Já escrevi há algumas semanas sobre o impacto econômico que sofremos em função da pandemia, da guerra na Ucrânia, assim como por problemas estruturais do Brasil. Esses três problemas somados e os desdobramentos gerados por eles nos colocaram em uma situação de baixo crescimento econômico e inflação elevada.
Ainda considerando esses aspetos como pano de fundo, verificamos também como isso se relaciona com a mudança nos preços dos ativos no ambiente de investimentos financeiros, e como o investidor se comporta diante desse cenário.
Em função da situação descrita resumidamente acima, atualmente encontramos oportunidades de investimentos muito atrativas em renda fixa. Como exemplos, cito:
- Pós-fixados: ativos atrelados à taxa Selic, hoje com retornos
anualizados de aproximadamente 13% aa (CDBs, LFTs, LCIs, LCAs, CRIs,
CRAs e Debêntures);
- Pré-fixados: ativos com retornos de até 15% ao ano (LTNs, CDBs, LCIs e LCAs);
- Juro real: ativos com retornos de até IPCA + 8% ao ano (NTNs, CDBs e Debêntures).
Aqui começo a explicar como é o comportamento de boa parte dos investidores: em função da atratividade das taxas apresentadas acima, muitos investidores estão migrando seus recursos da renda variável para a renda fixa, sem perceber que essa primeira apresenta atratividade ainda maior nesse momento.
O lucro das empresas do índice Ibovespa está elevado frente ao preço das ações negociadas no mercado. Isso significa que as ações estão baratas, caso a rentabilidade dessas companhias se mantenha parecida nos próximos anos.
Em outras palavras, aparentemente os investidores que estão migrando seus investimentos em ações e/ou fundos de ações estão aceitando fazer isso a um preço muito abaixo do razoável, isto é, vendendo barato ou, ainda, vendendo na baixa.
Na prática, isso significa que existe uma boa chance de que os investimentos em renda variável (índice Ibovespa, fundos de gestão ativa ou boas empresas) apresentem uma rentabilidade ainda maior do que as citadas acima, no segmento de renda fixa.
Essa correlação entre a atratividade da bolsa e da renda fixa colabora para que parte relevante dos investidores siga o efeito manada e, da mesma maneira, voltem a procurar o investimento em bolsa de valores apenas quando a renda fixa estiver novamente pouco atrativa, momento esse que a bolsa, provavelmente, não estará mais tão atraente.
Diante desse dilema entre manter aplicações em bolsa ou renda fixa, entendo que o ideal é primeiro definir seus objetivos de curto, médio e longo prazos, assim como entender o seu perfil de investidor e como você se sente com as variações de preços no mercado. A partir daí, montar uma carteira de investimentos aderente ao perfil, se possível contemplando as diversas classes de ativos disponíveis.
OBS: Isso não é recomendação de investimento. Procure um profissional para orientação e sempre respeite o seu perfil de investidor.
Este vídeo pode te interessar
Leia mais colunas Seu Dinheiro
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.