O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum de câncer em homens no Brasil, sendo superado apenas pelo de câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é também considerado o terceiro mais incidente no Brasil. Estima-se que haja aproximadamente 72 mil novos casos diagnosticados a cada ano do triênio 2023-2025 no país. Diante desses números, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) enfatiza a importância do diagnóstico precoce, destacando a relevância do Novembro Azul, mês mundial dedicado à conscientização sobre essa doença.
O médico Clóvis Klock, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), afirma que, em grande parte dos casos, o câncer de próstata permanece assintomático, progredindo silenciosamente, sem representar uma ameaça à saúde do homem em seu estágio inicial.
“Já esse tipo de tumor em estágios avançados pode apresentar sinais como micção frequente, enfraquecimento do fluxo urinário, nictúria (necessidade de urinar durante a noite), presença de sangue na urina ou no sêmen, disfunção erétil, dores no quadril, costas, coxas, ombros ou em outros ossos se a doença se disseminar, além de possíveis sintomas como fraqueza ou dormência nas pernas ou pés”, afirma o patologista.
No entanto, é fundamental observar que muitos desses sintomas podem ser desencadeados por outras condições clínicas, não se limitando ao câncer de próstata. Dessa forma, é essencial consultar um médico e relatar a presença de quaisquer desses sinais, para que o profissional faça uma avaliação individualizada, o que vai possibilitar o diagnóstico correto e, se necessário, o início de um tratamento totalmente direcionado.
O diagnóstico precoce, por meio de exames de rotina, como o PSA (Antígeno Prostático Específico) e o toque retal, desempenha um papel crucial em aumentar as chances de cura, diminuindo a necessidade de procedimentos terapêuticos mais invasivos e, por consequência, reduzindo o índice de mortalidade.
O urologista Bruno Costa do Prado, da Oncoclínicas Espírito Santo, conta que os pacientes que descobrem o tumor de próstata pelo rastreamento, através do PSA e do toque retal, têm mais de 90% de chance de serem curados com apenas uma intervenção, que pode ser a cirurgia ou a radioterapia. "Na fase metastática, o paciente fica dependente do tratamento para o resto da vida e não tem a possibilidade de cura", ressalta.
O médico conta que outros marcadores tumorais estão em estudo, mas ainda não são utilizados de forma rotineira. "Em pacientes com forte história familiar de neoplasias, alguns exames genéticos podem auxiliar na avaliação do risco de desenvolvimento de câncer e contribuir para um diagnóstico mais precoce", diz Bruno Costa do Prado.
O que fazer para evitar o câncer de próstata:
Com relação aos fatores de risco para se desenvolver este câncer, merece destaque a idade, especialmente a partir dos 50 a 60 anos, o histórico de câncer de próstata na família e o excesso de gordura corporal (sobrepeso e obesidade). Indivíduos com antecedentes familiares de câncer de próstata podem desenvolver a doença em idades mais precoces, por isso devem ser acompanhados com consultas e exames a partir de 40 anos.
O exame que confirma o diagnóstico de câncer de próstata é a biópsia, ou seja, a retirada de pequenos fragmentos de tecido, cujas células são analisadas no microscópio pelo médico patologista. Além de confirmar o diagnóstico, o patologista também determina o subtipo e o grau da neoplasia, informações que definem o tratamento mais adequado para cada caso. “Para evitar que o câncer de próstata passe para estágios mais avançados, é importante realizar exames regularmente e consultar um médico em caso de sintomas suspeitos”, diz Clóvis Klock.
As principais formas de tratamento, quando localizado o câncer apenas na próstata, são a cirurgia oncológica, radioterapia e até mesmo a vigilância ativa (acompanhamento de lesões pouco agressivas), em alguns casos especiais. Em casos mais avançados há necessidade de hormonioterapia e quimioterapia.
Bruno Costa do Prado explica que a cirurgia é indicada em casos de doença localizada na próstata, sendo o tratamento padrão-ouro nessa situação. "Outra opção de tratamento é a radioterapia. Alguns fatores como preferência do paciente, presença de sintomas urinários, tamanho da próstata e comorbidades auxiliam na decisão entre essas opções", finaliza.
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