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Crédito: Montagem/A Gazeta

Morta com um tiro no peito aos 41 anos, Vanuza Spala sonhava em ser mãe

Celio Martins Morales, ex-vice-prefeito de Ibitirama, é suspeito de ter matado a esposa no início de abril; ele foi preso nesta quarta-feira (19)

Tempo de leitura: 3min
Cachoeiro de Itapemirim / Rede Gazeta
Publicado em 19/04/2023 às 11h14

Alegre, prestativa e comunicativa. É assim que Vanessa Almeida sempre se lembrará da irmã, Vanuza Spala de Almeida, de 41 anos. Morta com um tiro no peito na noite do último dia 8, no interior de Ibitirama, Região do Caparaó, Vanuza era esposa do ex-vice-prefeito de Ibitirama Celio Martins Morales, de 56 anos. 

Ele foi preso nesta quarta-feira (19), segundo a Polícia Civil, depois de estar foragido desde o último dia 11.

“Vanuza era uma moça alegre, prestativa, sempre pronta pra ajudar. Gostava muito de sorrir, conversar. Seu maior sonho era ser mãe. Porém, ele nunca quis, dizia que bastavam apenas os dois do primeiro relacionamento dele”, contou Vanessa Almeida, que, com a irmã, eram as únicas filhas de uma família simples de Guaçuí.

Há cerca de dois anos, Vanuza e Celio se conheceram por meio de uma rede social, logo, começaram a namorar e ela se mudou para  Ibitirama, onde, recentemente, trabalhava como caixa de um restaurante de familiares Celio.

Com a mudança para o município, o comportamento da irmã, diz Vanessa, também não era mais o mesmo. A alegria e a conversa deram lugar a um rosto mais triste.

Vanessa Almeida

Irmã de Vanuza Spala de Almeida 

"A aparência dela ultimamente era de uma pessoa triste, de pouca conversa, ela era muito comunicativa. A partir do momento que começou a se relacionar com o Celio, ela começou a ficar triste. Ele não a deixava sozinha conosco, só saía se fosse com ele, monitorava sempre o telefone. Ela mandava mensagens e apagava. Ele nunca a  deixou sozinha com a gente para falar o que estava acontecendo"

ÚLTIMO ENCONTRO

No dia 8 de abril, um sábado, os pais de Vanuza, idosos de 78 e 71 anos, passaram o dia com a filha, na residência dela e do marido, que fica às margens da ES 185, na localidade de Barra Feijão Cru, zona rural de Ibitirama. Ao final do dia, Celio levou os sogros para Guaçuí. Na madrugada de domingo, eles receberam a notícia que ela estava morta.

Vanessa conta que a irmã tentou, por algumas vezes, deixar o ex-vice-prefeito, mas ele insistia, telefonava e Vanuza retornava para casa.

“A única coisa que quero é Justiça, que ele pague na cadeia. Ela não merecia isso, era uma menina boa. Por que não a deixou voltar para sua casa e ficar aqui? Não precisava de nada disso”, disse a irmã emocionada.

INVESTIGAÇÃO

Segundo boletim de ocorrência, Celio Martins Morales ligou para familiares no sábado à noite (8) e pediu ajuda para que socorressem a esposa e, depois do resgate, deixou o local. O ex-vice-prefeito contou a parentes dele que a mulher teria atirado contra ela mesma, depois de entrar no banheiro para tomar banho. Vanuza chegou a ser levada para um hospital, mas chegou à  unidade sem vida.

Vanuza Spala de Almeida e o ex vice prefeito de Ibitirama, Celio Martins Morales
Vanuza Spala de Almeida e o ex-vice-prefeito de Ibitirama, Celio Martins Morales . Crédito: Reprodução/ Facebook

A versão do ex-vice-prefeito causou desconfiança à Polícia Civil. “O que despertou a atenção da polícia foi o fato de ter fugido após o crime. No sábado, ele prestou socorro à vítima, acionou o Samu, mas, em seguida, empreendeu fuga, só se apresentando na segunda-feira, dois dias depois, buscado sair do estado flagrancial. Na hora de ser ouvido, de fato, ele não quis dar declaração e não falou nada, alegou nervosismo e não mais compareceu”, explicou o titular da delegacia de Ibitirama, Tiago Dorneles.

Além da residência do casal ter sido encontrada sem manchas de sangue ou pegadas, indicando ter sido limpa, a marca de tiro no corpo também contradizia a versão de suicídio.

“Outro ponto é a lesão encontrada na vítima. Ele alegou um suicídio, mas a lesão encontrada nela não é compatível com um tiro a curta distância, que deixa uma zona de queimadura pela própria arma de fogo. Então, a orla de chamuscamento ao redor do disparo não foi encontrada no orifício de entrada. Isso leva a crer que a lesão não foi causada por um suicídio e, sim, numa distância maior, compatível com homicídio”, descreveu o delegado.

Um mandado de prisão contra o suspeito foi expedido pela Justiça na terça-feira (11) e Celio Martins Morales segue foragido até esta quarta-feira (19), quando foi preso.

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