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O que é embolia pulmonar, causa da morte de Luana Andrade após lipoaspiração

O que é embolia pulmonar, causa da morte de Luana Andrade após lipoaspiração

A embolia pulmonar maciça, que levou às paradas cardíacas e ao óbito da influencer, é um quadro severo, que ocorre quando existem vários coágulos, ou o bloqueio do fluxo sanguíneo por muito tempo

Publicado em 8 de novembro de 2023 às 17:17

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Luana Andrade
A influenciadora Luana Andrade morreu após uma lipoaspiração. (REpordução @Luanaandrade)

A influenciadora Luana Andrade, de 29 anos, morreu em decorrência de uma embolia pulmonar maciça após se submeter a uma lipoaspiração. O Hospital São Luiz, onde o procedimento foi realizado, informou que a causa da morte foi embolia pulmonar maciça.

De acordo com o Hospital São Luiz, a modelo sofreu "intercorrência abrupta respiratória e teve uma parada cardíaca" após duas horas e meia de cirurgia e foi reanimada pela equipe médica. "A cirurgia foi interrompida e a paciente, submetida a exames que constataram quadro de trombose maciça. Foi transferida para a UTI onde foi submetida a tratamento medicamentoso e hemodinâmico. Mesmo com todos os esforços da equipe do hospital, ela evoluiu desfavoravelmente e morreu por volta de 5h30 de hoje", diz a nota.

A embolia pulmonar ocorre quando há interrupção ou dificuldade de circulação sanguínea no pulmão. Embolia pulmonar é um quadro grave e precisa ser identificado e tratado precocemente. "Mas ele também tem diferentes graus de intensidade. A embolia pulmonar maciça, que levou às paradas cardíacas e ao óbito da influencer, é um quadro severo, que ocorre quando existem vários coágulos, ou o bloqueio do fluxo sanguíneo dura por muito tempo", explica a pneumologista Dyanne Moysés Dalcomune, da Unimed Vitória. A médica diz que também existem eventos mais discretos, como um cansaço ao fazer esforços, uma dor no peito mais discreta, que às vezes o paciente não leva muito a sério, mas pode ser um quadro de embolia.

Há várias causas que podem formar a embolia pulmonar por interromperem ou dificultarem a circulação pulmonar. "O mais comum é a formação de coágulos de sangue, que normalmente vêm das pernas, dos membros inferiores e chegam ao pulmão. Eles estão muito relacionados ao pós-operatório de grandes cirurgias. Mas também existem outros materiais que provocam essa interrupção do fluxo sanguíneo na circulação pulmonar, como o líquido amniótico, a gordura, e fragmentos de outras substâncias", explica Dyanne Moysés Dalcomune.

A médica conta que somente os laudos periciais finais poderão confirmar o que de fato aconteceu no caso da influencer, se foi uma embolia provocada por coágulo de sangue ou pela gordura durante o procedimento de lipoaspiração.

Dyanne Moysés Dalcomune, pneumologista
Dyanne Moysés Dalcomune explica sobre a embolia pulmonar maciça. (Dyanne Moysés Dalcomune)
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O que podemos afirmar é que os coágulos de sangue são os mais comuns e estão relacionados às grandes cirurgias, assim como a pessoas que têm câncer e pessoas com mobilidade reduzida, que ficam mais acamadas e têm mais chances de desenvolver os coágulos nos membros inferiores

Dyanne Moysés Dalcomune
Pneumologista
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GRAVIDADE

Os sintomas vão depender do grau da embolia pulmonar e da situação da saúde do próprio paciente. Eles vão desde quadros graves, como as paradas cardíacas, até sintomas mais leves, como dor torácica inespecífica, cansaço ao fazer esforços, sensação de fôlego curto. "Eles são bem variados e quem vai ser operado precisa discutir os riscos com seu cirurgião. É importante ressaltar que isso deve ser feito em qualquer procedimento cirúrgico. Não podemos banalizar, pois todas as cirurgias têm risco e toda a equipe médica e o paciente devem estar cientes", diz a médica.

A gravidade está relacionada ao tamanho do coágulo, pois, dependendo de onde ele impactar e interromper a circulação do sangue no pulmão, o quadro pode ser mais grave. "Mas também está relacionada à extensão do coágulo no pulmão. Imagine que há um coágulo grande e no meio do caminho e ele se desfaça em vários coágulos menores, que afetam vários pontos da circulação pulmonar, tornando o quadro ainda mais grave", conta a médica. 

Dyanne Moysés Dalcomune diz que existem protocolos durante o pós-operatório, que são adotados pela maioria dos cirurgiões para evitar a embolia pulmonar. "O paciente, após operar, vai usar uma medicação e colocar uma meia. Isso é avaliado de acordo com cada paciente dependendo do tamanho da cirurgia e do risco de ter trombose ou coágulos. Em alguns pacientes mais idosos, que têm doenças pulmonares associadas, doenças da circulação ou hematológicas, precisam passar pelo pneumologista antes de realizar cirurgias para fazer uma avaliação de riscos antes de operar. Há casos de risco em que a medicação deve ser iniciada antes da cirurgia", finaliza Dyanne Moysés Dalcomune.

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