Vivian Lima de Almeida, 29 anos, foi econtrada morta dentro de sua casa no bairro Araçás, em Vila Velha
Vivian Lima de Almeida, 29 anos, foi econtrada morta dentro de sua casa no bairro Araçás, em Vila Velha. Crédito: Reprodução

Após crime, ex-marido de Vivian consolou parentes no dia do enterro

A microempreendedora Vivian de Almeida, 29 anos, foi espancada até a morte. O ex-marido, suspeito do crime, ainda consolou familiares dela e foi ao enterro

Tempo de leitura: 3min

"Thiago foi muito frio. Ele destruiu o rosto da minha irmã, a espancou, deu socos e pauladas na cabeça dela. E ainda teve coragem de ir conosco ao DML para fazer o reconhecimento do corpo". A descrição desses detalhes cruéis foram feitos por Cláucia Lima sobre o homem suspeito de assassinar a irmã dela, Vivian Lima de Almeida,  29 anos.

As investigações da Polícia Civil apontaram o ex-marido de Vivian,  Thiago Cruz, 36 anos, como o autor do crime. Um susto para a própria família da vítima, que confiava nele. "Thiago e minha irmã tem um filho juntos. Ele esteve conosco quando descobrimos a morte dela, me abraçou e chorou. Além disso, consolou minha família. É ser muito sem coração", contou Cláucia. 

No dia 29 de junho, Vivian foi encontrada morta dentro de casa, no bairro Araças, em Vila Velha. A irmã dela conta que pela manhã do mesmo dia, o ex-marido Thiago havia entrado em contato dizendo que não conseguia falar com a ex-mulher pelo telefone. 

"Começamos a procurá-la. O filho dela estava na casa da avó desde do dia anterior. Como não a encontramos, fui bater na casa dela. Foi quando encontramos ela desfigurada e morta", lembra a irmã, entre lágrimas.  

O ex-marido, de quem Vivian estava separada há mais de três anos, foi ao local do crime, enquanto a perícia e  polícia trabalhava, e consolou os familiares da vítima. "Ele me abraçou e chorou. Disse que acreditava que algum amigo dela tivesse feito aquilo. No dia seguinte, foi conosco ao Departamento Médico Legal reconhecer o corpo, não ficou nervoso em nenhum momento e nem gaguejava".

PRISÃO

Com base em imagens de câmeras do bairro onde aconteceu o crime, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) descobriu que  a última pessoa a entrar na casa havia sido Thiago, na segunda-feira (28), um dia antes de Vivian ter sido encontrada morta. Lá, ele permaneceu por 1h30. 

Inicialmente, Thiago havia sido descartado como suspeito pela família e até pela polícia, devido ao bom relacionamento que mantinha com Vivian. Mas as imagens registradas mostraram a presença dele. Ao ser chamado para prestar depoimento na delegacia, o ex-marido foi preso. À polícia, o suspeito negou o crime.

Delegada Raffaella Aguiar, titular da DHPM
Delegada Raffaella Aguiar, titular da DHPM. Crédito: Isaac Ribeiro | A Gazeta

Raffaella Almeida

Delegada titular da DHPM.

"Ele realmente era acima de qualquer suspeita"

"É uma pessoa sem antecedentes criminais e todos só falavam bem dele, inclusive os familiares da vítima eram só elogios a ele. Contudo, com provas bem contundentes, não tivemos dúvidas de que ele era o autor", relatou a delegada Raffaella Almeida, titular da DHPM.

Para a família, ainda é difícil entender que isso tudo aconteceu. "Mesmo preso, ele ainda nos causa medo, pois pode sair a qualquer momento. Nunca foi uma pessoa violenta, nunca ouvimos nada, nem gritar com a Vivian. Era tranquilo e tratava bem a minha irmã, nunca vimos nada de errado", descreve Cláucia. 

DOR QUE ASSOLA

O motivo do crime ainda é um mistério para a família, pois Thiago até um novo relacionamento já possuía. "Achamos que talvez ele quisesse ficar com o filho só pra ele, pois dois dias depois do enterro esteve na minha casa para pegar a certidão e as roupas do meu sobrinho, que retirei da casa da minha irmã". 

Cláucia é quem está cuidando do filho de Vivian. As duas eram sócias num microempreendimento de estamparia. "Vivian era uma moça feliz e que trabalhava dia a noite pelo filho. Meu coração está partido. Não bastou arrancar um pedaço ao tirar a vida da minha irmã, ainda fez toda essa maldade", diz. 

Ela ainda acredita que onde Vivian estiver, o amor das duas ainda vive. "Sempre falamos muito 'eu te amo' uma para a outra e trocamos abraços.  Essa lembrança estará sempre a minha memória quando eu falar dela", completou, emocionada. 

*Matéria originalmente publicada no dia 24/09/2020 

A Gazeta integra o

Saiba mais

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.