Ph.D em Contabilidade, consultora de empresas em Ciência de Dados e negócios, professora da Fucape Business School, jornalista e comentarista da CBN Vitória

Quer investir nos EUA? Novo fundo facilita compra de ações da Apple, Microsoft e Amazon

Nesta semana, a B3 passou a negociar um novo tipo de ETF que replica o comportamento do índice CRSP Large Cap, que contém as ações mais valiosas negociadas em bolsas americanas

Vitória
Publicado em 11/02/2022 às 12h04

Hoje mais de 500 mil investidores no Brasil têm na carteira os chamados ETFs, sigla para Exchange-Traded Funds. Nos dois últimos anos, em plena pandemia, a B3, bolsa brasileira, lançou mais de 100 novos produtos de ETFs. Nesta semana, a B3 passou a negociar um novo tipo de ETF que replica o comportamento do índice CRSP Large Cap, que contém as ações mais valiosas negociadas em bolsas americanas. Ações como Google, Facebook, Amazon, Tesla, Apple, Microsoft, Walt Disney e Pfizer.

Por meio desse novo ETF, chamado USAL11, um investidor pode comprar cotas de ações de mais de 600 empresas de diferentes setores. O fundo começou a ser negociado no último dia 9 de fevereiro, com taxa de administração de 0,16% ao ano, e cota inicial de R$ 10,30. A gestão é da XP Allocation.

ETF: Exchange-Traded Funds
ETF: Exchange-Traded Funds. Crédito: Shutterstock

Por que os ETFs são tão atrativos em mercados brasileiros?

Primeiro, é mais barato comprar uma única cota que representa várias empresas do que comprar uma ação de cada uma dessas companhias, especialmente porque elas são negociadas em dólar. Se você decidisse comprar uma ação da Apple, na Nasdaq, bolsa americana, hoje, dia 11 de fevereiro, pagaria US$ 172 só por ela. Você pagaria R$ 9,86 por uma cota do USAL11, a preço de hoje, e dentro dessa cota há uma carteira com mais de 600 firmas.

Em resumo, os ETFs são uma carteira diversificada e mais barata do que comprar ações diretamente. E diversificação é um bom instrumento de redução de risco. Esses fundos replicam carteiras de referência no mercado (carteiras teóricas, que não são produtos financeiros). Um dos ETFs mais conhecidos no Brasil é o BOVA11, fundo que replica o Ibovespa, índice com as ações de maior liquidez da bolsa brasileira.

E quanto os ETFs rendem?

De novembro de 2021 a janeiro de 2022, o ETF que replica um índice de materiais básicos rendeu 14,9% em um único trimestre (o setor de materiais básicos contém empresas que fornecem a maior parte das matérias-primas para a construção civil). Mas saiba que esse mercado de fundos ETFs, embora diversificado, tem risco, há sobe e desce de ações, e o foco de rentabilidade deve ser o longo prazo. Os sites das gestoras de fundos trazem as rentabilidades históricas dos principais ETFs brasileiros.

Eu pago imposto no ETF?

Sim... difícil não pagar imposto no Brasil, você conhece bem a história. O investidor paga 15% de Imposto de Renda sobre o ganho de capital (lucro auferido na transação). Se fizer day trade, ou seja, comprar e vender no mesmo dia, a mordida do Leão cresce para 20% de IR do lucro.

Mas só dá para comprar ações da Apple e da Google no Brasil por esse ETF?

Não, há outras opções. Há os chamados BDR (Brazilian Depositary Receipts). A Apple, por exemplo, está listada em bolsa brasileira por meio de um BDR, com o código AAPL34. Você pode comprar um BDR da Apple, a preço de hoje, a R$ 90,70. Antes os BDRs eram restritos a pessoas jurídicas, agora não. Pessoas físicas também podem comprar.

Para finalizar, há ETFs que replicam índices dos mais diversos setores: sustentabilidade, criptomoedas, há os BDRs de ETFs (sopa de letrinhas), um assunto que fica para depois. Por hora, recomendo acompanhar: o USAL11 será promissor? Lembrando que estamos falando das empresas mais caras dos Estados Unidos... será que elas têm chance de gerar ainda mais rentabilidade? A ver.

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