A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o cenário de mpox no continente africano constitui emergência em saúde pública de importância internacional em razão do risco de disseminação global da doença e de uma potencial nova pandemia. Este é o mais alto nível de alerta da entidade.
A mpox é uma doença infecciosa causada por um vírus da família do vírus da varíola (já erradicada). A transmissão ocorre por meio do contato com pessoas infectadas ou materiais contaminados pelo vírus. "Trata-se de um vírus transmitido por contato íntimo com um animal ou pessoa infectada, também pode ocorrer a partir do contato com superfícies contaminadas. A transmissão maior ocorre a partir do contato com secreções respiratórias", explica o infectologista Luis Henrique Barbosa, da Rede Meridional.
A doença é caracterizada pelas lesões na pele, mucosas e órgãos internos. O médico explica que as lesões de pele surgem após 1 a 5 dias de febre, que segue dando origem a elas. "Iniciam como manchas altas e evoluem para vesículas com conteúdo líquido claro em seu interior. Estas lesões se localizam nas extremidades do corpo como face, braços, pernas e órgãos genitais. Também podem surgir na boca".
O infectologista Eduardo Pandini, do Hospital Maternidade São José, conta que a mpox é uma doença infecciosa causada por um vírus da mesma família do vírus da varíola. Até 2022, a circulação estava restrita à África. “A transmissão ocorre por gotículas expelidas na respiração e fala ou, mais comumente, pelo contato direto com a pele com lesões”, explica.
Segundo ele, existem duas linhagens, a 1 - mais agressiva, que circula na África Central - e a 2, mais leve, que circula na África Ocidental. Em 2022, uma linhagem derivada da 2 começou a circular fora da África e se mostrou mais contagiosa, especialmente durante relações sexuais.
O médico alerta que agora está circulando no Centro e Leste da África uma linhagem derivada da 1, que é mais letal. “O alerta da OMS é pela possibilidade de ela ser mais transmissível e causar uma nova onda de casos no mundo, mas dessa vez com mais mortes”, pontua.
Pandini explica que na epidemia de 2022, houve uma predominância da doença em homens jovens homossexuais, com a doença sendo transmitida em grupos de pessoas que mantinham relações sexuais entre si. "No entanto, nesse surto atual na África não há uma predominância clara entre homens e mulheres".
O médico alerta que, no caso de suspeita, a recomendação é procurar logo um serviço de saúde para realizar o diagnóstico. “Diante da suspeita, é importante a pessoa se isolar até que todas as lesões crostosas se descamem completamente, para evitar que a doença se espalhe”, concluiu Pandini.
O tratamento para mpox é baseado no controle dos sintomas, especialmente a dor das lesões. “Nos casos graves existem medicações específicas como Cidofovir, Brincidofovir e Tecovirimat. Existe também uma vacina que, segundo o protocolo brasileiro, está indicada para pessoas com maior risco ou que tiveram contato com quem teve mpox para prevenção pós-exposição", finaliza o médico.
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