Muita gente acha que quem investe em um título de renda fixa conhece no momento da compra a rentabilidade que o ativo entregará. Isso é verdade apenas se o título for prefixado e o resgate do dinheiro for única e exclusivamente feito no vencimento. Resgates antecipados (quando você decide vender de volta o título que comprou ao Tesouro) sofrem marcação a mercado, uma expressão que usamos para dizer que a rentabilidade do título varia diariamente, de acordo com a sua liquidez.
Se o título parece atrativo ao investidor, há aumento de demanda, e os preços sobem, reduzindo a rentabilidade esperada no vencimento. O movimento contrário é verdadeiro: se o título parece pouco atrativo ao mercado, há excesso de oferta, os preços caem, aumentando a rentabilidade futura esperada.
Neste mês de abril, o Tesouro Direto, que emite títulos de renda fixa como forma de financiamento do governo federal, modificou seu portfólio de títulos, que ganharam novos vencimentos, cupons semestrais e alíquotas de juros.
Trata-se de um ajuste que o Tesouro afirma fazer todos os anos, à medida que o título vai chegando mais próximo de seu vencimento, um novo título surge com prazo mais esticado. O Tesouro Prefixado 2024, por exemplo, foi substituído pelo Tesouro Prefixado 2025. Este último paga hoje 12,3% ao ano e tem preço unitário de R$ 733,55.
O site do Tesouro Direto permite que você faça simulações de aplicações mínimas e ganhos esperados, e há títulos com indexadores como a Selic e o IPCA (inflação oficial brasileira). O Tesouro Selic 2027 (ano de vencimento do título) paga a Selic + 0,19% ao ano. Se a Selic cair até lá, seu ganho vai caindo junto. Mas se ela subir, você também ganha mais.
Esse título é híbrido, tem parte de sua rentabilidade prefixada (0,19% ao ano) e parte pós-fixada, a Selic, um componente que não sabemos como estará daqui a cinco anos, embora o mercado sempre antecipe expectativas sobre o futuro. Lembrando que os títulos indexados à inflação costumam ser bem mais voláteis que os outros títulos do Tesouro.
Quem comprou o Tesouro Prefixado 2024, ou outros títulos do Tesouro Direto que saíram de linha, continua com ele até o vencimento se assim quiser, ou seja, o título não deixa de existir para quem o já tem. Mas no fim do dia, vale a pena comprar os novos títulos do Tesouro Direto? A preço de hoje, trata-se de uma alternativa sedutora aos investidores mais conservadores.
Até mesmo quem gosta de tomar risco está caminhando para a renda fixa, uma vez que o Ibovespa não tem entregado mais do que isso nos últimos dois anos.
Por fim, uma última dica. Se você quer renda pós-fixada lastreada em taxas livres de risco, como a taxa DI depósito interbancário, fica uma sugestão: o InvestAI. Trata-se de uma aplicação que compara títulos com as características que você quer e com o prazo que você quer por meio de algoritmos de inteligência artificial.
Vale a pena conhecer a ferramenta, um aplicativo de celular. Por meio dele você ainda dá ordens de compra e abre contas em corretoras. Encontrei um título lá que paga mais de 140% do CDI. Ah, e claro: pesquise sempre antes de comprar, em diferentes plataformas (não só no InvestAI), e tenha em mente qual é seu objetivo ao comprometer seu capital a uma aplicação.
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