O ator Antonio Fagundes, de 75 anos, revelou que convive com a diabetes tipo 2 e lembrou como soube do diagnóstico, em entrevista à "GQ Brasil". "A descoberta foi violenta, há uns oito anos. Perdi 10 quilos em uma semana".
Ele explicou que seu hábito de consumir muitas frutas, ricas em frutose, foi um dos fatores que contribuíram para o surgimento da doença. "Comia muitas frutas, que têm frutose, uma espécie de açúcar, e não sabia que era um problema em excesso".
“Estou melhor do que muita gente que não tem diabetes”, comemorou ele, acrescentando que o tratamento envolve uma rotina de cuidados com exercício físico quatro vezes por semana, entre musculação e atividade aeróbica.
A diabetes tipo 2 é uma doença crônica em que o corpo não utiliza e produz adequadamente a insulina, resultando em níveis elevados de glicose no sangue. "Com o passar dos anos de doença, o pâncreas, nosso órgão responsável por produzir e liberar insulina, pode fazer esse processo de forma deficiente, resultando na necessidade de uso de insulina exógena", explica a endocrinologista Luize Palaoro, da Rede Meridional.
Alguns sintomas incluem sede excessiva, aumento da frequência urinária, cansaço, visão embaçada e perda de peso. "É importante ressaltar que esses sintomas ocorrem com glicemias bem elevadas, por volta de 200mg/dL. Em valores mais baixos, a maioria dos pacientes é assintomático ou apresenta sintomas muito inespecíficos com tontura e discreto cansaço", diz Luize Palaoro.
Em pessoas mais velhas, o risco de diabetes tipo 2 aumenta devido à diminuição da função pancreática e maior resistência à insulina.
A endocrinologista Gisele Dazzi Lorenzoni diz que a diabetes tipo 2 ocorre principalmente em pessoas acima de 40 anos e especialmente, em pessoas com história de familiares de primeiro grau com a doença. "Estamos vendo cada vez mais um aumento da incidência dessa doença em crianças e adolescentes, devido aos maus hábitos alimentares e sedentarismo".
O tratamento da doença é feito com controle alimentar, alimentação balanceada com redução do consumo de açúcar e carboidratos, prática regular de atividade física e em alguns casos o uso de medicamentos. "Quando diagnosticamos um quadro de diabetes tipo 2 de início recente e orientamos dieta, exercício físico e o paciente segue a prescrição, pode haver remissão (em alguns casos). E nos casos diagnosticados e encaminhados, quando há indicação, de cirurgia bariátrica, também pode-se conseguir remissão do quadro da doença", diz a médica.
A médica Luize Palaoro explica que, sem controle adequado, pode resultar em complicações crônicas graves como doenças cardíacas, insuficiência renal, amputações, cegueira e neuropatias. "Caso o paciente não siga o tratamento, podem ocorrer complicações agudas graves como perda de peso acentuada e infecções", finaliza.
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