A enfermeira Giselly Thais Caçandro de Souza, de 36 anos, moradora de Conceição do Castelo, Região Serrana do Espírito Santo, era mãe de três meninas, de 5, 8 e 18 anos. Gabriella Christina de Souza, a mais velha, conta que a mãe se sentia orgulhosa por atuar no hospital do município e ver pacientes se recuperar da Covid-19.
A enfermeira foi assassinada a tiros pelo ex-marido na noite deste sábado (25), no Centro da cidade. Segundo familiares de Giselly, o crime teria sido motivado por um pedido de pagamento de pensão. O suspeito, com quem ela foi casada por cinco anos e era pai da filha mais velha, segue preso por suspeita de feminicídio no Centro de Triagem de Viana.
O emprego de Giselly na área de enfermagem havia começado há pouco tempo. “Ela trabalhava na área da beleza, por volta de 4 anos. Como enfermeira tinha pouco mais de 5 meses. Ela não chegou a trabalhar tanto na pandemia, quando entrou na enfermagem a situação já estava melhor, porém ela falava quando um paciente se recuperava, se orgulhava de ter ajudado.
Ela estava se sentindo realizada trabalhando lá e falava que não se importava de sair mais tarde do trabalho. Ela nunca saia de lá sem resolver tudo que acontecia no plantão dela”, contou a filha.
Dedica aos pacientes e ao bem-estar da família, a enfermeira tinha planos. A filha relembra que Giselly queria levar as filhas a uma viagem. O destino, seria o parque temático Beto Carreiro, em Santa Catarina. “Ela era muito determinada, quando queria fazer, ela já logo fazia. A viagem seria depois de minha irmã de 8 anos fazer uma cirurgia do coração”, lamentou Gabriela.
Giselly estava feliz em seu casamento, de 9 anos. Gabriela, que é fruto do primeiro relacionamento, cursa Arquitetura e era incentivada pela enfermeira a se dedicar aos estudos.
“Ela era uma guerreira, sempre fez o impossível pra dar tudo de bom pra gente, trabalhadora, sempre quis me garantir um bom estudo pra eu poder fazer o que eu tenho vontade, ela é o exemplo de pessoa que eu quero ser. Era brincalhona, alegre, divertida, educada, sempre preocupada com o próximo e disposta a ajudar. Impossível dizer todas as qualidades dela”, disse a filha.
MANIFESTAÇÃO
Na sexta-feira (1), no início da noite, com cartazes de pedidos de paz e pelo fim da violência contra a mulher, moradores caminharão pelas ruas do centro da cidade, vestidos de branco. Segundo a família da enfermeira, o ato é também uma forma de homenagear Giselly. A manifestação é uma iniciativa da família, amigos, parceiros de trabalho, Câmara e Prefeitura de Conceição do Castelo.
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