A Nubank, fintech que promete desburocratizar a vida do cliente bancário, abriu capital em bolsa americana, dias atrás. A fintech tem milhões de usuários do cartão de crédito roxinho e da conta-corrente Nu (“pelado” ou desprovido de burocracia), sem anuidade em sem necessidade de ir lá, no banco, abrir a conta, conversar com o gerente, etc. Não tem agência. Tudo parece mais simples para o consumidor, que faz as transações via celular.
A Nubank é uma delas, uma das fintechs que têm contribuído para a bancarização de muitos brasileiros. Verdade, muitos brasileiros que nunca tiveram antes uma conta em banco o fizeram pela primeira vez por meio de uma fintech. Outro exemplo, o Will Bank, aquele do cartão amarelinho, nasceu com o propósito de desbancarizar a classe D. E o Picpay, sistema de transferências pioneiro no Brasil: uma rede social de pagamentos, que também tem seu cartão zero anuidade e com cashback para o consumidor.
Relatório do Banco Central mostra que a quantidade de CPFs vinculados a algum produto ou serviço financeiro aumentou 50% entre 2018 e 2020. Para instituições de pagamento, que utlizam o sistema PIX, a alta foi ainda mais expressiva: 180% no período.
As conta-correntes das fintechs anunciam rendimentos acima do CDI, um tipo de taxa livre de risco. Deixar dinheiro na conta-corrente de fintechs rende mais do que aplicar o mesmo montante na poupança, cujo cálculo muda depois que a Selic bate os 8,5% ao ano.
Hoje, a Selic está em 9,25% ao ano. Pela regra antiga, a poupança renderia 70% da Selic (6,47% ao ano, com a taxa vigente). Pela nova regra, a poupança passa a render em torno de 6,17% ao ano (o que equivale a 0,5% ao mês mais uma Taxa Referencial que está zerada há três anos). Aliás, é bom lembrar: a caderneta não é uma aplicação, não dá rentabilidade. Ela é boa para compor reservas de emergência, aquele dinheiro que a gente tem que guardar para usar quando for necessário.
A vantagem dos cartões de crédito das fintechs está na facilidade em obter um, cancelar, pedir novo cartão em caso de perda (sem cobrança adicional, em alguns casos). Bom exemplo para os bancões brasileiros. Até bem pouco tempo, cinco bancos brasileiros juntos dominavam quase 80% do mercado de crédito nacional. Isso precisa mudar a galope, a competição é boa para o consumidor e gera eficiência nos serviços financeiros.
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