Adriane Galisteu revelou ter recebido diagnóstico de otosclerose, uma doença degenerativa que pode levar à perda de audição. A revelação foi durante o episódio da série biográfica "Barras Invisíveis", da plataforma de streaming Universal+, que acaba de ser lançada.
"Eu já falei com alguns médicos, não há uma ordem. Tem gente que perde a audição em um ano e tem gente que perde em 30 anos. E eu não sei como vai ser", disse Galisteu, que é mãe de Vittório, com 14 anos. Por conta da condição, Adriane desistiu da ideia de se tornar mãe novamente após os 50 anos. Há chances de os sintomas da doença piorarem por conta do aumento dos hormônios durante a gestação.
A otosclerose é uma doença que altera o metabolismo ósseo de uma região específica do ouvido onde há a vibração do terceiro ciclo da audição que é o estribo na janela oval, transmitindo a vibração que o tímpano recebe do som para dentro da orelha interna. "Nesses pacientes há um crescimento ósseo anormal e o estribo fica mais rígido na janela. Dessa maneira, ele vibra menos e transmite menos a vibração do som para dentro da orelha interna. Isso é otosclerose", explica o otorrinolaringologista Giulliano Luchi, da Unimed Vitória.
O médico conta que a doença não afeta a gestação. "Na gestação há uma piora da manifestação dessa doença devido às alterações hormonais da gestação. Há uma tendência da piora desse depósito ósseo anormal e mais enriquecimento do estribo na janela, piorando dessa maneira o sintoma do paciente", diz Giulliano Luchi.
O crescimento anormal de osso ao redor do estribo vai levar a um enrijecimento, a diminuição da vibração da janela e dessa maneira a energia sonora, a vibração do som, não vai ser adequadamente transmitida para a orelha interna. "Isso vai causar uma perda auditiva no paciente", explica o médico.
A otorrinolaringologista Cristiane Adami, do Hospital Paulista, explica que os hormônios femininos, especialmente os estrogênios, têm sido associados à progressão da otosclerose. "Essa relação foi observada em estudos clínicos e epidemiológicos, que indicam que a doença pode progredir mais rapidamente em mulheres, particularmente durante períodos de mudanças hormonais significativas, como a gravidez. Portanto, ela não afeta a gestação, mas pode piorar durante a gestação, ou seja, pode piorar a perda auditiva da grávida".
A médica conta o crescimento anormal ósseo do estribo dificulta a condução do som do ouvido para o cérebro e há a perda auditiva. "O principal sintoma da doença é a perda auditiva, mas também pode cursar com zumbido e tontura simulando uma labirintite".
A doença tem que ser conduzida pelo otorrinolaringologista especialista em audiologia e problemas auditivos. "Ele vai analisar com o paciente cada opção de tratamento, mas é fundamental tratar para ele ter reabilitação auditiva porque não tratar a perda auditiva pode trazer uma série de outros problemas", ressalta Giulliano Luchi.
Os sintomas podem ser amenizados com o diagnóstico correto e o tratamento adequado para cada fase em que a otosclerose se encontra. Algumas medicações ajudam muito a amenizar os sintomas.
Cristiane Adami explica que o tratamento pode ser cirúrgico ou medicamentoso. "A cirurgia consiste em substituir o estribo acometido por uma prótese para restaurar a audição. O tratamento medicamentoso ajuda a estabilizar a doença. A indicação do tipo de tratamento depende da gravidade da doença", finaliza.
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