Durante o outono, aumenta o número de doenças respiratórias. Diante dos sintomas semelhantes, muitas pessoas têm dúvidas para identificar quando se trata apenas de um resfriado ou de uma sinusite, situação que requer mais cuidados.
O otorrinolaringologista Giulliano Ruschi e Luchi, da Unimed Vitória, explica as principais diferenças entre as duas doenças. Segundo ele, a sinusite é uma condição inflamatória infecciosa da fossa nasal e dos seios da face, em que costuma ocorrer inchaço da mucosa e secreção. Alguns casos desenvolvem infecção bacteriana e precisam ser tratados com antibióticos.
"Normalmente é uma situação que vai demandar um tratamento um pouco mais prolongado para se resolver. Alguns pacientes que têm alterações anatômicas, de formato e de estrutura, que atrapalham o bom funcionamento, podem precisar até fazer cirurgia para tratar a sinusite", detalha.
Já o resfriado é uma condição viral na maioria das vezes e com sintomas leves, sendo uma doença autolimitada, com duração de cinco a 10 dias. Os sintomas são obstrução nasal, secreção nasal (geralmente clara e fluida), dor na garganta, falta de disposição para atividades do dia a dia, dor no corpo, dor de cabeça e febre baixa.
"A tendência é os sintomas irem diminuindo à medida que vão se passando os dias dentro desse prazo de uma semana. As medicações são usadas apenas para dar conforto ao paciente nesse período", diz.
Conforme explica o médico, embora os sintomas de ambas as condições sejam semelhantes, o que muda é a intensidade deles.
O diagnóstico diferencial da sinusite do resfriado deve ser feito a partir de uma avaliação médica. "Existem dados objetivos que a gente busca e define por um diagnóstico ou outro, pois as condutas são diferentes. Então, a orientação sempre é buscar ajuda médica no começo dos sintomas para ter um diagnóstico detalhado e uma conduta adequada", reforça o especialista.
Giulliano também explica porque essa época do ano é mais propícia para infecções respiratórias. "As duas doenças são mais comuns nessa época mais fria do ano, em que as pessoas estão mais aglomeradas em ambientes fechados e há mais proliferação no ar de alérgenos. O resfriado, principalmente, é uma doença viral contagiosa. Então, ele vai se proliferando pela família, entre o ciclo de amigos e colegas de trabalho".
O tratamento da sinusite segue um protocolo bem específico que deve ser feito com orientação médica, englobando medicações sintomáticas, anti-inflamatórios, fluidificantes, medicações para desobstrução nasal e, nos casos infecciosos, antibióticos.
"Alguns pacientes com doenças refratárias que não melhoram com os tratamentos iniciais precisam de tratamentos mais prolongados, às vezes com troca de antibiótico. Alguns casos também progridem para tratamento cirúrgico. É uma doença que deve ser tratada pelo médico especialista porque tem potencial de complicações graves. Uma sinusite que não responde bem ao tratamento pode trazer sequelas graves para o paciente", alerta Giulliano.
No caso do resfriado, é preciso evitar compartilhar toalhas, talheres, copos e usar máscara. "O paciente que está resfriado deve usar a máscara para evitar a disseminação pela família ou pelo ciclo de amigos, lavar as mãos com frequência, ingerir bastante líquido e tratar com sintomáticos, como um analgésico e um antitérmico. Uma conduta inicial mais específica pode ser tomada pelo médico utilizando medicações sintomáticas que vão dar mais conforto, vão permitir ao paciente continuar a sua rotina de trabalho, de estudo e ter menos impacto da doença".
O médico também afirma que o tratamento mais especializado nos primeiros momentos do resfriado também impede que esse desequilíbrio da imunidade origine uma sinusite, já que o resfriado pode ser a porta de entrada para ela.
"O resfriado que não melhora com uma semana pode dar origem a uma sinusite. Então, uma conduta mais especializada no resfriado diminui a possibilidade dele progredir para uma sinusite e diminuir o impacto da doença na vida do paciente", finaliza.
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