Dona de casa, Paula Reinoso de Matos, de 21 anos, morava em Boa Vista, na zona rural de Ibatiba, região do Caparaó, com o filho, de 10 meses, e o marido, Giovani André da Silva, de 35 anos, que foi preso na última quinta-feira (13). Ele é suspeito de ter matado Paula a facadas durante uma briga. Antes de ser assassinada, a jovem idealizava reunir a família para celebrar o aniversário de um ano do filho.
No dia 09 de agosto, no entanto, os sonhos de Paula foram interrompidos. Ela era a caçula dos quatro filhos de Paulo José Matos, agricultor do interior de Muniz Freire. O pai conta que a filha nasceu no interior de Alegre, mas logo depois a família se mudou para uma propriedade rural em Muniz Freire.
“Ela estudou até o ensino médio, mas não concluiu. Não gostava muito de estudar. Desde pequena, sempre foi muito prestativa e me ajudava na roça, plantando café, feijão, milho. Era uma menina muito boa e não tinha inimizades com ninguém. Era evangélica, frequentava a Assembleia de Deus”, relembra o pai.
Paulo José e a esposa eram contra o relacionamento de Paula, que durou apenas dois anos. O pai temia pela vida da filha, pois sabia do comportamento abusivo de Giovani. “É um cara estranho. A primeira esposa dele também já havia sido agredida. Ele agrediu minha filha quando ainda estava grávida. Ficaram três dias separados desta vez, ela denunciou ele, mas ele prometeu que mudaria, levou flores, chocolates, convenceu ela e aconteceu essa covardia”, conta o pai.
A comunicação com a família também era censurada pelo marido, conta Paulo José. “A mãe dela sempre ligava e fazia chamada de vídeo para ver o neto. Eles brigavam e ele quebrava o celular dela. Comprei vários aparelhos. Depois que tudo aconteceu (o assassinato), descobri que a casa parecia uma jaula. Ele mantinha ela trancada”. Após se entregar, o suspeito do crime permanece preso no Centro de Detenção de Viana.
O filho do casal permanece sob os cuidados dos avós maternos, que irão pedir na Justiça pela guarda da criança. “Apesar disso tudo, ela nunca deixou de ser uma menina alegre, prestativa com as pessoas, os irmãos. Era muito caprichosa também, o menino estava sempre cheiroso”, relembra emocionado o pai da vítima.
O último desejo revelado por Paula aos familiares será realizado. “Morreu um pedaço de mim, não me conformo. Mas, o sonho dela, vou realizar, de fazer a festa de aniversário do meu neto, no dia 17 de outubro”.
*Matéria originalmente publicada no dia 20/08/2020
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