“Ela era amada por todo mundo. É uma perda muito grande”, disse, entristecido, o comerciante Marco Antonio Gratz, que conviveu com Andreia Cristina da Silva, de 48 anos, no trabalho. A mulher foi encontrada morta a facadas dentro da casa onde morava, no balneário de Pontal do Ipiranga, em Linhares, no Norte do Espírito Santo, na noite de sábado (9).
A mulher veio da cidade mineira de Coronel Fabriciano para Linhares em janeiro do ano passado, quando conseguiu um emprego em Pontal. Ela gostou do lugar e resolveu ficar. Trabalhou em pousada, hotel, restaurante, entre outros tipos de estabelecimentos.
O relato de amigos é de uma pessoa trabalhadora, que estava sempre disposta e também trazia bom humor e alegria ao ambiente. “Fazia todos rirem. Era uma palhaçona. Era uma pessoa maravilhosa. Só pensava em trabalhar e cuidar da vida dela e da filha”, comenta Gratz.
Uma amiga próxima, que a conheceu quando era criança, lembra do sorriso no rosto. “Se a chamassem para capinar um quintal, ela ia feliz. Nunca reclamou de nada. Estava sempre com sorriso no rosto, brincando”, recorda.
A última vez que Andreia foi vista com vida, pouco antes das 19h do sábado (9), em registro de câmeras de segurança, mostra um pouco disso. As imagens registraram a mulher entrando em um estabelecimento comercial onde foi funcionária, dando um beijo carinhoso em uma colega que trabalhava no caixa e, depois, dançando.
Os vizinhos disseram que não ouviram nada, mas contaram que Andreia era vítima de violência do marido.
O pescador Adilson Oliveira só percebeu que algo tinha acontecido quando viu viaturas da Polícia Militar no local.
“Vi os carros de polícia. Minha mulher, minha enteada... Ficamos nos perguntando o que estava acontecendo. Tinha muita gente aqui para saber. Assusta, nós nunca esperávamos. Nunca vi isso no Pontal. Essa rua é muito tranquila”, conta o pescador.
O aposentado José Reis Sobrinho apenas soube do caso no dia seguinte. “A gente não sabia de nada. Via sempre eles passarem por nós e cumprimentar. Pensava que estava tudo tranquilo. Depois, acontece essa tragédia. Eu estava dormindo e soube apenas no domingo (10)”, relata.
De acordo com a Polícia Militar, o marido foi quem acionou a corporação e falou aos militares que encontrou Andreia morta no sofá, com golpes de faca, por volta das 20h. Quando os militares chegaram na casa, verificaram que o homem havia descumprido uma medida protetiva que a mulher tinha contra ele, por ter se aproximado dela, e o prenderam. A vítima havia obtido a medida protetiva no dia 29 de agosto, informou a PM.
A Polícia Civil informa que o caso segue sob investigação da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Linhares, que apura a autoria do crime.
"Estamos tentando resolver o mais rápido possível. O suspeito número um já foi preso e já teve a prisão preventiva decretada. Nós vamos continuar nas investigações para saber definitivamente se ele foi o autor do crime. Vamos interrogá-lo novamente. Temos informações de que ateou fogo nas roupas da vítima para ela não sair de casa. Isso demonstra uma mentalidade, personalidade voltada para a violência", observa o chefe da Delegacia Regional de Linhares, delegado Fabrício Lucindo.
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