutica vai considerar também a extensão do câncer, a idade e as condições clínicas da paciente.
A detecção precoce do câncer de ovário ainda é um desafio, porque a maioria dos casos só apresenta sintomas em estágios avançados da doença. Mas, exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos podem auxiliar na identificação precoce da neoplasia em pessoas com sinais e sintomas mencionados acima.
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