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Câncer renal: conheça os riscos de uma doença silenciosa

Câncer renal: conheça os riscos de uma doença silenciosa

O sintoma mais comum de câncer de rim é a presença de sangue na urina, chamada de hematúria e também pode ser a causa de outras doenças

Publicado em 9 de março de 2024 às 08:00

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Dor na lombar
Dor lombar, no abdômen ou dos lados do corpo são alguns dos sintomas. (Shutterstock)

Em meio a uma epidemia de doenças crônicas que assola a humanidade, o câncer renal desponta como uma preocupação crescente. A mudança no perfil de saúde da população, marcada pelo aumento da obesidade e outros fatores de risco, tem impulsionado a incidência dessa doença. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), essa neoplasia, cuja população idosa é a mais atingida, é a 13ª mais comum no mundo, representando 3% de todos os cânceres e ocorrendo com maior incidência nos países ocidentais.

Para alertar a população, março é considerado o mês de conscientização do câncer nos rins. Vale lembrar da importância do diagnóstico precoce em qualquer época, já que os pacientes não sentem muitos sintomas com a doença em seu estágio inicial, período mais importante em se detectar o tumor para que as chances de cura sejam maiores.

A Revista Brasileira de Cancerologia (RBC) diz que um a cada três pacientes diagnosticados irá morrer em consequência da progressão da doença para metástase. A maioria dos pacientes apresenta-se assintomática, e 75% dos casos são diagnosticados de forma acidental em exames de rotina como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

"Fatores como tabagismo, consumo excessivo de álcool e sobrepeso têm sido associados ao aumento da incidência e mortalidade por câncer renal. Este tipo de câncer está entre os que apresentam maior taxa de crescimento em todas as idades e grupos raciais em todo o mundo", alerta Alfredo Cardoso, oncologista clínico da Oncoclínicas Espírito Santo.

  • Veja os sinais e sintomas

  • O sintoma mais comum de câncer de rim é a presença de sangue na urina, chamada de hematúria e também pode ser a causa de outras doenças. Os sintomas também podem incluir:

  • Dor lombar, no abdômen ou dos lados do corpo.

  • Febre inexplicável por algumas semanas.

  • Perda de peso rápida e sem explicação.

  • Cansaço.

  • Inchaço dos pés e das pernas.

  • Massa palpável dos lados do corpo ou na região lombar.

  • Hipertensão arterial de difícil controle.

De acordo com o médico, a prevenção desse câncer está intimamente ligada a hábitos de vida saudáveis. "A evidência epidemiológica indica que pessoas mais ativas fisicamente têm um risco menor de desenvolver câncer. Além disso, uma dieta equilibrada, exercícios regulares, sono adequado, manejo do estresse e relacionamentos familiares são fundamentais na prevenção não apenas do câncer renal, mas de outras doenças crônicas", afirma.

O especialista ressalta a importância da alimentação na modulação da resposta imunológica. A dieta desempenha um papel crucial na saúde do sistema imunológico. Dietas ricas em carboidratos refinados, produtos processados e ultraprocessados podem desencadear inflamação crônica, afetando negativamente a função de imunovigilância do sistema imunológico.

A conscientização sobre a importância de um estilo de vida saudável é essencial. "Não há medicamento ou exame que possa substituir a responsabilidade individual de adotar hábitos saudáveis. A escolha de envelhecer com saúde está em nossas mãos", conclui o oncologista.

TRATAMENTO

O tratamento é definido conforme a extensão da doença. No primeiro estágio, quando o tumor é menor que quatro centímetros, pode se realizar a nefrectomia parcial, crioablação ou radiofrequência, em casos selecionados. Nos estadiamentos II e III, quando o tumor está restrito ao rim, o tratamento recomendado é a nefrectomia radical (a ressecção total do rim acometido). "Em paciente com alto risco de recidiva, deve-se considerar o tratamento adjuvante com imunoterapia por um ano", explica a oncologista clínica Carolina Nolasco.

Já no estadiamento IV, quando o paciente apresente doença à distância de pequeno volume ou lesão única em outro órgão, principalmente no pulmão, recomenda-se avaliação, seguido de imunoterapia adjuvante por um ano. Nos pacientes com estadiamento IV, sem possibilidade de cirurgia, o tratamento indicado como primeira linha é a associação de imunoterapia e inibidor do crescimento vascular endotelial.

A oncologista Juliana Alvarenga explica que a cirurgia é realizada principalmente no tratamento da doença localizada. "Dependendo do tamanho do tumor e da presença de linfonodos, pode ser retirado apenas uma parte do rim acometido ou ser necessário a retirada do rim todo. A cirurgia pode ser por via aberta, videolaparoscópica ou robótica".

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