O ano de 2021 foi extremamente ingrato para os investidores brasileiros. Com o desenvolvimento da vacina e o avanço do número de imunizados, a perspectiva de retomada da atividade econômica levou a bolsa aos 130 mil pontos, acompanhando o clima de euforia dos mercados globais.
O segundo semestre foi marcado por crises institucionais, inflação surpreendendo negativamente, preocupações com a sustentabilidade fiscal e revisão da política monetária pelo Banco Central, que se viu obrigado a subir juros numa tentativa de trazer a inflação para sua meta.
De lá para cá, foram cinco meses consecutivos de queda do índice, que voltou a negociar próximo da casa dos 100 mil pontos. No ano, o índice Ibovespa acumula uma queda de aproximadamente 12%. Em períodos anteriores parecidos como esse, o investidor brasileiro teria feito um movimento que em alguma medida repete nesse momento, que é sair de bolsa e investir em renda fixa.
Porém, dessa vez tem sido um pouco diferente. Nos últimos três anos, o mercado brasileiro passou por uma verdadeira revolução, permitindo que os investimentos fora do Brasil se tornassem, baratos, simples e acessíveis. Investir fora do Brasil até pouco tempo atrás praticamente impossível para o pequeno investidor! Hoje em dia existem opções de investimentos nas bolsas americana, asiática e europeia, por exemplo, por apenas R$ 100,00.
E algumas ações gringas chegaram a ter valorização de 20% a 31% no ano, como foram o caso da NVIDIA e Apple. Os papéis foram boas oportunidades para o investidor brasileiro que se antecipou e comprou antes que ficassem caros.
Essa mudança estrutural no mercado de capitais brasileiro vem permitindo que o chamado home bias seja reduzido. Home bias é um viés comportamental que faz com que o investidor tenha uma preferência natural em investir em sua região, país e moeda. No Brasil esse viés é levado ao extremo estudos mostram que menos de 1% do patrimônio total investido pelos brasileiros está fora do Brasil. Os americanos investem quase 30% fora do seu país; canadenses 35%; ingleses 50%.
Mercados mais maduros e moedas mais estáveis permitem que carteiras de investimentos tenham retorno superiores e menor volatilidade.
Em um ano muito ruim para os ativos de risco brasileiros, os investidores estão tirando uma importante lição: manter parte do patrimônio em moeda forte em mercados maduros também faz parte da diversificação.
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