Toda manhã de segunda-feira, os investidores esperam a publicação do Relatório/Boletim Focus com as expectativas de mercado. Divulgado pontualmente pelo Banco Central (BC) às 8h30, o Focus é um compilado das expectativas das instituições financeiras para os indicadores mais importantes da economia.
São quatro projeções:
- Crescimento do Produto Interno Bruto (PIB);
- A inflação medida pelo IPCA;
- A taxa de juros Selic;
- A taxa de câmbio.
Para todas as projeções, o Focus traz dados tanto para o ano corrente quanto para três anos à frente.
O Focus tem uma função muito importante na economia. Serve para pautar as conversas do início da semana e para confirmar ou corrigir muitas das estratégias imaginadas pelos profissionais do mercado para os ativos financeiros.
Para fazer bem seu trabalho, o BC precisa ir além dos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Fundação Getulio Vargas (FGV), além das associações de classe da indústria, do comércio e dos serviços.
Para isso, o Banco Central possui sistemas proprietários para medir a temperatura da atividade econômica e, assim, poder calibrar melhor a política monetária. Todos esses sistemas dependem do levantamento de informações e do trabalho de técnicos para analisá-las.
O Focus baliza as expectativas do mercado. Com ele, os agentes de mercado calculam suas estimativas individuais com um grau maior de certeza. Nesses casos, os prognósticos tendem a influenciar a realidade. Ao esperar uma inflação mais alta, os agentes econômicos reajustam seus preços além do que seria necessário, e a projeção se transforma em uma profecia autorrealizável. Mais um elemento de risco em um cenário já coalhado de incertezas no mercado internacional.
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