Graduado em Economia pela UFES, com pós-graduação em Gestão Financeira pela FGV/Mmurad. Agente de Investimentos autorizado pela CVM. Sócio da Valor Investimentos.

De olho na inflação e as oportunidades em renda fixa

Dois indicadores são muito importantes para quem pretende investir ou para quem já investe em renda fixa: a taxa básica de juros (Selic) e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ou seja, a inflação

Vitória
Publicado em 31/01/2022 às 09h03

Cenário de juros altos e volatilidade fortalecem ativos como títulos atrelados à inflação. Antes de entrar no detalhe, uma dica. Dois indicadores são muito importantes para quem pretende investir ou para quem já investe em renda fixa: a taxa básica de juros (Selic) e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ou seja, a inflação. 

Esses dados são realizados e atualizados semanalmente pelo Banco Central, intitulado Boletim Focus. Vale a pena conferir esses dois indicadores na tabela.

Boletim Focus
Boletim Focus. Crédito: Reprodução/Banco Central

Ficar de olho no Boletim ou Relatório Focus é importante para se ter uma nação básica de como os ativos que compõem a renda fixa podem se comportar. Por exemplo, de acordo com o relatório – observado no dia 21 de janeiro –, a projeção da Selic e do IPCA, em 2022, é de 11,75% e 5,15% respectivamente. Já para o ano de 2023, os valores e as projeções mudam sensivelmente: 8,00% e 3,40%.

Ou seja, temos em ambos os casos – Selic e IPCA – projeções de quedas, que afetam os rendimentos em inúmeras classes de ativos do mercado financeiro, mas especificamente a renda fixa. Assim, conseguimos vislumbrar a performance das nossas alocações de recursos de forma mais eficiente em cenários distintos, especialmente no que tange aos movimentos políticos.

Não se deve, necessariamente, alocar em renda fixa porque as taxas estão maiores, mas é essencial avaliar e respeitar o perfil do investidor e os objetivos.

O reflexo dos indicadores é visto de forma negativa, se analisada a rentabilidade acumulada de títulos públicos. No caso do Tesouro IPCA+ 2045, por exemplo, a queda já é superior a 25% no ano de 2021. Por outro lado, as expectativas para o rendimento de ativos atrelados ao CDB e à inflação nos próximos meses são atrativas para o investidor, por oferecer retornos que chegam a ultrapassar os dois dígitos.

É bom ressaltar que, na renda fixa, existem dois efeitos que merecem atenção: carrego e marcação a mercado (falaremos na próxima coluna). Não dá para afirmar que 2022 é o ano da renda fixa, mas com certeza existem boas oportunidades.

Em um momento em que o mercado se encontra em estado de grande volatilidade, é muito importante prezar pela segurança e estabilidade nos investimentos, reforçando a importância da diversificação mesmo dentro de uma única classe de ativos.

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