A inflação nos últimos 12 meses nos Estados Unidos chegou a 8,5% em março, o maior patamar em 40 anos. A última vez que o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) esteve acima desse valor nos EUA foi em dezembro de 1981, quando atingiu 8,9%.
A alta nos preços se dá por problemas na oferta de suprimentos, na demanda elevada estimulada por juros baixos e estímulos fiscais, e nas interrupções nos mercados globais de alimentos e energia, agravados pela guerra da Ucrânia, que impactou preços de commodities como o petróleo, trigo, soja e fertilizantes.
Entretanto, mesmo antes da guerra acelerar essa alta, gastos maiores do consumidor, aumentos salariais e escassez de oferta já conduziam a inflação ao seu nível mais alto em 40 anos.
Essa alta intensifica as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central Americano) aumente a taxa de juros nos próximos meses, inclusive em 2023, o que deve reforçar ainda mais as vantagens para o dólar.
Mas como essa alta de juros impacta a Bolsa brasileira? Quando os juros sobem nos Estados Unidos, investir em títulos de renda fixa americanos se torna mais atrativo, o que consequentemente estimula o fluxo de capital de ativos de risco para ativos mais conservadores.
Em outras palavras, sabe-se que os títulos emitidos pelo Tesouro dos Estados Unidos já são tradicionalmente atrativos para os investidores porque são vistos como seguros e ligados à maior economia mundial. Isso obriga os investidores a comprar dólares, o que faz com que o dólar se valorize, e se fortaleça frente a diversas moedas, especialmente a de mercados emergentes (países subdesenvolvidos), como o brasileiro, que sofrem com a migração de seus investidores.
Dessa forma, o dólar, que vinha negociando próximo de R$ 4,60, passa a ser negociado próximo de R$ 5,00. E a bolsa brasileira, que negociava próxima dos 120 mil pontos, negocia próximo dos 110 mil pontos.
Este vídeo pode te interessar
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.